casa de aposta com saque pix-A corrida para estudar a Antártida antes que ela derreta
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Cientistas que há décadas se dedicam a pesquisar o continente gelado compartilham suas experiências com o aumento das temperaturas: "O gelo ainda é espesso demais para atravessarmos de barco, mas não o suficiente para cortarmos os buracos que usávamos para mergulhar."
As mudanças climáticas têm, contudo, reduzido a espessura do gelo, prejudicando cada vez mais a segurança dos mergulhadores nos trechos de mar congelado.
Morley faz parte da equipe do Serviço Antártico Britânico (BAS, na siglacasa de aposta com saque pixinglês) e trabalha na Antártida desde 2005.
"Nós fazíamos pelo menos 100 mergulhos através do gelo marinho no inverno", ele conta. "No ano passado, acho que [meus colegas] conseguiram talvez cinco a dez."
O gelo está virando um dilema para os mergulhadores. "É espesso demais para que eles possam sair de barco, mas não o suficiente para cortar buracos com a serra e mergulhar", explica o biólogo.
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Uma forma de contornar esta situação é manter os barcos de prontidão durante o inverno, para poder lançá-los imediatamente quando houver uma janela de possibilidade.
Costumava-se pensar na Antártida como um mundo coberto por um gelo eterno. De fato, o continente permanece sendo um ambiente inóspito e desafiador para os seres humanos.
Mas as mudanças já estão acontecendo. O volume de água congelada na Antártida está despencando, a vegetação se espalha pela massa de terra e as temperaturas do ar estão subindo.
Os cientistas que estudam a região e os organismos que vivem nela já observam esses impactos, e veem seu trabalho ficar cada vez mais difícil.
"A geleira onde aprendi as esquiar na Geórgia do Sul não é mais uma geleira, ela não está mais ali", conta Morley.
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A ilha da Geórgia do Sul fica a nordeste da península antártica. Agora, ela tem áreas de solo nu e já surgiram ervas invasorascasa de aposta com saque pixalguns trechos.
Como não é mais possível realizar tantos mergulhos ao longo do ano para estudar a vida no oceano, Morley e seus colegas tentam mergulharcasa de aposta com saque pixgrupos durante o verão e o inverno. Com isso, eles podem fazer comparações sazonais,casa de aposta com saque pixsubstituição ao monitoramento contínuo.
Por que a pressa?
Um motivo do interesse dos cientistas pelo gelo da Antártida é estudar os padrões das mudanças climáticas no passado.
Atividades de pesquisa — como a retirada de amostras, compostas de camadas de gelo depositadas milênios atrás — podem revelar quais eram as temperaturas globaiscasa de aposta com saque pixcada era. E os bolsões de gás capturados nessas amostras de gelo podem ser analisados para compreender as alterações da composição da atmosfera.
Mas estes preciosos registros estão ameaçados pelo recuo das geleiras e pelo aquecimento das regiões polares. A intenção dos cientistas é recolher o máximo possível de dados, antes que seja tarde demais.
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Morley fica entusiasmado ao descrever as extraordinárias espécies que encontroucasa de aposta com saque pixsuas expedições: "Esponjas, anêmonas e jardins de ascídias extraordinários".
Agora, estas maravilhas marinhas enfrentam sérios riscos. A redução da cobertura de gelo sobre as águas frias onde elas vivem aumenta a incidência da luz, segundo o biólogo. E isso faz com que as algas se espalhem, ameaçando sufocar as esponjas e outras formas de vida.
Em maio, Morley e seus colegas publicaram um estudo que indica que essas criaturas enfrentam mais uma dificuldade causada pelas mudanças climáticas: existe o risco cada vez maior de que imensos pedaços de gelocasa de aposta com saque pixmovimento se arrastem pelo fundo do mar onde elas vivem.
Outro pesquisador do BAS, o físico especializadocasa de aposta com saque pixgelo marinho Jeremy Wilkinson, conta que precisou ajustar alguns dos seus experimentos conduzidos no polo oposto, o Ártico. Lá, o gelo marinho é muito menos seguro do que antes.
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Quando o clima era mais frio, ele e seus colegas costumavam colocar malas impermeáveis sobre o gelo com instrumentos capazes de acompanhar a velocidade dos ventos e a temperatura ao longo de um ano.
"Agora, com o gelo se retraindo com tanta rapidez, não podemos fazer isso, porque o gelo derrete e os instrumentos caem no oceano", ele conta. "Todos os nossos sistemas agora são projetados para flutuar."
De volta à Antártida, a falta de gelo marinho no inverno do hemisfério sul surpreendeu a física marinha Natalie Robinson, do Instituto Nacional de Pesquisa da Água e da Atmosfera da Nova Zelândia (NIWA, na siglacasa de aposta com saque pixinglês).
Ela e seus colegas usam imagens de satélite para acompanhar a formação de gelo no estreito de McMurdo, um corpo d'água no litoral da Antártida, localizado diretamente ao sul da Nova Zelândia.
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"Em 2022, tivemos uma temporada de crescimento no inverno [o período no qual a cobertura de gelo normalmente se expande] como nunca se havia observado antes", segundo Robinson. "No final de agosto, ainda tínhamos águas abertas."
O gelo marinho acabou se formando no estreito nas semanas seguintes, mas não com espessura suficiente para que Robinson e seus colegas pudessem realizar os experimentos que planejavamcasa de aposta com saque pixcertos locais.
Em algumas regiões do estreito de McMurdo, outros pesquisadores só conseguiram transportar equipamento científico sobre o gelo a pé. O gelo tinha apenas cerca de 1,1 metro de espessura — mais ou menos a metade do habitual — e os pesquisadores consideraram que seria perigoso demais trafegar com seus veículos.
Foi a primeira vezcasa de aposta com saque pixque a equipe de cientistas neozelandeses precisou transportar seu equipamento a pé.
"Nós descrevemos aquela temporada como sem precedentes, mas ocorreu praticamente a mesma situação dois anos depois", ela conta, referindo-se a 2024.
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Há sete anos, Robinson planeja usar um sistema de retirada de amostras de gelo para estudar as plaquetas — uma massa de cristais de gelo repleta de cavidades preenchidas com água do mar. Elas se formam no lado de baixo do gelo marinho.
Ela e seus colegas projetaram um sistema de retirada de amostras de gelo que irá permitir aos cientistas recuperar este tipo de gelo intacto e delicado, estudarcasa de aposta com saque pixestrutura e observar como as formas de vida podem morar ali.
A intenção de Robinson era retirar essas amostras do gelo marinho perto da enorme plataforma de gelo Ross, que cobre uma área de mais de meio milhão de quilômetros quadrados (o tamanho aproximado do Estado da Bahia). Mas as condições meteorológicas desfavoráveis não permitiram que a equipe chegasse ao local desejado.
Eles precisaram retirar amostras de gelo de um local muito mais próximo da base Scott, a estação de pesquisa da Nova Zelândia na Antártida.
"Estávamos realmente estudando uma parte totalmente diferente do oceano", lamenta ela. "Não era nada do que tínhamos planejado."
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Com o aumento das temperaturas, a cobertura de gelo da Antártida está desaparecendo e a grama está se espalhando, como a erva invasora conhecida no Brasil como pastinho-de-inverno.
O aumento das temperaturas dificulta a formação de gelo, mas este não é o único problema. As tempestades também parecem estar aumentando no Oceano Antártico. Elas agitam o gelo e evitam que ele fique preso à terra com firmeza, segundo Robinson.
O aumento das tempestades também traz outras consequências. "Se tivermos um ambiente geral com mais ventos, qualquer trabalho de campo que fizermos certamente ficará muito mais difícil", explica ela.
A pesquisadora avalia que suas experiências na Antártida nos últimos 22 anos revelaram o impacto das mudanças climáticas sobre o continente, que ela define como "sério".
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Ao longo da carreira, ela observou que o comportamento do públicocasa de aposta com saque pixrelação às mudanças climáticas evoluiu, e considera, por exemplo, que o negacionismo parece ser menos comum hojecasa de aposta com saque pixdia do que no passado. "Isso certamente me dá esperança."
Mas o tempo para realizar certos experimentos científicos na Antártida está acabando e os próximos anos serão fundamentais. Alguns dos trabalhos de campo podem se tornar impraticáveis se enormes extensões de gelo marinho desaparecerem por completo.
"Estamos correndo para reunir todos os dados que pudermos, antes que aconteçam essas mudanças maiores", conclui Robinson.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Earth.
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