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Poucas pessoas acreditambetesportes netdragões, por maior que seja o esforço da equipe de efeitos especiais da série de TV "Game of Thrones" para que essas criaturas pareçam reais. Nunca se encontrou um dragão vivo e tampouco há fósseis deles. Sendo assim, é razoável dizer que eles nunca existiram.
Mas eles poderiam ter existidobetesportes nettermos científicos? Será que a evolução pode ainda simplesmente não ter produzido um dragão?
Vamos imaginar como seriam dragões se eles existissem. E não estamos falando de criaturas que se parecem com dragões, mas sim bichos que voam e cospem fogo. Como poderiam esses animais ter evoluído? Qual seria seu lugar no ecossistema?
Nossos ancestrais nunca precisaram da computação gráfica para criar dragões convincentes.
"Muitos povos ao longo da história acreditaram na existência de dragões", escreveu o antropólogo David E. Jones no livro An Instinct for Dragons. Jones questiona por que mitos sobre dragões são tão disseminados, com exemplosbetesportes netlocais tão diversos como o Havaí, a Islândia e a Nova Zelândia. Para ele, a resposta está na existência de macacos.
Mais especificamente na evolução de medos básicos desses primatas. Na savana africana, os macacos-vervets enfrentam três tipos de predadores - cobras, aves de rapina e grandes felinos. Cada um deles é identificado por um tipo de guincho de alerta. Este tipo de comportamento já foi extensivamente estudado e usado para entender atitudes análogasbetesportes nethumanos.
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Jones sugere que o dragão é um amálgama desses três temores. As escamas da cobra, as asas das aves e as garras e dentes de um felino combinam-se para formar uma memória assustadorabetesportes netnossos cérebros. Trata-se, porém, de uma hipótese virtualmente impossível de ser testada.
Mas é verdade que a concepção que as pessoas têm de dragões são baseadasbetesportes netobservações da realidade. O filósofo chinês da antiguidade Wang Fu até de certa forma corroborou a teoria de Jones ao descrever dragões como possuidores de pescoço de cobra, garras de águia e solas de tigre.
No entanto, para encontrar algo mais parecido com dragões como nós imaginamos, precisamos observar animais do passado distante. Independentemente da culturabetesportes netque apareçam, dragões têm jeito de répteis. Isso nos leva à era mesozoica. Ela durou de 252 milhões até 66 milhões de anos atrás e é conhecida como a Era dos Répteis. E, claro, os répteis mesozoicos mais famosos são os dinossauros.
A similaridade entre dinossauros e dragões é bem documentada. Na China, durante muito tempo ossos fossilizados de dinossauros foram classificados como de dragões. Paleontólogos também fizeram menções jocosas a dragões quando deram nomes científicos para novas descobertas.
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Com base embetesportes netaparência e seu gosto por grandes presas, dragões na vida real poderiam ocupar um nicho parecido com o de predadores anciãos como o Tiranossauro Rex. Mas uma análise da anatomia de um dragão sugere que seria errado colocá-los na mesma categoria do T-Rex.
Existem duas descrições de dragões, com o mesmo número de cenários evolucionários. O primeiro grupo é de dragões com corpos alongados e pernas pequenas, descrições parecidas com o folclore chinês, grego e inglês. Embetesportes netaparência, são mais cobras do que qualquer outra coisa.
Há evidências de fósseis que sugerem que as primeiras cobras evoluíram de lagartos subterrâneos cujas pernas encolheram e desapareceram à medidabetesportes netque passaram mais e mais tempo debaixo da terra. Isso se encaixa com muitas representações de dragões subterrâneos, como o Nidhogg das lendas nórdicas ou o Python, um dragão da mitologia grega que acabou batizando uma espécie de serpente.
Mas existem fósseis de cobras gigantes. A Titanoboa, por exemplo, tinha 12m de comprimento e era um monstro. Poderia perfeitamente ter sido uma ancestral de uma linha de dragões. Mas quando você pensabetesportes net"dragão", você provavelmente não está pensandobetesportes netuma cobra gigante. Você deve estar imaginando a criatura com grandes asas escamosas. Mas esse animal é uma criatura impossível de existir, pelo menos no ponto de vista anatômico.
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Entre animais com coluna vertebral, asas evoluírambetesportes nettrês diferentes ocasiões. Em pássaros, morcegos e pterossauros. Todos seus passos evolucionários foram mais ou menos os mesmos: ancestrais que não voavam gradualmente transformaram seus membros dianteirosbetesportes netasas membranosas sustentadas por dedos modificados. Isso significa que, para um vertebrado, ter asas é uma troca: você pode braços ou asas. Não ambos.
O salto evolucionário para que tivéssemos um vertebrado de seis membros (quatro patas mais um par de asas) teria que ser imenso. Quando membros extras ocorrembetesportes netanimais, eles tendem não resultado de adaptações,betesportes netsim de defeitos congênitos ou, como no caso de algumas espécies de sapos, infecções parasíticas.
Talvez por isso, filmes mais modernos de fantasia, de Harry Potter a O Hobbit, trazem modelos "modernizados" de dragões com quatro membros. A criatura é anatomicamente mais realista.
Mas ainda há o problema nem de longe insignificante de se colocar esse monstro no ar. Felizmente, outro grupo pré-histórico de répteis lhes dá esperança. Batizadosbetesportes nethomenagem a um dragão folclórico da cultura uzbeque, os pterossauros azharquídeos eram possivelmente os maiores animais a já terem voado e ou grupo que poderia ter evoluído para os dragões.
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Com envergadura de 11m, esses animais podiam voar e eram tão altos quanto girafas. Mas precisaram de uma série de adaptações. Incluindo um esqueleto oco para reduzir o peso e robustos membros superiores para abrigar os músculos responsáveis pelo voo.
Nossos dragões hipotéticos também precisariam de adaptações - e sacrifícios anatômicos. "Quando pássaros voam, eles obtém 90% debetesportes netpotência de lançamento por meio de suas patas traseiras, e aí a transferem para as asas", explica o paleontólogo Mark Witton, da Universidade de Portsmouth.
"Isso significa que eles precisam de corpos maiores para abrigar os músculos que os colocarão no ar".
Mas os pterossauros usavam a força de suas asas para alçar voo e não precisavam de tantos músculos na pernas. Sendo assim, tinham torsos e pernas pequenos. "Pássaros podem chegar até 80kg de peso e é o máximo que conseguem para poderem voar. Um pterossauro poderia pesar quatro vezes mais", diz Witton.
Nossos dragões teriam que ser assim também - bem menos robustos do quebetesportes netmuitas representações. Mas o que dizer de seus atributos mágicos? Dragões mitológicos são normalmente muito inteligentes, habilidades cognitivas que não associamos com répteis. Historicamente, cientistas até usaram o adjetivo reptiliano para descrever partes do cérebro humano associadas com funções básicas como respirar.
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Nos últimos anos, porém, cientistas começaram a explorar a inteligência reptiliana de maneira mais considerada - e concluíram que répteis podem resolver muitos dos mesmos desafios solucionados por mamíferos. Gordon Burghardt, da Universidade do Tennessee (EUA), explica que até o uso de ferramentas já foi descoberto. E alguns dos mais inteligentes répteis são as espécies maioresbetesportes nettamanho e cérebros proporcionais, como crocodilos e lagartos-monitores.
E a conhecida longevidade dos dragões? Bem, se a imortalidade é impossível, répteis como tartarugas gigantes e lagartos tuatara podem viver mais de um século.
Mas e o fogo? Bem, cobras cuspideiras podem atirar venenos de duas peçonhas. A picada de uma formiga-bala já foi descrita como a "sensação de andar sobre brasas com um prego espetadobetesportes netseu calcanhar". A mordida de um dragão de Komodo deixa uma ferida infectada com proteínas tóxicas. A natureza proveu animais com maneiras variar de ferir uns aos outros. Mas cuspir fogo ainda não é uma delas.
Quem mais chega perto disso é o besouro-artilheiro. É um inseto que armazena hidroquinona e peróxido de hidrogênio e seu abdômen. Quando provocado, inicia uma reação química que resultabetesportes netum jato químico quente sobre quem o ataca. Imaginem uma arma química dessasbetesportes netum réptil grande? Duas glândulas no pescoço da criatura secretam a solução e, a partir da garganta, um jato quente e cáustico sai da boca do bicho.
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Ou seja, embora dragões só existam na imaginação das pessoas, a vida real tem bastante coisas estranhas para oferecer.
Leia dessa reportagem (em inglês) no site .
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