slot mines de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Em 1974, o banco de sangue americano New York Blood Centre (NYBC) decidiu criar na Libéria, oeste africano, o Vilab II - um grande laboratório a céu aberto para experimentos com diversos tipos de vírusslot mineschimpanzés silvestres. O primatas foram infectados deliberadamente com doenças como a hepatite, para que vacinas fossem desenvolvidas.
Trinta e um anos mais tarde, quando anunciou o fim dos experimentos, o diretor do Viral II, Alfred Prince, assegurou que o NYBC iria cuidar do bem-estar dos primatas pelo resto de suas vidas.
Pelo fato de estarem infectados, os chimpanzés foram levados para seis ilhas fluviais. Lá, ao custo de US$ 20 mil mensais, os animais recebiam água e comida e cuidados para uma "aposentadoria feliz".
Porém,slot minesmarço de 2015, o NYBC cancelou toda a ajuda, deixando 85 chimpanzés abandonados à própria sorte. Era impossível que escapassem, pois esses primatas não são bons nadadores.
slot mines
Tecnicalidade
Tecnicamente, o governo da Libéria é o dono dos animais, mas os cuidados diários e experiências eram de responsabilidade do NYBC. Esse detalhe legal permitiu que o banco de sangue se distanciasse do problema.
Em um comunidado divulgado poucos meses após o fechamento do laboratório, o NYBC disse que "nunca teve obrigação alguma de cuidar dos animais". O comunicado dizia ainda que "já não era sustentável desviar milhões de dólares de nossa missão de salvar vidas".
Publicidade
Este posicionamento provocou fúria de ativistas dos direitos animais.
"O banco de sangue abandonou os chimpanzés na Libéria no pior momento possível, quando o país estavaslot minesmeio ao surto do vírus ebola", criticou, por meio de uma porta-voz, a ONG americana The Humane Society.
"Vale a pena mencionar que o foi a utilização de chimpanzés que possibilitou ao centro desenolver vacinas e outros tratamentos ao longo de décadas".
Resgate
Mas esta não é uma discussão sobre questões éticas ligadas ao uso de animais para testes médicos. Ninguém poderia argumentar que esses animais não merecem água ou comida.
Como primatologista, estou interesadoslot minescomo se pode cuidar de um grupo de animais de laboratório, criadoslot minesum ambiente semissilvestre e portador de doenças que oferecem riscos tanto para outros animais como para seres humanos.
Publicidade
Para resolver esse dilema, a especialistaslot minesgrandes primatas Jenny Desmond e seu marido, o veterinário Jim Desmond, viajaram no final de 2015 ao país africano, financiados pela The Humane Society, para coordernar a assistência aos chimpanzés.
Eles lideraram um pequeno grupo de pessoas que agora se ocupa dos primatas. Recentemente, falei com os Desmond e eles me contaram que a população de chimpanzés está crescendo - 11 novos teriam nascido desde 2006 por causa da falta de controle de natalidade.
Jenny disse estimar que 30 dos adultos levados para a ilhaslot mines2005 tinham morrido. Um grande problema é que não é possível reintroduzir esses animais à vida silvestre, pois eles poderiam infectar outros bichos.
"Não sabemos qual chimpanzé está inoculado com qual doença", diz ela.
Controle
Chimpanzés têm vida média de 60 anos, e por isso é importante oferecer o melhor cuidado a esses animais. A população atual das ilhas é de 63, distribuídosslot minesgrupos de nove e 13 animais. Felizmente, muitos ex-empregados da NYBC, que durante décadas trabalharam com esses animais, ainda vivemslot mineslocalidades próximas.
Publicidade
Porém, a falta de infraestrutura tanto nas ilhas quantoslot minesterra firme tornaram quase impossível fazer tratamentos e monitorar os animais.
Os animais andam livremente pelas ilhas e não há estruturas para separá-los e fazer exames rotineiros.
Mas Jim Desmond mantém o otimismo.
"Nossos dois principais objetivos quando chegamos aqui eram melhorar a dieta dos chimpanzés e implementar um controle de natalidade", escreveu ele recentemente no blog da Humane Society.
Segundos os especialistas, a saúde dos chimpanzés melhorou consideravelmente e os animais estão sendo medicados diariamente com pastilhas de progesterona para que não se reproduzam.
Responsabilidade
A renomada defensora dos animais Jane Goodall diz que o NYBC deveria ser responsável por cuidar desses animais para o resto de suas vidas. "Eles sabiam muito bem que os chimpanzés têm vidas longas. Abandoná-los é imperdoável", diz ela.
Publicidade
Procurada pela BBC, o NYBC não se pronunciou.
O cuidado com animaisslot minescativeiro é frequentemente muito complexo. Mas quando eles são utilizados para experimentos, há uma obrigação implícita de receberem assistência mesmo quando já não têm um valor científico.
BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.