apostas sistema betano-Vídeos forjados para fins políticos já são realidade. Como identificá-los?

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Há o risco de tecnologia de manipulação de rostos ser usada para influenciar eleições ou como arma de propaganda, acredita pesquisador alemão.
1 jul 2018 - 18h25
(atualizado às 18h28)
Softwares conseguem alterar expressões faciaisapostas sistema betanouma gravação original ou até substituir rostos inteiros
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Foto: TUM Visual Computing / BBC News Brasil

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Graças a algoritmos automatizados inteligentes, softwares e aplicativos livres já conseguem alterar expressões faciais de um indivíduoapostas sistema betanouma gravação original ou até substituir seu rosto pelo de outra pessoa.

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Tudo isso pode ser feito com um computador comum ou celular. E,apostas sistema betanomuitos casos, os usuários nem precisam instalar os programas.

A tecnologia tem evoluído rapidamente, conforme mostram inúmeros vídeos. Em comunidades online, colaboradores desenvolvem ferramentas de deep fakes com códigos abertos e interface simples que podem ser usadas até mesmo por usuários que não têm muita familiaridade com a tecnologia.

Em paralelo a esses avanços, a empresa chinesa Baidu criou um algoritmo que consegue clonar vozes usando poucos segundos de uma amostra e pode, inclusive, reproduzir sotaques e entonaçõesapostas sistema betanofalas completamente inventadas.

Essas novas ferramentas de vídeo e áudio começam a despertar um debate sobre as consequências do seu uso para fins inescrupulosos, como a manipulação de eleições e a desestabilização de regiõesapostas sistema betanoconflito.

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A rede social Reddit, por exemplo, precisou lidar com o uso malicioso de deep fakes. Em fevereiro, a empresa baniu comunidades que empregavam algoritmos automatizados para substituir rostos de atrizes de filmes pornô por aqueles de celebridades.

Essas manipulações, contudo, eram simples e tecnicamente perceptíveis, algo que deve mudarapostas sistema betanobreve.

"Creio que artefatos visuais que podem ser facilmente detectados são problemas transitórios, de uma tecnologiaapostas sistema betanoevolução", diz à BBC News Brasil o pesquisador da área de computação gráfica Christian Riess, da Universidade Friedrich-Alexander Erlangen-Nürnberg, na Alemanha.

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Programas na vanguarda da tecnologia

As iniciativas criadas por profissionais de ponta do setor, entretanto, são mais realistas. Um exemplo é o software Face2Face, desenvolvido há cerca de dois anos por um grupo de pesquisadores alemães do qual Riess faz parte e que está na vanguarda desta tecnologia.

O programa permite alterarapostas sistema betanotempo real rostosapostas sistema betanovídeos do YouTube apenas com uma câmera capturando os movimentos da face do "manipulador". Mas o Face2Face não está sozinho entre as ferramentas criadas por pesquisadores.

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Com baseapostas sistema betano14 horas de vídeos públicos de Barack Obama, cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, desenvolveram no ano passado um algoritmo capaz de sintetizar os movimentos labiais do ex-presidente dos Estados Unidos.

Eles conseguiram sincronizá-los de forma realista com gravações cujos temas eram diferentes aos da manipulação. Ou seja, eles puderam incluirapostas sistema betanoum vídeo recente o áudio de antigas entrevistas do democrata.

Conforme essa tecnologia é aperfeiçoada, a linha que separa a realidade da ficção fica cada vez mais nebulosa. Por isso, o grupo de Riess criou o software FaceForensics, capaz de identificar rostos manipuladosapostas sistema betanovídeos.

Segundo o pesquisador e doutorapostas sistema betanocomputação científica,apostas sistema betanoum futuro não muito distante, essa tecnologia evoluirá a ponto de as edições serem imperceptíveis aos olhos humanos. Logo, dependeremos de softwares para autenticar vídeos suspeitos.

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O problema é que programas de verificação não são infalíveis. "Se pensarmosapostas sistema betanoum cenário de Estados-nação adversários fazendo propaganda, eles poderiam tentar gerar um vídeo e esconder os rastros da manipulação. Isso se chama counter forensics", diz Riess.

"A vida de peritos forenses fica muito mais difícil se alguém estiver trabalhando ativamente contra uma análise forense, tentando ocultar esses vestígios estatísticos de edição."

Como identificar um vídeo manipulado

O FaceForensics utiliza um algoritmo que analisa um vídeo eapostas sistema betanocópia. O programa também aprende por conta própria as diferenças entre o original e a cópia e aplica esse conhecimento a vídeos de autenticidade desconhecida.

Mas qual é a diferença técnica entre uma fraude e o clipe verdadeiro?

"Um vídeo editado tem na área do rosto uma sobreposição de gráficos computacionais. É isso que o algoritmo detecta", explica Riess.

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Ou seja, algoritmos automatizados inteligentes deixam vestígios estatísticos. Como esse é um dos primeiros métodos para verificar vídeos suspeitos, a tecnologia ainda estáapostas sistema betanodesenvolvimento.

De um modo geral, manipulaçõesapostas sistema betanogravações de qualidade baixa e compressão elevada são mais difíceis de identificar. Para esse grupo, o nível de precisão atual é de 87,1%. A taxa de sucessoapostas sistema betanovídeos de alta qualidade e compressão simples é de 98%.

Há, entretanto, outro problema. Essas configurações se referem a um cenário no qual os pesquisadores conhecem ou possuem uma indicação do software usado para manipular os rostos.

O cenário se complica bastante se os vídeos forem editados com uma abordagem desconhecida, afirma Riess.

"Penseapostas sistema betanouma situação na qual o serviço secreto de algum Estado esteja implementandoapostas sistema betanoprópria abordagem matematicamente distinta. Esse é um tópico de pesquisa no qual estamos analisando, tentando generalizar esses resultados para cenários mais arbitrários."

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E a olho nu?

Por outro lado, a maioria das pessoas pode não ter acesso a ferramentas de verificação. Então, como identificar essas manipulações a olho nu?

Uma dica é prestar atenção à qualidade dos vídeos e na maneira como os rostos se movem. No caso dos deep fakes de celebridadesapostas sistema betanofilmes adultos, os rostos digitalmente "transplantados" traziam erros visuais, como resolução mediana, oscilações, tremores e flutuações como se estivessemapostas sistema betanoalgum líquido.

Edições de nível mais baixo também não parecerão naturais, podendo ser identificadas com atenção. Até mesmo o Face2Face incorpora levemente características do rosto do "manipulador" à face do alvo. Isso causa um estranhamento mínimo, mas presente.

Quando não for possível perceber visualmente as manipulações, Riess recomenda checar os fatos. Se uma atriz famosa estivesseapostas sistema betanoum filme pornográfico, isso seria notíciaapostas sistema betanoum veículo de notícias legítimo.

Em assuntos mais sérios, como ediçõesapostas sistema betanovídeos de políticos, é preciso sempre analisar o contexto. "Em qual veículo esse vídeo aparece? Você confia na fonte? Alguém a checou? Quem se beneficiaria desse vídeo? Essas perguntas clássicas de jornalismo e checagem de fatos devem ser aplicadas", diz o pesquisador.

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Arma na guerra de propaganda entre Estados

Diversos países, entre eles China e Coreia do Corte, costumam utilizar hackersapostas sistema betanoataques digitais contra outros Estados. A manipulação de vídeos pode se tornar uma nova arma nesse ambiente para propaganda, investidas contra adversários ou interferênciasapostas sistema betanoeleições externas.

Riess reconhece a possibilidade,apostas sistema betanoespecial porque Estados teriam recursos para criar manipulações tecnicamente verosímeis, mas pondera que, no passado, atores estatais usaram edições "muito ruins" ou vídeos reais fora de contexto para atingir ganhos políticos.

"Vejo a manipulação de vídeos como apenas uma ferramenta dentro de um grande conjunto de possibilidades que um Estado-nação tem para fazer propaganda."

O Face2Face mostrou ser possível manipular vídeos do YouTubeapostas sistema betanotempo real de forma muito convincente.

Com equipamentos básicos e algum conhecimento técnico, acredita Riess, uma pessoa comum e "motivada" pode criar uma manipulação convincente sozinha, o que dificultaria ainda mais monitorar a origem destes vídeos.

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Como lidar com as novas tecnologias

Novas tecnologias, como o controverso avanço da inteligência artificial, costumam ser disruptivas e transformadoras, mas precisamos encontrar uma maneira de lidar com elas.

"Isso pode ser por meio de legislação, mas também é preciso alimentar na sociedade o conhecimento sobre certas coisas", afirma Riess.

"Por exemplo, devemos falar sobre a checagem de fatos para criar consciência de que devemos ser cuidadosos. Esse é grau de amadurecimento social definitivamente necessário para se adaptar a mudanças tecnológicas."

Essa adaptação, segundo Riess, também deve incluir um esforço das redes sociais para prevenir a divulgação de conteúdo manipuladosapostas sistema betanosuas plataformas.

"Esperaria do Facebook, Twitter etc, e incorporaria nas regulações, que eles façam aapostas sistema betanoparte na prevenção ativa", afirma.

De acordo com o pesquisador, essas plataformas têm uma responsabilidade como organizações de mídia, mesmo que recusem essa definição.

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"Não se pode simplesmente dizer que não é uma organização de mídia e esperar que todos concordem. Elas são organizações de mídia que tomam decisões sobre o que as pessoas lêem e o que elas não lêem. Isto é o que seus algoritmos fazem", afirma Riess.

"De certa forma, são organizações de mídia de inteligência automatizada. Nesse sentido, é responsabilidade delas marcar ou não mostrar conteúdo razoavelmente duvidoso", opina.

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Fontes de referência

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