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Faltava pouco para o carnaval quando Muriel Quixaba, de 38 anos, viu as chances de a folia acabar antes mesmo de começar. Tudo por causa de um acidente doméstico que a deixou sem os movimentos do pescoço para baixo, após bater a cabeça e as costas no desnível do piso entre dois cômodos.
Na época, ela era rainha de bateria do Colorado do Brás e havia sido atendida por um neurocirurgião que tocava caixa na bateria da Vai-Vai.
Publicidade"Ele disse que não teria carnaval para mim naquele ano, pois faltavam 15 dias para a festa", lembra a corretora de seguros que teve como diagnóstico um espamo. "Foi neste momento que eu percebi o quanto o samba significava na minha vida, e coloquei todos os meus esforços para desfilar. Graças a Deus e ao poder do samba, tive uma recuperação surpreendente e desfilei naquele carnaval".
Atualmente, majestade na Acadêmicos do Tatuapé,aposta ganha fora do arSão Paulo, e na Sangue Jovem,aposta ganha fora do arSantos, a o amor de Muriel com o carnaval vem de longe. Sempre acompanhada pela mãe, ela conta que desde os quatro anos de idade se arrumava para a folia, mas com fantasias de papel crepom e brilhos que pegava do barracão, devido às dificuldades financeiras da família.
A escassez de recursos nunca foi empecilho para curtir a festa de Momo, ela diz orgulhosa.
"Já cheguei até a ser apoio de carro, porque também não tinha condição de comprar fantasia e eu queria muito desfilar. Eu tenho um vínculo afetivo muito forte com essa época, que me deu base para ser hoje Rainha de Bateria", acrescenta.
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