Mas com o tempo, aquela estrela que homenageia a atriz Elisabeth Sparkle, personagem interpretada por Moore, racha e é danifica. É pisoteada e ignorada. Um homem passa por ela, deixa cair o hambúrguer e a estrela fica suja de ketchup.
A sequência, que dura apenas alguns minutos, define perfeitamente o tom do que virá e expõe os temas que serão abordados: juventude, beleza e pertencimento, e até onde as pessoas são capazes de ir para alcançar o que almejam.
Depois, o filme dá uma guinada bastante sombria.
Com mais de 50 anos e demitida de um programa de TV devido à baixa audiência, Elisabeth Sparkle faz de tudo para criar uma versão perfeita de si mesma.
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Um filme feminista sobre discriminação por idade e padrões de beleza não é algo incomum, mas o que torna este tão notável — e, ao mesmo tempo, horrível — é o que Sparkle usa para atingir seus objetivos.
A mulher passa por um misterioso processo de clonagem caseira — usando uma droga obtida clandestinamente — que faz com queonabet creamsósia, uma mulher jovem e alegre chamada Sue (interpretada por Margaret Qualley), surja deonabet creamcoluna vertebral como um filhote que sai da casca de um ovo.
Assim, ela consegue criar uma versão mais jovem e mais bonita de si.
No início, viver como seu alter ego garante tudo o que ela sempre quis. Mas não demora muito até que tudo desmorone.
E, assim, A Substância — dirigido pela roteirista e diretora francesa Coralie Fargeat — torna-se um filme de autêntico horror, perturbador, cheio de sangue e com um tom que causou tanta polêmica quanto despertou elogios.
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A atuação de Demi Moore
Em conversa com a BBC, Demi Moore disse que se sentiu atraída pelo roteiro do filme.
"Era completamente único, fora do comum, você percebia que era visualmente estimulante", disse a atriz.
"Ao mesmo tempo, não tínhamos ideia de como terminaria, o que o tornava ainda mais arriscado e saboroso", acrescentou.
O papel exigiu que a atriz de 61 anos aceitasse ser pouco glamorosa, para dizer o mínimo, destacando a beleza decadente deonabet creampersonagem envelhecida.
"De certa forma, eu senti que queria fazer isso", refletiu Moore.
"Parte do que o tornou interessante foi ir a um lugar tão cru e vulnerável, para realmente me desprender. E foi bastante libertadoronabet creammuitos aspectos".
Para o crítico de cinema da BBC, Nicholas Barber, "Moore não tem medo de parodiaronabet creamimagem públicaonabet creamseu melhor papel na tela grandeonabet creamdécadas".
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A diretora Coralie Fargeat contou à BBC que o processo de escolha do elenco foi um "grande desafio", mas que Moore "realmente entendeu o papel".
"Eu sabia desde o início que, com esse tipo de história, escolher uma atriz para abordar esses temas tão intensos, que ressoam tão próximo, seria realmente difícil", disse ela.
Fargeat, que estreouonabet cream2017 com o longa-metragem Revenge, disse que estava procurando uma atriz que "representasse a escala do papel que ela queria, alguém que se arriscasse a assumi-lo".
"E quando a ideia de Demi Moore surgiu, eu tinha certeza de que ela não gostaria de fazer isso, achei que seria muito assustador. Quando ouvi que ela reagiu positivamente ao roteiro, pensei: 'Meu Deus!'. Fiquei muito surpresa", acrescentou.
Margaret Qualley (que interpreta Sue, a dublê de Elisabeth Sparkle) tinha um desafio diferente: personificar alguém que deveria ser a própria perfeição.
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"Acho que (o filme) me deu uma proximidade comigo mesma que eu realmente valorizo", disse Qualley à BBC.
Para Demi Moore, "Margaret (Qualley) estavaonabet creamuma situação de maior pressão do que eu, porque ela tinha que ser mais perfeita. Eu me senti muito bem por poder parecer e aparecer um lixo!".
Um filme que é um 'tapa na cara'
Se você assistir A Substância, provavelmente terá uma sensação de conflito.
A primeira hora, mais ou menos, é exatamente o que o cinema deveria ser: ousado, original, cativante.
A segunda metade do filme não é necessariamente pior, mas a opinião dependerá deonabet creamtolerância a sangue.
A própria Qualley destacou que, numa épocaonabet creamque muitos diretores aclamados estão fazendo "filmes calmos e íntimos", ela gosta de como ele é "um tapa na cara".
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Alguns críticos deram 5 estrelas ao filme, incluindo Tim Robey do Telegraph, que escreveu: "A Substância é uma maravilha de thriller de terror satírico, às vezes hilário, às vezes comovente e às vezes grotesco".
"A Substância vai fazer você pensar, falar e se contorcer", acrescentou Anna Smith, da Rolling Stone.
"O horror corporal é levado ao limite, desafiando o espectador a continuar olhandoonabet creamvez de se esconder, se sentir infeliz ou até mesmo vomitar — todas as reações são perfeitamente possíveis", disse Smith.
Mas o filme não recebeu apenas elogios.
Kevin Maher, do jornal Times, chamou o filme de "pueril, inútil e intelectualmente enganoso", observando que alguns membros do público abandonaram a exibição no Festival de Cinema de Cannes.
Para o crítico de cinema da BBC Nicholas Barber, "durante a maior parte de suas duas horas, A Substância tem muito estilo, mas não muita substância".
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"Por mais divertido e brilhantemente estilizado que seja, A Substância parece um desperdício lento e superficial de uma premissa intrigante", diz ele.
Barber, no entanto, afirma que "a última meia hora delirante faz valer a pena".
"À medida que Elizabeth e Sue começam a ficar nervosas, o filme se torna mais divertido e desagradável até que finalmente floresceonabet creamuma película de monstros perturbados, inundada de sangue falso e com esquisitices de terror corporal", diz ele.
Poderia ganhar Oscar?
Especialistasonabet creamprêmios e reconhecimentos de cinema têm debatido se o filme poderia ter impacto na corrida pelo Oscar.
Sem dúvida a qualidade está presente no roteiro, na direção, na maquiagem, nos efeitos especiais, na trilha sonora e na atuação.
Muitos acreditam que Demi Moore,onabet creamparticular, merece algum reconhecimento da Academia, depois de uma longa carreira com créditos cinematográficos.
Mas A Substância pode parecer exagerado para alguns.
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Na entrevista à BBC, Demi Moore escolheu suas palavras com cuidado quando questionada sobre possíveis reconhecimentos.
"Sempre que você faz algo, você espera que tenha eco e um impacto, e certamente aprecio as coisas que convidam a pensar", disse ele.
O filme foi visto por muitos como um comentário sobre os absurdos padrões de beleza de Hollywood.
A diretora, Coralie Fargeat, garantiu que o filme "é sobre como as mulheres são e como tudo o que é projetado sobre elas desde cedo molda seu estado de espírito".
"Do ódio a si mesma e da sensação de que nunca se é boa o suficiente, bonita o suficiente, magra o suficiente, jovem o suficiente. Em cada idade, há algo que pode fazer você sentir que não está bem", acrescentou.
No entanto, Nicholas Barber afirma que haverá pessoas que encontrarão no filme motivos suficientes para valorizá-lo, enquanto outros evitarão vê-lo.
Mas, conclui, "ninguém o esquecerá".
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*Com informações do repórter de entretenimento da BBC Steven McIntosh e do crítico de cinema Nicholas Barber.
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