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Luis Gustavo não figurava no rol dos atores ecléticos, aqueles que desempenham com desenvoltura papéis completamente distintos -da lotofácil de quinta feiraentonação era praticamente a mesma para diferentes personagens, assim como seu gestual corporal. Mas o que distinguia Luis Gustavo era a verdade que imprimiada lotofácil de quinta feiracada figura que representava, algo tão especial que imediatamente cativava o espectador e garantia o sucesso de seu personagem.
Parece fácil, mas não é. Basta lembrar de Mário Fofoca, o desastrado detetive da novela 'Elas por Elas' (1982), que solucionava os casos muitas vezes na base da sorte. Criado para ser um personagem secundário, Mário Fofoca logo foi adotado pelos fãs, a ponto de, no auge deda lotofácil de quinta feirapopularidade, o autor da novela, Cassiano Gabus Mendes, ter a ousadia de dedicar um capítulo inteiro da novela àda lotofácil de quinta feirarotina - os demais personagens se tornaram coadjuvantes. O sucesso foi tamanho que inspirou ainda uma série na TV e um filme.
PublicidadeComo Mário Fofoca, Luis Gustavo exibia uma rara e convincente ingenuidade, que o impedia de perceber os erros que cometia e, por isso mesmo, o tornava tão especial. Estabelecer uma cumplicidade com o espectador é um trabalho de anos, de somatório de trabalhos, até chegar no momentoda lotofácil de quinta feiraque o ator tem no público seu aliado fiel. No cinemas, foram raras as figuras que ostentavam naturalmenteda lotofácil de quinta feiracredibilidade. James Stewart e Henry Fonda são dois exemplos: a dor que seus personagens sentiam era crível e compartilhada pelas pessoas.
Como Vanderlei Mathias, o Vavá, no seriado humorístico 'Sai de Baixo', Luis Gustavo apresentava o personagem que,da lotofácil de quinta feirameio a trambiqueiros e ingênuos, resistia e ainda lutava por uma situação ordeira, dentro da lei, mesmo que isso impedisse alguma vantagem. E o uso de suspensórios só reforçava a imagem de um homem equilibrado. Era preciso um ator como ele, que fosse ao mesmo tempo engraçado e justo.
Mesmo quando representava um malandro, como Beto Rockfeller, na novela do mesmo nome, de 1968, que revolucionou a teledramaturgia brasileira, Luis Gustavo criava a empatia comda lotofácil de quinta feiracomicidade, um tom coloquial que foi decisivo para estipular novos rumos da novela no País. Com seu estilo de uma pessoada lotofácil de quinta feiraque todos podem confiar, Luis Gustavo deu credibilidade, na arte, aos personagens de que todos gostam de amar.