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Fazer a cobertura jornalística de uma catástrofe exige união de forças. A Globo deslocou equipes da capital paulista para o Litoral Norte a fim de reportar os efeitos das chuvas recordes.
Mas o número de repórteres e cinegrafistas no local se mostrou insuficiente para acompanhar tantos fatos simultaneamente: acolhimento de sobreviventes, busca por corpos, reconstrução das áreas destruídas e a visita diária de autoridades.
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A direção do jornalismo acionou a Rede Vanguarda, afiliada da Globo no Vale do Paraíba, região do interior paulista próxima ao litoral. Inauguradajogo on line cartasagosto de 2003, a emissora pertence a dois nomes poderosos.
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, 87 anos, trabalhou na emissora de 1967 a 2001. Foi vice-presidente e braço-direito de Roberto Marinho.
Seu sócio é o filho mais velho, José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho, 61, diretor de programas de sucesso como ‘Big Brother Brasil’, ‘Caldeirão’ e ‘Domingão com Huck’.
Como a Rede Vanguarda transmite seu sinal para o Litoral Norte, seus profissionais estão acostumados a circular pelas cidades afetadas pelos deslizamentos e alagamentos.
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Repórteres como André Luis Rosa, João Mota e José Eymard passaram a produzir reportagens para telejornais de rede, a exemplo do ‘Jornal Hoje’ e ‘Jornal Nacional’.
Por morar razoavelmente perto, eles conseguem ir ao local, gravar e voltar para casa. Já os profissionais enviados de São Paulo precisam se hospedar no litoral.
A jornada tem sido longa. Exige esforço físico para acessar as áreas tomadas por lama e destroços. Requer também estrutura emocional.
Por mais que um jornalista esteja conectado com a missão de informar, é impossível ficar indiferente à dor das famílias enlutadas, ignorar a imagem de cadáveres sendo transportados e não se comover com pessoas desoladas por perder tudo.
Muitos deles vão às lágrimas atrás das câmeras. Há quem se emocione ao vivo. O repórter Walace Lara, da Globo São Paulo, segurou o choro ao relatar o depoimento de desabrigados e a ganância de comerciantes que cobravam R$ 93,00 por 1 litro de água.
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Como se fosse pouco, os jornalistas ainda correm o risco de ser agredidos, como aconteceu com a jornalista Renata Cafardo e o repórter fotográfico Tiago Queiroz, de ‘O Estado de S. Paulo’.
Eles foram empurrados, ameaçados e xingados de “comunistas” e “esquerdistas” por moradores de um condomínio de luxo. Nem uma tragédia humanitária sensibiliza os ignorantes radicalizados.
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