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Durante uma entrevista7sports apostas2012, o então presidente venezuelano Hugo Chávez previu que até 2019 seu país estaria produzindo seis milhões de barris de petróleo por dia.
Essa data chegou, e a produção venezuelana é uma parte muito menor do que o falecido presidente previu, e também está passando por um processo de queda incessante.
De acordo com o relatório mais recente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a extração de petróleo na Venezuela foi de 742 mil barris por dia7sports apostasjulho, pouco mais da metade da cifra de 2018 (1,35 milhão) e quase um terço do correspondente a 2017 (1,9 milhão).
A redução foi mais notável nas exportações, a partir das quais a Venezuela costumava embolsar nove7sports apostascada dez dólares que entravam no país.
Segundo dados da agência Bloomberg, as vendas de petróleo venezuelano caíram7sports apostassetembro para 495 mil barris por dia - o que significa um regresso a valores próximos aos de 1950, quando foi de cerca de 489 mil barris por dia.
Dados coletados pela ClipperData, empresa especializada7sports apostasmonitorar o transporte marítimo global de petróleo, confirmam a queda nas exportações de petróleo da Venezuela para 492 mil barris por dia.
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Esses números colocam a Venezuela atrás do Brasil e do México na exportação de petróleo a partir da América Latina.
Mas por que as expectativas de Chávez não se cumpriram?
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Greve geral e sanções americanas
"As exportações caíram principalmente devido à falta de produção na Venezuela e, mais recentemente, como resultado das restrições que os Estados Unidos impuseram ao país", diz Jorge Piñón, diretor do Centro de Políticas Internacionais de Energia e Meio Ambiente da Universidade do Texas, nos EUA.
O especialista atribui o declínio da produção também à "politização" da empresa estatal de petróleo PDVSA ocorrida durante o governo de Hugo Chávez.
"A companhia devia ter mantido uma gestão empresarial, comercial, com uma visão de longo prazo - e não política. A partir dessa politização, que começou7sports apostas2003, vem esse declínio", explica.
Em fevereiro de 2002, Chávez nomeou como presidente da empresa Gastón Parra, economista de esquerda especializado7sports apostaspetróleo - mas que era visto como alguém de fora.
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A gerência da estatal protestou na época contra a nomeação de outros dirigentes que, segundo as críticas, haviam sido alçados não por seus méritos, mas pela proximidade do governo.
O confronto escalou e, no final do ano, terminou7sports apostasuma greve geral que durou cerca de dois meses. Depois, Chávez demitiu cerca de 20 mil dos 35 mil funcionários da empresa.
O economista José Toro Hardy, que era um dos diretores da PDVSA até Chávez chegar ao poder, ressalta que outro fator que causou o declínio da produção foi a Lei de Hidrocarbonetos, aprovada7sports apostas2008.
Com esse regulamento, o governo mudou os termos das associações que tinha com empresas petrolíferas estrangeiras que operavam no país, expropriando algumas enquanto outras saíram após acordos.
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"Desde então, a produção está diminuindo. No ano passado e no ano anterior, houve uma forte redução; e7sports apostas2019, a situação ficou ainda mais complicada, principalmente pelas sanções aplicadas pelos Estados Unidos", diz Toro Hardy.
Com a intenção de sufocar economicamente o governo do presidente Nicolás Maduro, a quem considera ilegítimo, a Casa Branca aplica desde o início deste ano uma série de sanções contra a PDVSA. Isso desencorajou muitas empresas estrangeiras a trabalhar com a companhia venezuelana.
"Há cada vez menos navios-tanque dispostos a correr o risco de carregar petróleo da Venezuela", diz Toro Hardy.
O especialista explica que, com as dificuldades de exportar, a PDVSA passou a armazenar mais7sports apostasprodução7sports apostastanques e navios ancorados7sports apostassuas costas, mas aparentemente a capacidade de armazenamento foi atingida, de modo que não houve mais escolha "a não ser diminuir a produção".
Matt Smith, diretor de pesquisa de matérias-primas da ClipperData, atribui a queda nas exportações venezuelanas a "uma combinação de menor produção e declínio do interesse do mercado por seu petróleo de baixa qualidade".
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"Apesar disso, os barris ainda estão chegando à China, Índia e certos destinos na Europa. Apesar das sanções, Cuba ainda é também receptora (do petróleo venezuelano)", diz ele.
Citando estimativas do Refinitiv Eikon e dados internos da PDVSA, a Reuters disse nesta quarta-feira que as exportações de petróleo da PDVSA aumentaram ligeiramente7sports apostassetembro,7sports apostasparte devido a exportações para Cuba, mas não o suficiente para reduzir os grandes estoques acumulados.
Efeitos para o país: 'É terrível'
Toro Hardy destaca que a queda nas exportações de petróleo tem um forte efeito na economia venezuelana.
"Para o país, é terrível, porque quase 97% das divisas que entravam no país vinham do petróleo", aponta.
"Isso leva a uma situação muito complexa porque trata-se de uma economia que depende cada vez mais das divisas, já que o chavismo expropriou mais de seis milhões de hectares de produção agrícola que eram produtivas. Por isso, agora é preciso importar grande parte dos alimentos."
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O especialista diz que, se as vendas de fato tiverem caído abaixo de 500 mil barris por dia, isso consolida a saída do país do rolde países exportadores de petróleo mais importantes do mundo e entrada na categoria dos pequenos.
Jorge Piñón alerta para os riscos que essa tendência de queda persistente na produção e nas exportações acarreta.
"Isso tem um impacto crítico, porque se chegar a hora, e pode estar perto de ocorrer, de haver a necessidade de fechar os campos de petróleo, será muito difícil recuperar a produção anterior", afirma.
Piñón diz que, no segmento do petróleo, o fechamento de poços é considerado uma má decisão, porque, ao tentar reativá-los, eles nunca recuperam os níveis anteriores.
O especialista alerta ainda que, se essa trajetória for mantida, é possível que se chegue a um ponto7sports apostasque "a Venezuela não consiga mais produzir petróleo".
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"O único lugar7sports apostasque algo assim aconteceu foi na Líbia, mas foi devido a uma guerra, não por causa da má administração de um ativo", disse.
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