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Além da inestimável perda emocional, as mortes por covid-19 já enxugaram a renda potencial das famílias em R$ 14,3 bilhões por ano. Esse é o ganho que as pessoas de 20 anos ou mais que não resistiram à doença teriam, caso seguissem recebendo suas remunerações, na estimativa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Diferentemente da queda de renda provocada pela perda de um emprego, que pode ser recuperada no futuro, com novos empregos ou aumentos de salário, esses valores precisarão ser recompostos por outros membros das famílias, colocando-as sob o risco da pobreza.
PublicidadeOs cálculos do estudo, que está para ser publicado e foi obtido pelo Estadão/Broadcast, foram atualizados na quinta-feira, quando o total de mortos por covid-19 estavaaposta jogos da copa do mundo557 mil. Isso significa que a segunda onda da pandemia, que já matou mais neste ano do que a primeiraaposta jogos da copa do mundo2020, elevou as perdas da renda potencialaposta jogos da copa do mundo180%. A versão inicial do estudo, de janeiro, calculava as perdasaposta jogos da copa do mundoR$ 5,1 bilhões, levandoaposta jogos da copa do mundoconta o número de mortes registradas até meados de janeiro.
"Tem tanta gente desempregada, mas essas pessoas não necessariamente serão capazes de substituir no mercado de trabalho aqueles que morreram. Sem contar a questão humanitária. É um desastre", diz Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Ibre/FGV e responsável pelo levantamento.
O taxista carioca Márcio Antônio do Nascimento Silva, de 57 anos, teve que se reinventar financeiramente por causa da crise causada pela pandemia. Ele já enfrentava um drama de saúde com o filho mais velho, de 30 anos, e perdeu o filho do meio, Hugo, aos 25, para a covid-19,aposta jogos da copa do mundoabril do ano passado.
Nos primeiros meses da pandemia, além da tragédia familiar, o taxista ficou sem trabalhar. Conseguiu receber a primeira rodada do auxílio emergencial do governo federal, mas, sem os ganhos com o táxi, a renda familiar de Márcio caiu quase à metade. Ele moraaposta jogos da copa do mundoCopacabana, na zona sul do Rio, com a esposa, funcionária pública municipal, e o filho caçula, de 16 anos. Só que ele ajuda também a família do filho mais velho, vítima de uma paralisia parcial decorrente da chikungunya, que contraiuaposta jogos da copa do mundo2018. Com a morte de Hugo, passou a ajudar o neto, de 6 anos. De repente, se viu diante da necessidade de ajudar a sustentar três lares.
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