baixar o betnacional-Jogos do Irã na Copa são marcados por protestos devido às tensões que assolam o país

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Atletas e torcedores se manifestaram na estreia da equipe, diante da Inglaterra, e indicaram que conduta tende a se repetir no decorrer do torneio
22 nov 2022 - 19h39
(atualizadobaixar o betnacional23/11/2022 às 01h23)
Torcedores do Irã levam bandeira com os dizeres "mulher, vida e liberdade" (AFP)
Torcedores do Irã levam bandeira com os dizeres "mulher, vida e liberdade" (AFP)
Foto: Lance!

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A estreia do Irã na Copa do Mundo de 2022 não ficou marcada apenas pela goleada por 6 a 2 que a seleção sofreu para a Inglaterra. Houve sucessivos protestos tanto no campo quanto nas arquibancadas do Estádio Khalifa. O grupo do Irã desembarcou no Qatar convivendo com os os ecos de um momento turbulento do regime de uma linhagem mais conservadora que está no poder há 40 anosbaixar o betnacionalseu país de origem.

Professor de Relações Internacionais da Uerj, Paulo Velasco detalhou como o regime no qual os aiatolás (mais altos dignatários do Islamismo) têm presença importante na política continua a ter relevância no Irã.

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- É um regime que se perpetua muito pela capacidade de penetraçãobaixar o betnacionaltodas as esferas da sociedade. A religião é usada como instrumento para penetração e causa impactobaixar o betnacionaltudo: no cotidiano, nas atividades econômicas, na forma de se vestir. Isso tem um peso, uma dimensão hegemônica muito forte. Também há uma intimidação, que foi construída pela via da articulação de religião e política. A religião legitimou o regime dos aiatolás - afirmou ao LANCE!, acrescentando:

- Ao mesmo tempo, há uma capacidade coercitiva. É um regime que não tem pudorbaixar o betnacionalsilenciar opositores e criticos, como vemos agora nos protestos que acontecem no Irã...

O ESTOPIM

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O Irã viu uma grave tensão política ser desencadeadabaixar o betnacionalagosto, quando Mahsa Amini foi morta após ter sido presa. A jovem não havia coberto a cabeça com o véu, conforme mandam as leis no país para as mulheres. O episódio gerou intensos protestos dentro do país e a comunidade do futebol iraniano reagiu fortemente.

O professor de Relações Internacionais da Uerj contou o deu uma guinada e levou o país a adotar estes costumes.

- O ponto de partida foi a Revolução Iraniana de 1979, onde se pôs fim à monarquia do Xá Mohammad Reza Pahlevi, um político que estabelecia bom diálogo com o Ocidente. Com a Revolução, introduziu-se outro sistema no qual política e religião passaram a se confundir. Não chega a ser uma teocracia propriamente, como muitos caracterizam. Porém, sem dúvida nenhuma, há pouco mais de 40 anos, a influência religiosa no agir e no fazer política no Irã é imenso - afirmou.

Os protestos após a morte de Mahsa Amini têm a ver com uma outra característica forte iraniana.

- Há uma influênciabaixar o betnacionalespecial nestes protestos pelas críticasbaixar o betnacionalrelação ao vestuário, ao uso de véus e outras questões. Eles contestam a forma como o cotidiano passou a ser definido pelo rigor de uma religião islâmica embaixar o betnacionalvertente xiita - afirmou o professor de Relações Internacionais da Uerj, ressaltando:

- O Irã é o grande representante da religião xiita. Com isto, acabou-se impondo um conjunto amplo de restrições individuais e por força de imposições que acabam tendo uma visão mais religiosa do que política - completou.

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Desde 1981, nenhuma mulher tem a permissão para assistir a um jogo de futebol, mesmo que esteja acompanhada de um homem. Em 2019, o procurador-geral do país Mohamed Montezeri disse que se uma mulher assiste a homens com as pernas de fora praticando esportes estaria sendo guiada ao pecado.

- O aiatolá (atualmente Ali Khamenei) tem um poder político, não só religioso. Seu poder, muitas vezes, se sobrepõe ao do presidente iraniano - destacou Paulo Velasco.

Aos olhos do professor de Relações Internacionais da Uerj, a morte de Mahsa Amini deu margem para a revolta atual.

- A faísca da insatisfação geral foi a morte de Mahsa Amini. Porém, não são só os costumes que causam incômodo aos iranianos. Há uma crise econômica no país, que de alguma tem a ver com as sanções impostas pelos Estados Unidos. Estas sanções prejudicaram a economia do Irã, pois o país depende do petróleo e se viu esgarçado no seu dia a dia. Isso causou uma derrota dos moderados para o (atual presidente) Ebrahim Raisi, um político de linhagem mais conservadora. - disse Paulo Velasco.

REAÇÕES NA ARQUIBANCADA E SILÊNCIO EM CAMPO

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Jogadores do Irã não cantaram o hino (AFP)
Foto: Lance!

Pouco antes do início da partida do Irã e Inglaterra, sequências de sons e imagens (entre elas, vaias) chamaram atenção do mundo. Durante a execução do hino nacional, os atletas iranianos se mantiverambaixar o betnacionalsilêncio. Nas arquibancadas, bandeiras e cartazesbaixar o betnacionalfavor da liberdade feminina no país foram levantadas pelos milhares de iranianos presentes no estádio. Parte da torcida vaiou o próprio hino do Irã.

O silêncio do time durante o hino foi noticiado abertamente pela imprensa reformista iraniana, que definiu a atuação do time no primeiro tempo como uma humilhação. A agência de notícias pró-governo Fars não fez menção ao protestobaixar o betnacionaluma extensa cobertura do jogo.

Velasco apontou algumas nuancesbaixar o betnacionalrelação aos protestos que os iranianos fizerambaixar o betnacionalcampo.

- Trata-se de uma demonstração de crítica que, certamente, não pegou nada bem aos olhos do regime. O regime atual não gosta de ser desafiado, esta foi uma crítica a tudo o que está acontecendo no Irã. Foi exposto para o mundo um sinal claríssimo de tudo o que ocorre no país. Este protesto ganha mais proporção quando acontecebaixar o betnacionaluma Copa do Mundo, com seu alcance midiático.

A COMUNIDADE ESPORTIVA EXPÕE OPINIÕES SOBRE AS TENSÕES

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Astro do futebol iraniano, Sardar Azmoun se manifestou por diversas vezes nas redes sociais com mensagens contra o governo. Ídolos do passado como Ali Karimi, que jogou no Bayern de Munique, também demonstrou apoio à causa feminina no país.

Principal jogador do futebol iraniano nos anos 2000, o ex-meia é um dos que protestam contra a proibição de mulheres frequentarem estádios. Após a morte de uma torcedora que foi disfarçada para ver uma partida de seu time de coração, ele pediu para que o público boicotasse os estádios iranianos. O capitão da seleção na época também se pronunciou dizendo que o banimento se dava por ideias ultrapassadas e vergonhosas.

As reações foram além da causa feminina. Recentemente, na cidade curda de Mahabad, que foi invadida pelo exército do país, 11 pessoas morreram, segundo relatos. Soldados chegarambaixar o betnacionalveículos blindados e atirarambaixar o betnacionalprédios, no que foi descrito como uma forma de lei marcial.

O treinador da seleção de futebol, Carlos Queiroz, dissebaixar o betnacionaluma coletiva de imprensa que os atletas iranianos são livres para se manifestar, independentemente dos riscos envolvendo o relacionamento dos jogadores com a federação.

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Em entrevista antes do jogo, Ehsan Hajsafi, o capitão iraniano, abriu suas falas dizendo "em nome do deus do arco-íris". A frase foi proferida por um menino Kian Pirfalk, de dez anos, morto por forças de segurança iranianas.

No fim de semana, o chefe da federação de boxe, Hossein Souri, e dois boxeadores da equipe juvenil não conseguiram retornar ao Irã combaixar o betnacionalequipe. Com isto, buscaram asilo político. O fato levou o jornal conservador Kayhan a exigir que as autoridades tomassem mais cuidado ao examinar altos funcionáriosbaixar o betnacionalfederações desportivas.

Nos últimos tempos, o governo do Irã tem liberado a presença de mulheresbaixar o betnacionalalguns jogos, principalmente, da seleção iraniana. A FIFA também promete contribuir para ajudar nesta questão, mas a aberturas casuais são consideradas, na maioria das vezes, como uma demonstração de estabilidade às autoridades globais.

Enquanto isto, a situação no território iraniano segue uma incógnita. Especialistabaixar o betnacionalRelações Internacionais, Paulo Velasco ainda crê que falte um longo caminho até o Irã chegar a um desfecho mais moderado.

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- Muitos entendem os protestos atuais como o início do fim do atual regime. Mas para isso, é necessário um apoio mais amplo tanto da sociedade quanto de segmentos da própria política do Irã ou da religião. Eles têm de reconhecer que é um momento de transição, que garanta maiores direitos às mulheres. Senão, continuaremos a ver movimentos que têm um peso significativo, mas do outro lado haverá repressões violentas, como tem sido atualmente caso - e frisou:

- O regime iraniano não se preocupa com críticasbaixar o betnacionalfóruns multilaterais, com direitos humanos. Não é por aí que eles vão se dobrar - completou.


Fontes de referência

  1. site da blaze oficial
  2. giros grátis bet365
  3. blaze cin

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