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Não é sóbwin baixarcampo que o Brasil espera fazer bonito na primeira Copa do Mundo realizadabwin baixarum país do Oriente Médio. Fora dele, um time de cerca de 300 brasileiros vem ajudando a construir o torneio no Catar nas mais diferentes funções ebwin baixarcargos de liderança. São profissionais que adquiriram experiência na realização de megaeventos esportivos e culturais no Brasil e hoje, viajam pelo planeta como mão de obra especializada na Fifa, no Comitê Organizador Local nos torneios ebwin baixarempresas privadas de logística, hospitalidade, marketing esportivo e consultoria. Alguns vivem por lá desde antes de o emirado ser escolhido como país-sede do Mundial. Outros chegaram recentemente.
A carioca Patrícia Rezende, de 60 anos, ama tanto uma Copa do Mundo que resolveu nascer no ano de uma delas. Foi na edição do Chile,bwin baixar1962, que ela veio ao mundo e herdou a paixão pelo torneio do pai, João. Por 40 anos, trabalhou e teve uma empresa de turismo e eventos e,bwin baixar2019, decidiu que queria ser mais autônoma. "A primeira Copa que fiz in loco foi a da Itália,bwin baixar1990, trabalhando com logística de acomodação.
Quatro anos atrás, conversando com amigos sobre meu desejo de trabalhar mais por conta, recebi o convite para trabalhar na Pretorian Logística, empresa brasileira com sedebwin baixarDoha e que possui uma frota de mil veículos de luxo (carros e vans) para o transporte de clientes durante o Mundial."
A gerente de projetos explica que a operação da empresa é toda feita por brasileiros e para dar conta da alta demanda, cadastraram 1.200 motoristas, sendo dez vindos do Brasil, com três mulheres que dirigem vans no Rio de Janeiro, e países da África e da Ásia. "Temos um desafio enorme aqui porque os clientes não precisam ser levados apenas aos jogos. Muitos terão reuniões de negócios no Catar, querem se deslocar para restaurantes, experiências. Imagine manter uma frota desse tamanho de veículos abastecidos, limpos e com manutençãobwin baixardia num curto espaço de tempo?".
Segundo ela, a expertise nacionalbwin baixartransportes, como receptivo e ônibus, por exemplo, joga a favor e tem ajudado a mudar a infraestrutura dentro do Catar. "A empresa investebwin baixarpessoas que já estiverambwin baixaroutros eventos internacionais e que possam ajudar na construção do torneio. A força de trabalho do país vem dos imigrantes e isso é o que toca o país."
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Em relação às diferenças culturais com os árabes, Patrícia reflete que é importante respeitar as normas impostas pelo islamismo e que se sente bem lá. "Existem os momentos de reza, por exemplo. É algo novo para nós e como temos motoristas muçulmanos, estamos buscando soluções para que ele não precise parar uma viagem no meio para praticarbwin baixarfé e o passageiro precisar esperar 40 minutos para seguir".
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Construção e contratações
O Catar também conta com o suporte de outras empresas nascidas com DNA 100% brasileiro, como a Arena, que conta hoje com 100 funcionários no país do Golfo Pérsico, e operabwin baixarduas frentes: Com funcionários que trabalham internamente e outros que são recrutados para operações de clientes, como o Comitê Organizador Local. O negócio surgiubwin baixar2007, e começou a ganhar corpo a partir da sociedade entre o engenheiro Pedro Lima e o arquiteto Carlos de la Corte, ambos de São Paulo.
Carlos, que possui doutoradobwin baixararquitetura esportiva de megaeventos, trabalhou nos Jogos Pan- Americanos do Rio, Copa de 2014 e Comitê Local da Olimpíada de 2016 nas áreas de instalações temporárias, como tendas e pisos. Ele conta que prestou consultoria ao Mundial sub-17 e Copa América de 2019, ambos realizados no Brasil, e no Comitê da Copa da Rússia. Enquanto o Catar preparavabwin baixarcandidatura para concorrer como sede do torneio de 2022, também foi consultor da Fifa na revisão dos projetos dos oito estádios.
Já Pedro, que vivebwin baixarterras catarianas desde 2013, quando foi convidado a trabalharbwin baixaruma companhia de engenharia, vem atuado na construção da infraestrutura do atual país-sede da Copa do Mundo, como o Aeroporto de Doha, o novo porto e rodovias que precisam sair do zero para conectar o Catar de norte a sul. O aeroporto atrasou 10 anos para ser entregue. Essa é uma Copa muito diferente, pois quase tudo precisou ser construído aqui recebê-la. Quando cheguei aqui, as condições de trabalho dos chamados de blue color, o trabalhador assalariado, eram pouco favoráveis", aponta.
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O engenheiro conta que, por conta da mobilização internacionalbwin baixarapontar que era preciso criar estruturas mais dignas, o Catar reformou a legislação trabalhista para oferecer melhores oportunidades para que os trabalhadores pudessem desenvolver melhor suas funções. "O país vai tem ainda pelo menos mais dez anos de agendabwin baixarsediar grandes eventos, como os Jogos Asiáticos,bwin baixar2030, e espero que esse avanço fique de legado."
Os dois profissionais, junto da gerente carioca de RH da empresa, Bianca Berenguer, trabalhambwin baixarparceria com o Comitê Organizador Local para fornece mão de obra especializada nos setores de realização de serviços, como estruturas para a mídia e segurança, por exemplo. "O brasileiro é um profissional de excelência quando se falabwin baixarmegaeventos esportivos. Aqui, atuamos nas áreas de alimentação, TI, simulação de fluxo de multidões nos estádios, planejamento de transporte, estratégia de ingressos."
Bianca, que vive no Oriente Médio desde 2017, com experiência na Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, ressalta que nunca teve problemasbwin baixartrabalhar por lá sendo mulher e estrangeira. "O brasileiro abraça as outras culturas e se você respeitar o modo de vida deles, é tranquilo conviver. Os catarianos são abertos ao diferente, mas querem manter suas tradições. Sempre reforço isso aos profissionais do Brasil e outros países que vamos contratar. Nós temos jogo de cintura e essa característica ajuda porque aqui muita coisa muda de última hora,bwin baixarrelação a custos, decisões. Essa Copa evidenciou isso e espero que nossa mão de obra especializada possa seguir contribuindo com os eventos mundo afora."
Made in Brazil
A entidade máxima do futebol também valoriza a mão de obra especializada formada no Brasil. O mineiro Ricardo Trade, que é descendente de libaneses, esteve sete vezes no Catar como consultor do Comitê Local antes de assumir a função de chefe executivo de operações do torneio,bwin baixarjunho de 2021. "Cuido, junto com uma equipe, desde operações nos estádios, como entrada e saída de torcedores, de mídia, de segurança, logística e alimentação. É uma área incrível e há gente do mundo inteiro ajudando."
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Ricardo conta que,bwin baixar2010, na primeira vezbwin baixarque esteve no país, até hoje, houve um salto enorme na infraestrutura local, como a construção do metrô, investimentobwin baixarasfalto de qualidade e na entrega do Aeroporto de Doha, considerado o melhor do mundo. "Há muita gente boa aqui e esse intercâmbio com os brasileiros é ótimo, pois temos muita capacidade e aprendemos, desde cedo, a improvisar". O executivo, que fez curso de negociaçãobwin baixarHarvard, diz que é preciso ser prático e razoáveis com os catarianos que ocupam cargos de liderança no torneio e no governo. "É preciso escolher as brigas que você vai comprar. Há uma cultura bastante enraizada aqui e você precisa respeitar os costumes locais."
Ele, que vivebwin baixarDoha com a mulher, Ana Maria, e o filho, Mauricio, que trabalha na área de acomodações do Comitê Organizador Local, conta que a presença de outros brasileirosbwin baixarcargos-chave na Copa, como Flavia Dias, gerente de TI, Estevão Sanches, gerente do Aeroporto de Doha e Daniel Robles e João Aguiar, gerentes do Estádio da Educação e o 974, respectivamente. Há também lideranças nas áreas de Voluntários e Fan Fest que tem ajudado a dar o toque brasileiro ao torneio e no dia a dia de trabalho.
O mineiro acredita que o país está pronto para o dia 20, com os estádios sendo entregues e testados com antecedência, além de o grosso da infraestrutura estar funcionando plenamente. Há pontos mais sensíveis, como a oferta de acomodação, e como evitar conflitos de torcidas rivais circulando dentro de um espaço pequeno. "A fase de grupos deve trazer esse desafio para nós, pois o volume de pessoas aqui será maior."
Viajando e trabalhando pelo mundo
Bruno Miguel e Victoria Farina vivem como nômades desde 2016. Antes de chegarem ao Catar para um frila na Copa, rodaram e trabalharam na Ásia e Europa. O casal paulistano, com experiênciabwin baixarcruzeiros, atuou no setor de hospitalidade na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016. Também estiveram Rússia,bwin baixar2018, e iam aos Jogos de Tóquio, no Japão, mas precisam cancelar os planos por causa da pandemia da covid-19. No emirado, cuidam da recepção de hóspedes do mundo inteiro.
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Ambos trabalham bastante de forma remota ebwin baixarjornadas que chegam a 15 horas por dia, pois ainda administram um negócio próprio no Brasil à distância. Pelo fato de viverem uma vida mais nômade, eles acreditam que têm facilidade para se adaptarem rápido a mudanças culturaisbwin baixarum curto espaço de tempo. "Aprender algumas palavras no idioma local te ajuda a abrir portas. A temperatura muda bastante aqui e é sempre bom ter uma roupa de frio, pois as noites esfriam com rapidez. A comida é boa e variada, o povo é silencioso e destoa dos arranha-céus, luzes e estrutura barulhenta", conta Bruno.
Ele pontua que a questão de como funcionará o transporte público para o Mundial ainda não está clara, mas acredita que esta semana esse fato seja esclarecido pelas autoridades catarianas. O casal não conheceu nenhum local, pois eles são bem reservados. "Convivemos com estrangeiros da África, de outros países árabes e asiáticos até agora. Eles estão animados e não veem a hora de a Copa começar. O pessoal gosta muito do Brasil aqui."