qual jogo de aposta paga mais-Majed Abu Maraheel: o primeiro atleta a carregar bandeira palestina na Olimpíada, que morreuqual jogo de aposta paga maisGaza
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Em 19 de julho de 1996, o corredor Majed Abu Maraheel fez história ao participar da cerimônia de abertura das Olimpíadas carregando a bandeira palestina. Mas o caminho até aquele momento foi longo e complexo.
Margarita Rodríguez - BBC News Mundo
25 jul2024 - 07h32
(atualizadoqual jogo de aposta paga mais26/7/2024 às 14h56)
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Em 19 de julho de 1996, lágrimas de felicidade caíam quando Majed Abu Maraheel entrou no Centennial Olympic Stadium,qual jogo de aposta paga maisAtlanta, carregando uma bandeira palestina gigante.
Era a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos e, àqual jogo de aposta paga maisfrente, um membro da equipe organizadora carregava uma placa que dizia: Palestina.
Sua entrada foi anunciada por duas vozes, uma feminina e outra masculina. Nunca antes isso havia acontecido.
Mais de 80 mil pessoas no estádio viram Maraheel, enquanto milhões o acompanhavam de suas casas ao redor do mundo.
"Foi um marco significativo para a Palestina, não sóqual jogo de aposta paga maistermos de esporte, mas dequal jogo de aposta paga maisreivindicação territorial e nacional como país, porque pela primeira vez apareceuqual jogo de aposta paga maistodas as televisões: Palestina", diz o professor Javier González del Castillo, do Centro de Estudos e Pesquisa Olímpica da Universidade Europeia, à BBC Mundo, o serviço de notíciasqual jogo de aposta paga maisespanhol da BBC.
"Aquele momento foi um símbolo do povo palestino emqual jogo de aposta paga maisluta pelo reconhecimento internacional", acrescenta.
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Conheça a história do primeiro porta-bandeira palestinoqual jogo de aposta paga maisuma Olimpíada, que morreuqual jogo de aposta paga maisjunho passado.
"Nos quase 25 anos que conheci Majed, nunca ouvi ninguém pronunciar uma palavra negativa sobre ele, nem que uma palavra negativa saísse dequal jogo de aposta paga maisboca. Esta é uma façanha impossível no conflito entre Israel e Palestina", diz o historiador San Charles Haddad à BBC Mundo.
"Seu histórico de relações interpessoais e comunitárias permite compreender quão excepcional era Majed como pessoa e entender a perda que representaqual jogo de aposta paga maismorte, não só paraqual jogo de aposta paga maiscomunidade, mas para o mundo", completa.
'Já ganhamos medalha de ouro'
Poucos dias após a abertura dos jogos de Atlanta, o jornalista Mark Sherman escreveu no jornal americano The Atlanta Journal que Maraheel não estava preocupado com medalhas, nemqual jogo de aposta paga maiscompetir com os melhores corredores dos 10 mil metros do planeta.
O que movia o atleta de 32 anos era chegar a tempo ao estádio para participar na eliminatória que o transformou no primeiro palestino a competirqual jogo de aposta paga maisuma Olimpíada com a bandeira palestina.
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"Já ganhamos a medalha de ouro por estarmos aqui", afirmou.
Em uma entrevista com Sherman, Maraheel levantou a manga direita e mostrou uma cicatriz de uma ferida causada por uma bala israelense.
Para ele, a presença palestinaqual jogo de aposta paga maisAtlanta ajudaria a "curar feridas e apagar algumas imagens amargas do passado".
Ao jornal americano The New York Times, ele enfatizou que qualquer confronto nos Jogos Olímpicos entre israelenses e palestinos seria "uma luta de paz".
A reportagem de Judith Miller, publicadaqual jogo de aposta paga mais4 de abril de 1996, foi intitulada,qual jogo de aposta paga maistradução livre, "Para o corredor palestino, levar a bandeira é glória suficiente".
Maraheel ficouqual jogo de aposta paga mais21º lugar emqual jogo de aposta paga maissérie classificatória.
'Trabalhador e humilde'
Maraheel nasceuqual jogo de aposta paga mais1963, no campo de refugiados de Nuseirat,qual jogo de aposta paga maisGaza, onde seus pais chegaram após fugir de Beersheba, cidade no sul de Israel.
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O jornalista esportivo Dudley Doust foi ao centro da Faixa de Gaza para conhecerqual jogo de aposta paga maishistória.
"Quando trabalhava como operárioqual jogo de aposta paga maisIsrael, Majed Abu Maraheel mantinha-sequal jogo de aposta paga maisforma trotando diariamente dequal jogo de aposta paga maiscasa na Cidade de Gaza até o posto de controle fronteiriçoqual jogo de aposta paga maisErez, cerca de 20 quilômetros ao norte", escreveu Doust no jornal britânico Sunday Telegraph, pouco antes das Olimpíadas,qual jogo de aposta paga mais24 de março de 1996.
O atleta contou que, após ganhar uma corridaqual jogo de aposta paga maisum festival esportivo, Yasser Arafat, então presidente da Autoridade Palestina, lhe entregou um prêmio e perguntou o que ele fazia.
Maraheel respondeu que trabalhavaqual jogo de aposta paga maisuma estufa de floresqual jogo de aposta paga maisIsrael e que, quando havia problemas, era "bom correndo rápido e encontrando um refúgio seguro".
Arafat sorriu e disse: "No futuro você será meu guarda-costas pessoal quando eu estiverqual jogo de aposta paga maisGaza".
E assim foi: ele se tornou um dos guardas do segundo anel de proteção de Arafat, gostando especialmente desse trabalho por lhe dar tempo para treinar.
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Esporte como 'terapia'
Maraheel acreditava no esporte "pelo esportequal jogo de aposta paga maissi", diz Haddad.
"Ele adorava correr, sei que foi uma forma de terapia para ele".
Emboraqual jogo de aposta paga maiscarreira esportiva tenha começado como jogador de futebol no Al Zaytoon Club de Gaza, seu destino era outro.
"Apesar de crescerqual jogo de aposta paga maisum ambiente de ocupação e conflito, desenvolveu uma paixão pelo atletismo. Através da perseverança e do treinamento improvisado nas ruas de Gaza, conseguiu se destacar", assinala González del Castillo.
Emqual jogo de aposta paga maisrotina diária, incluía corridas pela praia e, assim, consolidou-se como o corredor mais rápido nas competições locais.
Quando Sherman perguntou quão diferentes eram as instalações esportivas de Atlanta e as da Faixa de Gaza, ele respondeu: "Do céu à terra".
"Nunca teve nem tem treinador", escreveu Judith Miller, "nem sapatos adequados para correr".
Mais que um corredor
Haddad lembra de ter lido aquele artigo do The New York Timesqual jogo de aposta paga mais1996.
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A história de Maraheel lhe causou "uma grande impressão", diz o historiador, de pai palestino e mãe americana.
Ele mesmo queria competir como remador pelos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Sydney,qual jogo de aposta paga mais2000, e depois considerou fazê-lo com a bandeira palestina.
"Esse trabalho me levou a Gaza,qual jogo de aposta paga mais2000, quando conheci brevemente Majed".
Entre 2002 e 2004, ele viveu lá, o que lhe permitiu estabelecer uma amizade com Majed.
"A última vez que falei com ele sobre Atlanta foi há 20 anos, quando eu moravaqual jogo de aposta paga maisGaza", lembra Haddad. "O que lembro é de ter a sensação de que ele compreendia a importância histórica de seu papel".
Além de seu desempenho esportivo, Haddad acredita que outro elemento foi levadoqual jogo de aposta paga maisconsideração paraqual jogo de aposta paga maisescolha como porta-bandeira: "Sua humildade. Ele não era grandioso, mas uma pessoa leal,qual jogo de aposta paga maisquem se podia confiar, não era alguém que estava tentando avançar dentro do sistema do partido".
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Haddad faz alusão ao Fatah, organização política fundada por Arafat nos anos 50, pela qual Maraheel tinha simpatia.
"Ele aceitou seu papel na história com graça e humildade e com um sentido de serviço não só para os palestinos: ele realmente acreditava no ideal olímpico".
Longo processo
Por trás daquele instantequal jogo de aposta paga maisque Maraheel levou a bandeira palestina havia um caminho longo e complexo.
Desde os anos 70, houve pedidos por parte da liderança palestina para que o Comitê Olímpico Internacional (COI) reconhecesse o Comitê Olímpico Palestino (COP), o que ocorreuqual jogo de aposta paga mais1993.
E o momento finalmente chegou.
"Era a primeira vez que nossa bandeira era erguida nos Jogos Olímpicos e choramos lágrimas de felicidade", disse Omar Ali, então secretário-geral do COP, no documentário da BBC Our Greatest Hopes, Our Worst Fears: The Tragedy of the Munich Games ("Nossas maiores esperanças, nossos maiores medos. A tragédia dos Jogos de Munique",qual jogo de aposta paga maistradução livre).
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Para Ibrahim Awad, professor de assuntos mundiais na Universidade Americana do Cairo, no Egito, aquele momento "foi, sem dúvida, uma expressão da reafirmação da identidade palestina", mas também um marco histórico no mundo árabe.
"A questão palestina é uma questão árabe desde os anos 20, 30 e 40. Não se restringe aos palestinos. Por décadas, o conflito tem sido chamado de árabe-israelense", diz ele à BBC Mundo. "O COI deve ser saudado por permitir que a fraternidade representada pelo movimento olímpico se personificasse".
A dor de Munique
A presença de uma delegação palestinaqual jogo de aposta paga maisAtlanta foi muito polêmica devido ao ocorrido nos Jogos Olímpicos de Muniquequal jogo de aposta paga mais1972, quando 11 atletas e treinadores israelenses, além de um policial alemão, morreramqual jogo de aposta paga maisum atentado perpetrado por oito membros do grupo palestino Setembro Negro.
"Foi uma época muito sombria", disse Maraheel no artigo de Miller. "Viramos a página e há paz. E eu correrei por essa paz, paz e apenas paz".
Haddad escreveu The File: Origins of the Munich Massacre ("O Arquivo: Origens do Massacre de Munique",qual jogo de aposta paga maistradução livre), uma investigação baseadaqual jogo de aposta paga maismilhares de documentos de arquivo que conta a história do Comitê Olímpico Palestino (COP).
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No livro, ele reflete sobre a participação de Maraheel na cerimônia de abertura das Olimpíadas.
"Ao levar pela primeira vez a bandeira palestina ao estádio, é difícil descrever o sentimento de redenção e esperança que encheu os corações de muitos israelenses e palestinos, respectivamente", escreveu o historiador.
Nas arquibancadas estavam os filhos das vítimas de Munique, que aplaudiram de pé a entrada de Maraheel e da delegação palestina.
Anouk Spitzer, filha do esgrimista olímpico Andre Spitzer, que morreu no atentado, lembrou esse momento no documentário da emissora americana ABC Sports.
"Queríamos mostrar ao mundo que as coisas podem ser diferentes e que é assim que deve ser", disse. "Os Jogos Olímpicos... não deveriam ser sobre pessoas sentadas, amarradasqual jogo de aposta paga maisum quarto, aterrorizadas e horrorizadas, voltando para casaqual jogo de aposta paga maiscaixões."
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Ela acrescentou: "Este ato de reunir pessoas é a ideia olímpica e nós, os filhos dos 11 de Munique, podemos seguirqual jogo de aposta paga maisfrente e respeitar essas pessoas que são atletas, e depois disso, também são palestinos, mas antes de tudo são atletas e lhes temos respeito".
A comunidade judaicaqual jogo de aposta paga maisAtlanta organizou uma solenidadequal jogo de aposta paga maishonra às vítimas do ataque e convidou a delegação palestina.
"Eles se reuniram com as famílias dos falecidosqual jogo de aposta paga maisMunique. Majed participou desses encontros", diz Haddad.
A filha de Yossef Romano, outro atleta que morreu no atentado, fez um discurso, após o qual um membro da delegação palestina se aproximou e lhe deu um beijo na testa.
"Foi muito emocionante", disse Oshrat no documentário.
O treinador
A presença de Maraheelqual jogo de aposta paga maisAtlanta também inspirou crianças e jovens palestinos a seguirem seus passos no esporte, diz González del Castillo.
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"Após os Jogos Olímpicos, ele continuou contribuindo para o desenvolvimento do atletismo na Palestina, treinando futuros talentos e promovendo a participação palestinaqual jogo de aposta paga maiscompetições internacionais".
Ele preparou atletas para as Olimpíadas de 2008 e 2012. Nader el Masri, pupilo de Maraheel, foi o porta-bandeiraqual jogo de aposta paga maisPequim 2008, e o judoca Maher Abu Rmilah recebeu a honraqual jogo de aposta paga maisLondres 2012, com Maraheel ao fundo, como membro da delegação.
"Seu legado perdura como um lembrete do potencial e da determinação do povo palestino, além das limitações impostas pelo conflito político e militar".
Haddad, que fundou a Federação Palestina de Remoqual jogo de aposta paga mais1998, costumava levar seus atletas para correr no campo esportivo da Cidade de Gaza, onde frequentemente encontrava Maraheel treinando comqual jogo de aposta paga maisequipe de atletismo.
"Ele era muito querido pelos atletas. Treinava e liderava com respeito, nunca levantava a voz. Quando seu filho foi feridoqual jogo de aposta paga maisum dos principais conflitos passadosqual jogo de aposta paga maisGaza, liguei para ele e conversamos. Ele não disse uma palavra negativa sobre o ocorrido ou sobre os israelenses. Não era uma pessoa que falava com raiva".
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Em uma declaração enviada à BBC Mundo, o COP indicou que, desde 2017, Maraheel desempenhava funções administrativas focadas no desenvolvimento de novos atletas e na organização de cursos para treinadores, árbitros e oficiais.
"Abu Maraheel encarnava uma ética nobre, cooperação e altruísmo. Muitas vezes, ele mesmo preparava os campos de treinamento".
O fim
Em junho de 2024, aos 61 anos, Maraheel faleceu.
Segundo o COP, durante o recente conflitoqual jogo de aposta paga maisGaza, "Abu Maraheel, que não tinha problemas de saúde prévios, desenvolveu infecções graves causadas pela desnutrição e pelo deslocamento de seu lar no campo de refugiados de al Nuseirat".
"Isso provocou uma insuficiência renalqual jogo de aposta paga maisum momentoqual jogo de aposta paga maisque não havia tratamento médico disponível. Tragicamente, apesar de uma breve recuperação,qual jogo de aposta paga maiscondição se deteriorou e ele caiuqual jogo de aposta paga maiscoma antes de falecer".
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Após o ataque do Hamas a Israelqual jogo de aposta paga mais7 de outubro, que deixou 1.200 mortos e 252 sequestrados, Israel lançou uma ofensiva para destruir o Hamas e resgatar os reféns, resultandoqual jogo de aposta paga maismais de 38.900 mortos e mais de 70.000 feridosqual jogo de aposta paga maisGaza, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Organizações de ajuda humanitária alertam que o sistema de saúdequal jogo de aposta paga maisGaza está entrandoqual jogo de aposta paga maiscolapso.
A escassez de medicamentos e suprimentos médicos, juntamente com a falta de combustível, representa um risco "catastrófico", segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo um comunicado da ONU de 5 de julho, "os cortes de eletricidade afetam unidades de neonatologia, diálise e cuidados intensivos nos hospitais, colocando vidasqual jogo de aposta paga maisperigo".
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