1xbet 50.com-Como caso Daniel Alves inspirou lei de combate à violência sexual contra mulheres1xbet 50.combares e boates no Brasil

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Enquanto a Espanha julga ex-jogador brasileiro - acusado de estuprar uma mulher1xbet 50.comuma boate, o que ele nega -, Brasil tem desafio de colocar1xbet 50.comprática lei inspirada1xbet 50.comexperiência de Barcelona.
7 fev 2024 - 15h50
(atualizado às 16h40)
Daniel Alves é acusado de estuprar mulher1xbet 50.comboate de Barcelona; ele nega
Daniel Alves é acusado de estuprar mulher1xbet 50.comboate de Barcelona; ele nega
Foto: Reuters / BBC News Brasil

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Duas semanas após a justiça espanhola determinar a prisão preventiva do ex-jogador de futebol brasileiro Daniel Alves,1xbet 50.com2023, um projeto de lei inspirado no caso foi apresentado no Congresso brasileiro.

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Agora, um ano depois, a Espanha julga Daniel Alves — acusado de estuprar uma mulher1xbet 50.comuma boate de Barcelona, o que ele nega —, e o Brasil enfrenta o desafio de colocar1xbet 50.comprática o protocolo "Não é Não", que foi inspirado na experiência espanhola.

A lei brasileira determina regras que estabelecimentos como bares e casas de show devem seguir para prevenir violência contra a mulher e proteger vítimas — inclui treinamento de funcionários e acionamento da polícia (veja mais detalhes abaixo). As medidas valem para a proteção de clientes e funcionárias.

Depois da aprovação por parlamentares, a lei foi sancionada no fim de dezembro e entra1xbet 50.comvigor 180 dias depois — ou seja, estará valendo no segundo semestre de 2024.

Ao mesmo tempo, iniciativas estaduais e municipais também têm sido aprovadas para prever procedimentos para prevenir assédio sexual1xbet 50.comestabelecimentos.

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Especialistas ouvidas pela reportagem concordam que o caso Daniel Alves estimulou diferentes iniciativas no Brasil — um "divisor de águas", nas palavras da promotora do Ministério Público de São Paulo Fabíola Sucasas.

Apontam, no entanto, que a conscientização sobre violência sexual e a demanda por mudança de cultura e de comportamento já vinha acontecendo no país.

A BBC News Brasil conversou com a autora do projeto de lei e com especialistas que explicam os avanços conquistados, apontam críticas e dizem quais os principais desafios para as regras virarem prática.

'Totalmente inspirado'

Lei brasileira foi inspirada pelo caso Daniel Alves
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), autora da proposta que virou lei, diz que o projeto foi "totalmente inspirado" no caso de Daniel Alves.

"A situação muito grave que aconteceu na Espanha nos alertou para a inexistência no Brasil de um protocolo de atendimento às situações de violência e importunação sexual1xbet 50.comcasas noturnas."

A deputada diz que o Legislativo brasileiro se inspirou no protocolo de Barcelona "para guarda de provas, chamamento da polícia e proteção à vítima".

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O protocolo brasileiro determina que estabelecimentos como bares e boates devem ter pessoas preparadas para aplicar as regras, ter cartazes que mostram como pedir ajuda à equipe, além de chamar a polícia e colaborar com investigações (veja mais detalhes abaixo).

No caso Daniel Alves, especialistas apontam que a boate onde teria ocorrido o caso de violência sexual seguiu um protocolo chamado No Callem, (Não se calem,1xbet 50.comtradução livre), criado1xbet 50.com20181xbet 50.comBarcelona para combater assédio ou violência sexual.

A mulher de 23 anos que afirmou ter sido estuprada por Daniel Alves na madrugada de 31 de dezembro de 2022 foi vista chorando por um segurança do local, que a levou para uma sala reservada e aplicou as regras de atendimento, segundo relatos.

A polícia foi chamada e coletou provas. A vítima foi levada para o hospital — e foi destacada a rapidez do exame de corpo de delito.

Daniel Alves foi preso preventivamente menos de um mês depois.

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A justificativa do projeto de lei brasileiro cita que foi a aplicação do protocolo pela casa noturna que "assegurou à jovem de 23 anos ser retirada de imediato do local e levada de ambulância para exame de corpo de delito, ser observada por câmeras, ser atendida prontamente, ser protegida de possíveis novas agressões, ser acolhida para possíveis impactos sobre1xbet 50.comsaúde integral".

O protocolo de Barcelona — que funciona na forma de adesão a um convênio — tem cinco princípios:

O foco no acolhimento à vítima é um dos pontos centrais do protocolo da cidade catalã, destaca Amanda Sadalla, diretora executiva da Serenas, organização sem fins lucrativos que atua na prevenção e enfrentamento de violências contra meninas e mulheres.

"O mais importante (no protocolo de Barcelona) é proteger a vítima, e não a perseguição ao agressor", diz. "No Brasil, ainda temos muito foco1xbet 50.comdenúncia e pouco1xbet 50.comatendimento."

Ela explica que o protocolo reconhece que a denúncia não será necessariamente o melhor caminho.

"Denunciar traz sofrimento para a vítima. Idealmente, deveria ser fantástico fazer denúncia. Mas, às vezes, o que ela mais vai precisar é acolhimento, apoio físico, psicológico. O trabalho de recuperação da vítima é fundamental."

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Além disso, um diferencial do protocolo de Barcelona, diz ela, é que ele apresenta um passo a passo detalhado de como colocar as regras1xbet 50.comprática.

"No Brasil, temos leis fantásticas, mas falta protocolo de como isso entra1xbet 50.comvigor", diz.

"Um funcionário de bar que pega a lei, ele se pergunta como tornar isso realidade — quem é a pessoa da equipe que tem que ser qualificada? Qual é essa qualificação? Onde consigo encontrar meios?"

Entre os pontos do protocolo de Barcelona que não entram na regra brasileira estão medidas de prevenção como não usar critérios sexistas ou discriminatórios para ingresso1xbet 50.comum espaço de lazer — por exemplo, cobrar valores de ingressos diferentes para homens e mulheres ou dar entrada gratuita para mulheres.

Sucasas define esse tipo de medida como "cortar o mal pela raiz".

A promotora, que coordena o núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo, define a experiência de Barcelona como divisora de águas porque "passou-se a colocar a entidade empresarial na responsabilidade de realizar procedimentos, compreender que esses procedimentos devem focar nas vítimas e chamar a questão da reputação (do estabelecimento) como ponto principal".

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'Combate a abuso não deve se restringir a boates e casas de show'

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) diz que a nova lei brasileira é "bem-vinda" e afirma que "o esforço para combater a violência de gênero deve ser coletivo e não pode se restringir somente às boates e casas de show".

"A missão de combater essas situações de abuso não deve estar restrita somente às boates e casas de show, considerando que essa violência pode acontecer1xbet 50.comdiversos lugares, como no trabalho e no transporte público, por exemplo", diz a associação.

A Abrasel defende que "o poder público forneça ferramentas e metodologias para treinamento dos funcionários, de forma que consigam agir de maneira adequada diante de uma situação de constrangimento ou violência sexual".

Uma pesquisa de fevereiro de 2023 da Abrasel diz que 13% dos estabelecimentos já implantaram sinalização sobre canais de denúncia ao assédio contra mulheres e 67% pretendiam implantar1xbet 50.combreve.

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Segundo a Abrasel, "entre as medidas consideradas menos viáveis", estão a vigilância especial1xbet 50.comáreas isoladas ou com pouca iluminação (52% creem não ser viável para o estabelecimento) e espaço físico reservado para o acolhimento (58% não veem viabilidade na implantação1xbet 50.comseu estabelecimento).

A BBC News Brasil procurou a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.

Além de lei federal, iniciativas estaduais e municipais também têm sido aprovadas para prever procedimentos para prevenir assédio sexual1xbet 50.comestabelecimentos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

'Não é não': o que prevê protocolo criado por lei federal brasileira

A lei que cria no Brasil o protocolo "Não é Não" para "prevenção ao constrangimento e à violência contra a mulher e para proteção à vítima" diz que ele deve ser implementado1xbet 50.comboates/casas noturnas, espetáculos musicais realizados1xbet 50.comlocais fechados e1xbet 50.comshows, com venda de bebida alcoólica.

O protocolo não se aplica a cultos nem a outros eventos1xbet 50.comlocais de natureza religiosa, segundo a lei.

Embora comemore o estabelecimento de protocolos e os recentes avanços na área, a promotora Fabíola Sucasas critica esse trecho da lei.

"Infelizmente, eles fizeram uma ressalva, que é nossa crítica, que diz que não se aplica a cultos e eventos realizados1xbet 50.comlocais de natureza religiosa. Se nós problematizarmos a realidade das mulheres religiosas, estaríamos excluindo as mulheres religiosas de proteção nesses espaços", diz.

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"Também temos que problematizar quais são esses locais de natureza religiosa — que eventos são esses? Se falamos1xbet 50.comquermesses, por exemplo. Existem eventos da cultura brasileira que são realizados1xbet 50.comlocais de natureza religiosa."

A deputada Maria do Rosário diz que houve pressão de setores religiosos "avaliando que festas religiosas poderiam ser fiscalizadas a partir desse protocolo" e diz que esse tipo de fiscalização não era o objetivo.

"Foi o recorte que a gente conseguiu para mostrar que não se tratava de nenhuma perseguição de caráter religioso", afirma.

"Violência é violência1xbet 50.comqualquer circunstância e lugar, mas esse protocolo foi preparado para lugares de diversões e casas noturnas, e é possível que existam outros projetos que realmente abordem o enfrentamento ao assédio ou constrangimento e a violência1xbet 50.comoutros ambientes."

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) criou o projeto de lei no Brasil
Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados / BBC News Brasil

A lei define como constrangimento "qualquer insistência, física ou verbal, sofrida pela mulher depois de manifestada a1xbet 50.comdiscordância com a interação".

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E define violência, nesse contexto, como "uso da força que tenha como resultado lesão, morte ou dano, entre outros, conforme legislação penal1xbet 50.comvigor".

Sucasas também critica a definição, segundo ela, pela "ideia de que o assédio só acontece depois do 'não' expresso".

"Nem sempre o 'não' é expresso. Ele pode ser silencioso. O dissentimento não precisa ser expresso, ele pode ser presumido", diz, citando como exemplo caso de 2017 no qual um homem ejaculou1xbet 50.comuma mulher1xbet 50.comônibus na Avenida Paulista.

"Até ela perceber que ele ejaculou, ficou1xbet 50.comsilêncio. Isso é um problema, entender que o constrangimento só acontece depois do 'não' expresso."

A lei federal prevê, entre os direitos das mulheres:

Para que essas medidas sejam implantadas, a lei prevê, entre os deveres dos estabelecimentos, ter pelo menos uma pessoa na equipe qualificada para atender ao protocolo "Não é Não", além de manter,1xbet 50.comlocal visível, informação sobre a forma de acionar o protocolo e contato da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180).

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Os estabelecimentos devem se certificar, com a vítima,1xbet 50.compossível situação de constrangimento, se há necessidade de assistência.

Se houver indícios de violência, os estabelecimentos devem, segundo a lei:

Se houver câmeras de segurança no local, o estabelecimento deve garantir o acesso às imagens à Polícia Civil, à perícia oficial e aos diretamente envolvidos, além de preservar as imagens relacionadas ao ocorrido por pelo menos 30 dias.

Os estabelecimentos podem também, segundo a lei, retirar o agressor do estabelecimento e impedir o seu regresso até o término das atividades, nos casos de constrangimento.

Também podem criar um código próprio, divulgado nos banheiros femininos, para que as mulheres possam alertar os funcionários sobre a necessidade de ajuda, a fim de que eles tomem as providências necessárias.

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A lei federal prevê advertência como penalidade para o estabelecimento que descumprir o protocolo "Não é Não". E determina que cabe ao poder público promover campanhas educativas e formação periódica para conscientização e implementação do protocolo para empreendedores e trabalhadores dos estabelecimentos.

A expectativa é que a regulamentação da lei seja feita, nos próximos meses, por decretos pela Presidência da República.

Sobre a existência de leis estaduais e municipais sobre o mesmo tema, Sucasas diz que "prevalece a mais favorável à vítima".

'Amigo do dono'

Bem antes do caso Daniel Alves e de seus desdobramentos, o treinamento de equipes1xbet 50.combares e eventos para prevenção ao assédio sexual já era o foco do trabalho de Ana Addobbati, fundadora e diretora da Livre de Assédio, empresa que trabalha com esse tipo de capacitação.

Addobbati, que acumula experiência nesse tipo de treinamento desde 2017, elogia as novas iniciativas, mas destaca que o desafio, agora, é tirar do papel. "Lei boa é lei que pega."

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Ela cita a importância de levar1xbet 50.comconta as jornadas de trabalho dos profissionais do setor e as metodologias que serão usadas1xbet 50.comcursos de capacitação — para não ser um curso "para inglês ver", diz.

"É uma metodologia ativa? Há espaço para fazer perguntas? É adulto com letramento formal baixo. As pessoas vão aprender interagindo, perguntando."

Outro ponto central, na avaliação de Addobbati, é que os gestores não devem deixar tudo na mão de um funcionário só.

"O que mais aprendi quando comecei a desenhar meu negócio era conversar com garçom, com seguranças, que diziam: 'a gente sabe que é assédio, mas tenho muito medo de agir porque o cara pode ser amigo do dono, e homem geralmente consome mais'", diz.

"Em Barcelona, o que ficou muito claro é como foi ágil a operação. Não é um trabalho de um homem só, que fez um treinamento online. É ter ali uma liderança, uma organização para que isso funcione."

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Sadalla, que é mestre1xbet 50.comPolíticas Públicas pela Universidade de Oxford (Reino Unido), também destaca que o desafio, agora, é que a lei se torne prática.

"Aí vem a responsabilidade tanto do governo federal e,1xbet 50.comespecial, dos governos locais para desenvolver protocolos para seus territórios — e que dialoguem com os serviços locais, para além de polícia militar e disque 180", diz.

"Ou vamos repetir o que acontece com várias leis no país — a lei existe, mas não há orientação prática para implementação."

Sadalla conta sobre um curso que deu para garçons de festas, num contexto1xbet 50.comque ainda não havia protocolo, sobre situações de prevenção à violência sexual.

"Eles ficaram bem surpresos que poderiam ajudar com coisas que parecem bobas".

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Ela dá um exemplo de um bar no qual uma vítima conversa com um homem no balcão, ele fala coisas impróprias e o garçom — que deve estar treinado para isso — vê que ela não consegue responder, embriagada.

"Ele pode: 1) estar treinado para perguntar se ela precisa de ajuda; 2) digamos que o garçom não faça nada, essa mulher vai pro banheiro com o cara e sai de lá com uma aparência muito ruim, e chorando. Ela pede ajuda pra alguém no bar. Esse garçom que ouviu o papo antes e viu ela embriagada pode e deve testemunhar. Mas ele precisa ter o treinamento para estar previamente atento a esse tipo de coisa", diz.

Cartaz1xbet 50.combanheiro feminino1xbet 50.comLondres diz que clientes que não se sentirem seguras podem perguntar por 'Angela' para alguém da equipe — uma forma de comunicar, sem alardes, que precisam de ajuda
Foto: BBC News Brasil

Carnaval: 71xbet 50.com10 brasileiras temem sofrer assédio

A violência contra a mulher fora do ambiente doméstico recebe ainda mais destaque às vésperas do Carnaval.

Mais de sete1xbet 50.comcada dez brasileiras temem sofrer assédio no carnaval, segundo pesquisa realizada1xbet 50.comjaneiro e divulgada nesta semana pelo Instituto Locomotiva e QuestionPro.

O índice de preocupação é ainda maior para mulheres negras: 75%, comparado a 70% para mulheres brancas.

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"A diferença entre a violência contra a mulher que acontece dentro de casa e a violência contra mulher que acontece no carnaval, ou1xbet 50.comum evento que tem milhares de pessoas, é que1xbet 50.comum você identifica o autor e no outro é difícil de identificar. É praticado, muitas vezes, pelo desconhecido, e aí vem toda a necessidade de colaboração das testemunhas, dos funcionários", diz Sucasas.

A mesma pesquisa mostra que metade das entrevistadas disseram que já passaram por situações de assédio no carnaval (52% das mulheres negras e 48% das mulheres brancas).

Sucasas, que comemora as regras de proteção à mulher, lembra que a necessidade dessas leis tem um motivo ruim: "Quando a gente necessita de proteção, é porque temos aqueles que violam as leis, porque ainda persistem na manutenção de estereótipos que colocam a mulher no lugar de objetificação, de desrespeito, de naturalização de práticas que são confundidas com paquera ou com abordagens consentidas quando, na verdade, são violações".

Isso ocorre, diz ela, "devido ao machismo estrutural" — e por isso considera tão importante que as medidas venham com ações de conscientização e educacionais.

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A pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que quase todas as entrevistadas (97%) consideram importante a realização de campanhas de combate ao assédio durante o carnaval.

E, considerando todos os entrevistados, inclusive homens, a pesquisa aponta que 86% dos brasileiros concordam que o assédio existe no carnaval e é responsabilidade de todos combater essas práticas. Entre as mulheres, o índice é de 89%.

"A gente tem que ensinar a pessoa que tem que ouvir uma mulher, porque elas não são ouvidas. A gente tem que ensinar que as mulheres têm que ser atendidas num lugar seguro, de preferência acompanhada de alguém de1xbet 50.comconfiança, porque senão a gente ainda tem que desconfiar de que ela também possa ser vítima de abuso sexual ou de desconfiança por parte daquela pessoa que vai atendê-la", diz Sucasas.

"O maior desafio é a cultura do estupro, que coloca1xbet 50.comxeque a moral sexual da mulher, ainda arraigada naquela compreensão de que existem as mulheres honestas — ainda que seja uma palavra antiga e excluída no nosso código penal —, (...) e aquelas que estão pedindo para serem estupradas."

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"A paquera continua, e tudo que é feito com consentimento e com vontade continua", diz a promotora.

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Fontes de referência

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