bonus betobet-Indígenas da Amazônia recebem treino sobre como usar drones e apps na proteção do meio ambiente

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Estudo do Conselho Indígena de Roraima mostra que comunidades tradicionais já sentem efeitos da crise climática na prática; grupos são capacitados para registrar dados que ajudem no acompanhamento de cheias e queimadas
29 ago 2022 - 10h41
(atualizado às 11h08)

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Terras indígenas na Amazônia têm sido invadidas por caçadores ilegais, grileiros, desmatadores e garimpeiros. Sobre o futuro, o conhecimento tradicional de várias das comunidades espalhadas pela maior floresta tropical do mundo também não deixa dúvidas: o clima está mudando. Pesquisadores agora querem mostrar que novidades tecnológicas - como drones e aplicativos - podem ajudar as comunidades tradicionais a frear esse problema.

Estudo feito a partir do Conselho Indígena de Roraima (CIR) identificou que muitas das comunidades indígenas da região não sabem direito o que significa mudanças do clima. Mas quando se pergunta sobre o tempo, se ele realmente está mudando ou não, vários registros interessantes são obtidos. O sempre bem marcado período do verão e do inverno, quebonus betobetRoraima dura seis meses cada, não é mais o mesmo. Os ciclos de chuva (associados ao inverno) estão cada vez mais difíceis de serem previstos, o que interfere diretamente na agricultura familiar.

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"Por isso é importante, para enfrentar todas essas situações, um casamento harmônico entre conhecimentos tradicionais indígenas, ciência e tecnologia. Os dois precisam ser tratados como pesos iguais", afirma Martha Fellows, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). A partir disso é que várias instituições do terceiro setor vêm desenvolvendo ações de capacitação e de desenvolvimento tecnológicobonus betobetconjunto com as comunidades indígenas da Amazônia nos últimos anos.

Novas tecnologias são incorporadas ao dia a dia das aldeias.
Novas tecnologias são incorporadas ao dia a dia das aldeias.
Foto: Projeto Bem Viver/Arquivo

O trabalhobonus betobetRoraima, a partir da coordenação ativa do CIR, tem gerado frutos. Até hoje, mais de 200 agentes ambientais indígenas foram formados, processo que continuabonus betobetandamento. O foco é centradobonus betobetquatro eixos principais: mudanças climáticas, monitoramento ambiental, queimadas e cheias.

"No CIR,bonus betobetRoraima, existe o Laboratório de Geoprocessamento muito bem estruturado, onde vários tipos de informações sobre os territórios são processadas", explica Martha. Os trabalhos são coordenados pelo pesquisador Genisvan André, do povo Macuxi. Um dos principais trunfos do trabalho é a associação entre tecnologia de ponta e a observação feita pelos olhos de milhares de indígenas espalhados pela floresta. Casamento que está embarcadobonus betobetum aplicativo para celular, o Alerta Clima Indigena.

Projeto Bem Viver oferece capacitação a indígenasbonus betobetRoraima
Foto: Projeto Bem Viver/Arquivo

Como explica Typju Myky, da Aldeia Japuira, para os próprios parentesbonus betobetvídeo explicativo sobre a ferramenta, por meio dela, sem a necessidade de internet, pode-se registrar de tudo. Desde os melhores pontos de coleta ou de caça, até locais que estão sendo invadidos por caçadores, garimpeiros ou desmatadores.

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Podemos criar alertas bem fáceis durante as expedições que fazemos, caminhando", explica o jovem indígena. Como tudo precisa ser georreferenciado, cada terra indígena pode consultar, e gerar, alertas específicos. Até o uso dos conhecimentos tradicionais, usado na coleta de alguma planta, por exemplo, pode ser registrado. "Funciona não apenas para as coisas ruins. Até as áreas sagradas identificadas por eles podem ser marcadas", explica Martha.

Com o objetivo de dar cada vez mais autonomia para as comunidades indígenas mapearem e, quando necessário, protegerem seus territórios, outras atividadesbonus betobetcurso hoje na Amazônia envolvem a realização de cursos de capacitação para que as novas tecnologias possam ser incorporadas no dia a dia das aldeias.

No ano passado, uma das programações montadas pelo projeto Bem Viverbonus betobetparceria com o Ipam, envolveu a pilotagem de drones. Os cursos, oferecidos com a intenção de fortalecer o monitoramento e a gestão territorial, ocorreram tanto na Amazônia Legal quanto no Pantanal. Eles foram ministrados para indígenas dos povos Kadiwéu, de Mato Grosso do Sul, e dos Macuxi, Wapichana, Taurepang e Patamona, de Roraima.

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Apps e satélites

No fim de 2021, outras lideranças indígenas receberam aulas sobre como aproveitar ferramentas de análise de monitoramento ambiental e territorial utilizando dados de satélites. Os cursos, também realizadosbonus betobetparceria pelo projeto Bem Viver e o Ipam, capacitaram 17 indígenas Macuxi e Wapichana para utilizarem tanto o aplicativo Alerta Clima Indígena (ACI) quanto o Sistema de Observação da Amazônia Indígena (Somai) na gestão de Terras Indígenas. Participaram da iniciativa, homens, mulheres e jovens das regiões Raposa, Baixo Cotingo, Surumu, Serra da Lua, Tabaio, Murupu, São Marcos e Alto Cauamé.

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A plataforma Somai, outro produto desenvolvido nos últimos anosbonus betobetconjunto entre cientistas e indígenas, reúne uma série de dados científicos que buscam mostrar a importância que a floresta tem para o embasamento de ações de mitigação das mudanças climáticas globais e manutenção do equilíbrio ambiental regional. "É o desenvolvimento de uma tecnologia social. A ideia é que as comunidades não sejam apenas reativas aos problemas, mas que realmente façam o planejamento das áreas, de onde vão plantar, como será o uso da água, e assim por diante", afirma Martha Fellows, do Ipam.

E, para isso, como mostra o audiovisual Quentura - um filme sobre as percepções das mulheres indígenas da Amazônia brasileirabonus betobetrelação às mudanças climáticas -, o conhecimento de quem vive na floresta é essencial. A obra, feitabonus betobet2018 pela Rede de Cooperação Amazônicabonus betobetparceria com o Instituto Catitu e com apoio da Rainforest/RFN e das organizações membro da rede, mergulhoubonus betobetcomunidades do Rio Negro/Amazonas, da Terra Indígena Yanomami (Comunidade de Maturacá/Amazonas) e das mulheres kaxinawá da Terra Indígena do Rio Jordão/Acre.

A partir das roças, casas e quintais, mulheres indígenas dos grupos amazônicos Desana, Tukano, Tariano, Baré e Kaxinauá, Wapixana, Xawandawa e Yanomami falam sobre as transformações recentes do cotidiano, que "nem os espíritos estão conseguindo entender". Entre elas, a diminuição dos peixes dos rios e o aumento de casos de gripe entre as crianças por causa do desmatamento e das queimadas.


Fontes de referência

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