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"De repente, hoje de manhã,apostas espotivasSão Paulo, o coração de Elis parou. Calou-se a voz e o Brasil começou a chorar", anunciou Sérgio Chapelin à frente do Jornal Nacional, da TV Globo, na noite de 19 de janeiro de 1982. A repentina morte de Elis foi uma dessas notícias que a gente não se preparou para ouvir. Um talento como o dela não podia sair de cena assim de uma hora para outra, sem aviso prévio e ainda deixando três filhos pequenos. Que peça horrível que o destino havia pregadoapostas espotivastodos nós.
Quando Elis partiu,apostas espotivasfilha caçula Maria Rita, fruto do casamento com o pianista e arranjador Cesar Camargo Mariano, tinha apenas quatro anos. Imaginar a menina, que até então se aninhava no colo da mãe, crescendo sem a figura materna dava contornos ainda mais tristes à partida precoce de Elis. Aos quatro anos, uma criança pode não entender o que é a morte. Mas ao crescer e tomar conhecimento do talento e da genialidade de quem se foi privado da convivência, a história é outra. No caso de Maria Rita, ser herdeira de Elis pesou. Ela chegou a hesitarapostas espotivasseguir a carreira artística por causa disso. Com um timbre de voz semelhante, Maria Rita deve ter sonhado inúmeras vezes com a possibilidade de cantar ao lado da mãe, considerada uma das maiores intérpretes que esse país já viu.
PublicidadeAté que o diaapostas espotivasque algum criativo da publicidade teve a ideia de juntá-las no comercial que comemora 70 anos da Volkswagen, quatro décadas depois da morte de Elis, graças à inteligência artificial. No filme publicitário, Maria Rita se reencontra com a mãe, cada uma pilotando um modelo de Kombi, enquanto fazem um dueto de "Como Nossos Pais", canção de Belchior imortalizada pela voz de Elis e que foi escolhida para abrir o lendário álbum "Falso Brilhante"(1976).
Antes de haver inteligência artificial, o reencontro musical possível entre filhos e os pais que partiram era como o de Nat King Cole e a filha Natalie. Transformadoapostas espotivasholograma, o cantor apareceu ao lado de Natalie num dueto da canção "Unforgettable". No entanto, com o comercial da Volkswagen é diferente. A cena que assistimos, a de Elis ao volante de uma Kombi vintage cantando um de seus maiores sucessos, nunca existiu. A Elis da deepfake é um rosto inserido no corpo de numa dublê, mas que exibe seu sorriso característico e move os lábiosapostas espotivasperfeita sincronia com o áudio da versão original da música. Pelo menos, está mais claro que Elis nunca protagonizou essa cena. Até porque, tecnicamente, não é tão perfeita assim.
O mesmo não aconteceu quando "Roadrunner", o documentário sobre o chef de cozinha Anthony Bourdain, foi lançado nos Estados Unidos,apostas espotivas2021. O diretor Morgan Neville só assumiu que tinha usado o recurso de deepfake para recriar a voz do chef celebridade, morto dois anos antes, após a repórter da revista New Yorker indagá-lo sobre uma cena que a deixou intrigada. Na tentativa de reviver Bourdain, o diretor inseriu no filme uma frase que nunca foi dita pelo chef, despertando um debate sobre os limites da ética. Afinal, Bourdain teria aprovado o uso do recurso se pudesse ser consultado? As pessoas próximas a ele foram categóricasapostas espotivasdizer que ele não teria achado legal o uso de deepfake. Coincidência ou não, Roadrunner não fez uma longa carreira. Nem chegou ao streaming daqui.
Mesmo com a comoção causada pelo reencontro de Maria Rita com a mãe, fica a pergunta se Elis teria aprovado o uso deapostas espotivasimagem. A mesma Elis de "O Bêbado e o Equilibrista" toparia estar associada a uma marca de automóveis como a Volks, conhecida colaboradora do regime militar e ainda envolvidaapostas espotivasacusações de tortura e trabalho escravo?
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