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Centenas de milhares de mulheres protestaram à noitehandicap asiatico betnacionaldiversas cidades da Índia após o brutal estupro e assassinato de uma jovem médica no hospitalhandicap asiatico betnacionalque trabalhava,handicap asiatico betnacionalCalcutá, no estado da Bengala Ocidental.
A vítima, de 31 anos, foi encontrada morta no local de trabalho - um hospital público. O cadáver exibia diversos ferimentos; o relatório da autópsia cita ainda sinais de violência sexual. A família afirma que ela foi violentada por mais de uma pessoa.
Um policial foi preso, e as investigações foram transferidas para a esfera federal após as autoridades estaduais serem acusadas de incompetência.
Sob o lema "retomar a noite", mulheres tomaram as ruas do país na quarta-feira (14/08), um dia antes do 78º aniversário da independência indiana.
"As noites não são seguras para as mulheres. Mulheres são importunadas por trabalharem à noite, por usarem determinadas roupas. Estou vestindo roupas agora que, se eu usassehandicap asiatico betnacionalqualquer outro dia, seria chamada de vadia. Esta é nossa luta contra isso", afirmou à DW uma estudante durante os protestoshandicap asiatico betnacionalCalcutá.
No dia seguinte, o chefe de governo indiano, premiê Narendra Modi, abordou o assuntohandicap asiatico betnacionalseu discurso: "Como sociedade, precisamos refletir sobre as atrocidades que estão sendo cometidas contra nossas mães, filhas e irmãs. Há revolta contra isso no país. Posso sentir essa revolta".
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Turba atacou hospital
Mas na mesma noitehandicap asiatico betnacionalque mulheres saíram para protestar, grupos atacaram o campus da faculdade de medicina RG Kar Medical College,handicap asiatico betnacionalCalcutá, vandalizaram carros e saquearam alas de pacientes.
Médica residente no hospital universitário, Shreya Shaw disse estar traumatizada pela violência daquela noite.
"Aqui estávamos, lutando por espaços seguros para médicos e mulhereshandicap asiatico betnacionalgeral. Mas logo tivemos que correr para proteger os médicos, trancando as portas antes que a turba os machucasse. Foi assustador", afirmou uma visivelmente abalada Shaw.
Médico no mesmo hospital, Arif Ahmed Laskar descreveu as cenas de vandalismo como "enojantes".
"Tinha uma onda de raiva entre todos nós por causa do que aconteceu com a nossa colega. Estávamos pedindo justiça e fomos confrontados com a violência", disse Laskar.
Sem segurança no próprio trabalho
Desde que a morte da médica veio à tona, hospitais do governohandicap asiatico betnacionaldiversas cidades da Índia suspenderam os serviços de saúde, exceto os atendimentos de emergência.
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Neste sábado (17/08), profissionais de saúde organizaram uma greve nacional de 24 horashandicap asiatico betnacionalprotesto contra o crime, com a suspensão de todos os serviços não essenciais. A expectativa era de que mais de um milhão de médicos aderissem à paralisação.
A categoria exige justiça e demanda uma nova lei que garanta a proteção deles.
"Precisamos de uma lei adequada e efetiva. A ideia é ter um ambiente seguro", enfatizou Indra Shekhar Prasad, presidente da associação de médicos residentes no All India Institute of Medical Sciences (AIIMS),handicap asiatico betnacionalNova Délhi. "Precisamos de proteção. O casohandicap asiatico betnacionalCalcutá não é o primeiro nem será o último. A segurança dos médicos precisa ser priorizada."
"Este já não é mais só um movimento de médicos; é um movimento para garantir a segurança no trabalho de todas as mulhereshandicap asiatico betnacionaltodo o país", afirmaram representantes das 23 faculdades de medicinahandicap asiatico betnacionalBengala Ocidentalhandicap asiatico betnacionalcomunicado.
Ataques a profissionais de saúde
Esta não é a primeira vez que médicos na Índia reclamam da falta de segurança no ambiente de trabalho. Há diversos e bem conhecidos casos de ataques à categoria nos últimos anos.
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Em maio deste ano, uma jovem cirurgiã foi morta a facadas por um paciente no estado de Kerala.
Alguns meses antes, um grupo atacou uma experiente cardiologistahandicap asiatico betnacionalum hospital particular por causa do tratamento de um paciente no qual ela sequer estava envolvida.
Em 2019, médicos pediram demissãohandicap asiatico betnacionalmassa de seus trabalhos na Bengala Ocidental após uma turba atacar um jovem médico por causa da morte de um paciente. O médico foi acusado pela família de negligência.
Segundo a Associação Indiana de Medicina (IMA), cerca de 75% dos médicos no país já enfrentaram algum tipo de violência no trabalho, indo de insultos e ofensas à agressão física.
Crimes contra a mulherhandicap asiatico betnacionalalta na Índia
A violência sexual e o estupro são temas percebidos como urgentes na Índia desde o brutal estupro coletivo seguido de homicídio de uma estudante de 23 anos. O crime, cometidohandicap asiatico betnacionalum ônibushandicap asiatico betnacionalNova Délhi, capital da Índia, chocou o país e desencadeou protestos por todo o país, com manifestantes exigindo punições mais duras.
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A onda de indignação deu origem a cortes específicas para o processamento rápido de casos de estupro, bem como à criminalização do stalking e do voyeurismo. A idade de responsabilização penal também foi reduzida de 18 para 16 anos.
Mas apesar das leis mais duras, ativistas dos direitos humanos afirmam que a situação das mulheres no país não melhorou.
Em 2022, crimes contra a mulher tiveram um aumento de 4%handicap asiatico betnacionalrelação ao ano anterior, segundo dados divulgados no ano passado pelo Escritório Nacional de Registros Criminais (NCRB, na siglahandicap asiatico betnacionalinglês). No caso de estupro, o aumento foi ainda maior: de 20%, com mais de 31,5 mil notificações.
A violência sexual é um problema corrente na Índia. Boa parte dos crimes contra a mulher não são reportados, devido à falta de confiança na polícia e ao estigma associado à violência sexual.
Defensoras dos direitos das mulheres afirmam que o problema é particularmente gravehandicap asiatico betnacionaláreas rurais, onde as comunidades às vezes repreendem vítimas de violência sexual e famílias temem por suas reputações.
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Com informações de AP e Reuters.
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independentehandicap asiatico betnacional30 idiomas.