Hoje, ao celebrarmos essa data, é importante reconhecer não apenas os feitos do passado, mas também olhar para as vozes contemporâneas que continuam a ecoar as demandas por inclusão e equidade. Em um Brasil diverso, políticos, escritores e artistas emergem como líderes e defensores de um movimento negro que busca não só recontar a narrativa histórica, como também transformar a sociedade atual. Confira alguns deles:
Atual ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Luiz de Almeira, de 47 anos, também é professor, advogado e filósofo. Ele é um dos grandes nomes que debatem a questão racial no país e é autor do livro "Racismo Estrutural", de 2019, que ajudou a dar destaque para o termo.
Como ministro, Silvio Almeida tem atuado para a conscientização do racismo. Em maio deste ano, falou sobre o enfrentamento do racismo no país no lançamento do Programa de Formação e Iniciativas Antirracistas (FIAR). "Combater o racismo no Brasil significa entender como funcionam as relações econômicas e jurídicas; combater o racismo exige, portanto, um aprimoramento técnico e filosófico e ainda uma prática política orientada a partir desse conhecimento", afirmou.
Publicidade
Djamila Ribeiro
Djamila, de 43 anos, é feminista, filósofa e escritora. Seu nome ganhou destaque no país ao falar sobre ativismo negro. Ela é coordenadora do Feminismos Plurais, instituto que oferece serviços de acolhimento e produção de saberes feministas e antirracistas.
Ela também é autora de livros como "Lugar de Fala" (Jandaíra/Feminismos Plurais), "Quem tem medo do Feminismo Negro?" e "Pequeno manual antirracista", e imortal da cadeira nº 28 da Academia Paulista de Letras desde 2022.
Anielle Franco
Anielle Franco tem de 39 anos e é a atual ministra da Igualdade Racial do Brasil. Professora, jornalista e ativista, também dirige o Instituto Marielle Franco, organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de potencializar mulheres negras e pessoas LGBTQIA+ e periféricas a continuarem lutando por seus espaços na sociedade.
Em 2021, lançou o projeto Escola Marielle, com o objetivo de fornecer formação política para essas pessoas. Segundo Anielle, o ministério tem trabalhado em um pacote de ações para a população negra, que deve ser entregue no dia 20, no Dia da Consciência Negra.
Publicidade
Sueli Carneiro
Filósofa, escritora e ativista do movimento negro, Sueli Carneiro é considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil. Ela foi a primeira mulher negra a ganhar o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Brasília.
A escritora, de 73 anos, também é fundadora e diretora do Geledés - Instituto da Mulher Negra, uma organização de mulheres negras que lutam contra o racismo e o sexismo, tendo como missão combater a discriminação presente na sociedade. Algumas de suas obras são: "Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil" (2011), "Interseccionalidades: pioneiras do feminismo negro brasileiro" (2020) e "Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero" (2003).
Renato Freitas
O político e ativista de 39 anos é graduado e mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná e, também, deputado estadual do Paraná. Ele ganhou destaque após participar de um protesto pelo assassinato de Moïse Kabagambe, congolês assassinado no Quiosque Tropicália, no Rio de Janeiro.
Renato faz parte do Coletivo Núcleo Periférico, que atua com demandas urgentes que impedem o acesso aos direitos e garantias fundamentais de pessoas da comunidade, como o fim do abuso de autoridade.
Publicidade
Nathália Rodrigues (Nath Finanças)
Nathália Rodrigues de Oliveira, de 25 anos, mais conhecida como Nath Finanças, é empresária, escritora e influenciadora digital que produz conteúdos focadosbug casino onlineeducação financeira. Formadabug casino onlineAdministração, o objetivo de Nath é ajudar pessoas de baixa renda que, assim como ela, não tinham educação financeira.
Nath constantemente usa sua plataforma para conscientizar as pessoas sobre o racismo e incentivar pessoas negras. Para ela, apesar do seu conteúdo não ser apenas para pessoas pretas, a representatividade ainda é importante.
"No Twitter, principalmente, a maioria que quer tirar dúvidas, são pessoas pretas. No Instagram, 85% são mulheres, e grande parte, pretas — trabalhadoras, como diaristas, auxiliar de serviços gerais, entre outras profissões", dissebug casino onlineentrevista à CNN Brasil.
Leandro Roque de Oliveira (Emicida)
O rapper de 38 anos é uma das maiores revelações do hip hop no Brasil. Em suas músicas, o cantor aborda questões raciais presentes na sociedade, comobug casino online"Eminência Parda". Na música, Emicida fala sobre a sociedade que aponta a cultura negra como a errada e, também, violência policial.
Publicidade
Ele também é o autor do livro infantil "Amoras", que conta a história de uma menina negra que está aprendendo a se reconhecer no mundo. O livro foi alvo de racismo religioso por abordar religiões de matrizes africanas. "Hoje minha reação a isso é de tristeza. Não uma tristeza de derrota. A história do livro, ela fala por si, e é uma grande vitória. A repercussão dele, fala por si", disse o rapper.
Lázaro Ramos
Lázaro, de 45 anos, é um escritor e ator conhecido por atuarbug casino onlineproduções como "Cobras & Lagartos" (2006) e "Duas Caras" (2007). Considerado um dos principais atores dabug casino onlinegeração, Lázaro Ramos é uma voz ativa na luta contra o racismo. Em 2017, ele lançou o livro "Na minha pele", no qual relata experiências pessoais e racismo.
Embaixador do UNICEF, o ator já estrelou campanhas sobre o impacto do racismo na infância e foi o diretor do filme "Medida provisória", que retrata o racismo no Brasilbug casino onlineum futuro distópico. "O que me choca mais é que o filme não é mais uma distopia. Tem coisas que já acontecem hojebug casino onlinedia, várias violências, descrédito, silenciamento. Aí o filme se torna um espelho do que vivemos hoje. Se formos pensar, o filme lembra uma trajetória do nosso país também,bug casino onlineque as pessoas foram escravizadas e tratadas como animais", disse ele sobre o filme.
Gustavo Pereira Marques (Djonga)
Djonga, de 29 anos, é um dos nomes mais influentes do rap e usa abug casino onlinemúsica para fazer críticas sociais. No albúm "O dono do lugar", ele aborda a masculinidade do homem preto, racismo e o papel das mulheresbug casino onlineconstruírem um novo mundo.
Publicidade
No ano passado, Djonga discursou sobre racismo no seu show no Lollapalooza. "Muitas pessoas não têm a verdadeira noção do tamanho dessa luta e não sentem na pele. Mas entendam, isso é de vocês também. Vocês têm que lutar junto com nós, porque o bagulho é difícil. Eu não sou político, sou porra nenhuma. Isso é só o Djonga. É só uma voz falando com vocês sobre algo que acredito muito", disse ele.
Conceição Evaristo
Conceição, de 76 anos, é ex-empregada doméstica, escritora e pesquisadora aposentada que usa a escrita como uma forma de enfrentar o racismo que sofreu quando adolescente e, depois, como mulher. Suas obras abordam a discriminação racial, de gênero e de classe, como o romance Ponciá Vicêncio, de 2003.
"Quanto mais pessoas negras reivindicarem seus lugares e denunciarem o racismo, mais as pessoas brancas vão se sentir incomodadas. Algumas incomodadas por bem e outras incomodadas por mal. O racismo no Brasil não é uma questão para o negro resolver. É para o branco resolver", dissebug casino onlineentrevista.