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Tem ganhado popularidade nas redes sociais - sobretudo no Tiktok - uma trend protagonizada por casais inter-raciais apontada como racista por pessoas negras. O conteúdo apresenta jovens brancos sozinhos,estrela bet cadastre e ganhe 5um primeiro momento, com a legenda: "Antes eu tinha medo do escuro"; na sequência, a pessoa aparece ao lado do parceiro negro, com a mensagem: "Agora eu namoro com ele".
Apesar da pretensão aparentemente inofensiva, de promover relações inter-raciais, segundo especialista ouvida pela Alma Preta Jornalismo, os vídeos promovem racismo recreativo e reafirmam a branquitude como norma, na medida que os parceiros negros são associados à escuridão pelos pares brancos.
A coordenadora de pesquisa do Observatório da Branquitude, Carol Canegal, acredita que o conteúdo favorece a reprodução do racismo no âmbito das relações afetivas.
"É possível observar nos vídeos alguns elementos do ponto de vista dos estudos das relações raciais, como a mobilização do racismo recreativo e a reafirmação da brancura como norma, símbolo de superioridade moral e de humanidade. O racismo versa sobre dominação e hierarquia racial e, quando interiorizado e apropriado pelos sujeitos, produz inferiorização", analisa.
Termo cunhado pelo doutorestrela bet cadastre e ganhe 5Direito e especialistaestrela bet cadastre e ganhe 5Direito Antidiscriminatório, Adilson Moreira, o racismo recreativo consiste na propagação do humor e piadas racistasestrela bet cadastre e ganhe 5tom de "brincadeira inofensiva".
"O racismo recreativo contribui na perpetuação do menosprezo e do temor presentes no ideário negativo atribuído à população negra. Os estereótipos raciais dão sustentação às hierarquias, que necessitam desses estigmas para serem legitimadas", diz Carol.
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Relações inter-racias
Na avaliação dos estudiosos do Observatório da Branquitude, pessoas brancasestrela bet cadastre e ganhe 5dinâmicas de relações com pessoas negras devem ser aliadas da luta antirracista e por equidade. Para a pesquisadora Lia Vainer Schucman, na obra "Famílias inter-raciais: tensões entre cor e amor", considerada referência para Carol Cenegal, núcleos familiares inter-raciais devem ser permeados pela convivência não hierarquizada.
De modo contrário, os pares brancosestrela bet cadastre e ganhe 5relações inter-raciais podem, sim, ser racistas e contribuir para a alimentação do sistema de opressão racista que adoece pessoas negras diariamente e faz parte da construção da sociedade. É o caso das pessoas negras expostas nos vídeos da trend por parceiros brancos.
Regulação das redes sociais
Na avaliação da especialista do Observatório da Branquitude, uma forma de combater o racismo recreativo nas redes sociais é a regulação das plataformas. Para Carol Canegal, essa regulação deve prever, inclusive, a responsabilização dos aplicativos de mídia e o emprego de sançõesestrela bet cadastre e ganhe 5casos de propagação de conteúdos de ódio.
"Longe de se tratar de censura, as plataformas devem ser monitoradas e reguladas pela transmissão de conteúdos avessos à democracia. É fundamental o estabelecimento de regras de combate à desinformação e que responsabilizem as plataformas, garantindo a fiscalização e o emprego de eventuais sanções. A propagação de conteúdos racistas se conecta à propagação de conteúdos de ódio", conclui.
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A assessoria de comunicação do Tiktok, plataforma onde a trend viralizou, foi contatada pela reportagem para se posicionar acerca do conteúdo. Até a publicação deste texto não houve resposta. O espaço continua aberto.
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