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Acomodar foi a solução encontrada pelos generais palacianos para acabar com a crise, ainda mais depois que Jair Bolsonaro deixou claro que não permitiria a punição do general e amigo, Eduardo Pazuello. Nomeou-se o transgressor para a Secretaria de Assuntos Estratégicos a fim de que tudo se resolvesse. Tiraram o problema do quartel e o devolveram para o lugar de onde nunca devia ter saído: o Planalto. Essa é a lógica que se esconde por trás da lacônica nota do Comando do Exército, como se ela encerrasse o caso criado pela presença do general da ativa no palanque do presidente.
A solução imposta ao Exército pretendia retirar o bode de uma sala e colocá-lojogos bons para apostar hojeoutra. O Alto Comando do Exército (ACE) não desejava mais a companhia de Pazuello. Ele não tinha mais condição de comandar. E Bolsonaro avisava que não o queria punido. Parte do ACE defendia a punição. O presidente ameaçava. Destituíra Edson Leal Pujol do comando da Força. E podia fazer de novo: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
PublicidadeMas a vitória de Bolsonaro é uma vitória de Pirro. É que Bolsonaro venceu a batalha, mas arrisca perder seu Exército. Brigar por Pazuello, que hoje não é capaz de pôrjogos bons para apostar hojeforma dois recrutas num quartel, pode não ter sido a decisão mais apropriada. O presidente escandaliza os soldados profissionais que se mantêmjogos bons para apostar hojesilêncio, mas que se manifestam dentro da cadeia de comando.
Na quarta-feira, 2, um oficial general ouvido pelo Estadão disse que quem conhece a história não repete o erro. Referia-se ao presidente João Goulart, que flertou com a anarquia militar. As ameaças a Bolsonaro, por enquanto, são veladas. Mas ele está mais uma vez afrontando o estabelecimento militar. Da última vez que o fez, há 30 anos, acabou defenestrado.
Quem pagará o preço da solução imposta por Bolsonaro e aceita pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio de Oliveira? Primeiro, o contribuinte, que terá de arcar com R$ 16 mil do salário da nova função do general; depois, o Exército, que verájogos bons para apostar hojeimparcialidade, isenção e neutralidade questionadas pelas forças políticas de oposição. E, por fim, o País, que pode ser mergulhadojogos bons para apostar hojeuma campanha eleitoraljogos bons para apostar hoje2022jogos bons para apostar hojeque militares da ativa se sentirão autorizados a intervir como militantes.
Bolsonaristas defendiam desde a semana passada que Pazuello não fizera nada de mais. Tentava-se empurrar ao País, segundo os críticos, mais uma impostura: o comício no Aterro do Flamengo não era uma reunião partidária. "Aceitar Pazuello sem punição, é aceitar um golpe branco, abrindo as portas para a quebra de hierarquia, cujas consequências são imprevisíveis", disse o professor Paulo Cunha, da Unesp, autor do livro Militares e Militância.
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