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Um dia depois da operação policial que prendeu oito pessoas por tráfico de drogas na Rua Doutor Frederico Steidel, na quinta-feira, 19, usuários e traficantes buscaram novos pontos na região central. Um dos focos foi a comunidade do Moinho, na Barra Funda, zona oeste da cidade, mas o local foi descartado. Na visão dos usuários, a presença de poucos moradores no local facilitaria ações truculentas da polícia. O deslocamento dos usuários causou apreensão nas ruas dos Campos Elísios.
No final da manhã desta sexta-feira, 20, cerca de 50 integrantes do chamado fluxo deixaram a esquina da rua Helvétia com a Barão de Campinasbetesporte 360direção à Barra Funda. O acesso é feito por uma passarela de pedestres, sobre a linha férrea, nas proximidades da rua Eduardo Prado. O novo local, que representaria uma nova fronteira para a Cracolândia, foi descartado. Usuários e familiares afirmam que ele foi considerado perigoso por ter poucos moradores no local, o que traria menor visibilidadebetesporte 360caso de ação da polícia. "Lá seria um cemitério e ninguém ficaria sabendo", diz a dona de casa Antonia, que prefere mencionar apenas o primeiro nome e tem uma filha de 25 anos na Cracolândia.
PublicidadeO relato foi comprovado por vendedores ambulantes que acompanham os usuários para vender cigarros e bebidas. "Eles preferem ficar num lugarbetesporte 360que todo mundo possa ver se acontecer alguma violência", diz a vendedora Raquel, que acompanha o fluxo há seis anos.
Os dependentes químicos ficaram ainda mais temerosos dos confrontos com a polícia depois da morte de Raimundo Nonato Fonseca Junior, de 32 anos, que levou um tiro no tórax durante os deslocamentos do fluxo pela região da Praça Princesa na semana passada. Um policial civil é acusado de ter atiradobetesporte 360direção ao grupo. O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga se o disparo matou o usuário de drogas. Familiares opinam que as imagens feitas por moradores do prédio da região foram decisivas para a investigação.
O Estadão acompanhou parte do deslocamento. Por volta das 11h, parte das lojas da rua Barão de Campinas fechou discretamente as portas diante da passagem dos usuários. Alguns deles pediam "uma ajuda" e vasculhavam os sacos de lixobetesporte 360busca de restos de alimentos. "A Cracolândia tá viva", gritou um usuário empurrando um carrinho de supermercados cheio de sacos plásticos. Viaturas policiais chegaram a escoltar um pequeno grupo.
O momento de maior tensão foi a passagem pelo Colégio Boni Corsini, na Rua Barão de Limeira. Seguranças privados chegaram a oferecer abrigo para os pedestres. Mesmo sem crianças no local, eles trancaram o portão que permite acesso de vans escolares. E eles avisaram para quem passasse: "Cuidado, eles estão na esquina". Não houve tentativa de assaltos nem violência contra os pedestres.
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