pixbet hackeado-Jucá se licencia após escândalo de gravações; Entenda processos e acusações contra homem forte de Temer

23 mai 2016 - 12h56
(atualizado às 17h26)
Romero Jucá aparece no centro de novo escândalo na crise política
Romero Jucá aparece no centro de novo escândalo na crise política
Foto: ABR / BBC News Brasil

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Romero Jucá, ministro do Planejamento e homem forte do governo interino de Michel Temer, anunciou seu licenciamento do cargo após a divulgação de gravaçõespixbet hackeadoque fala sobre um possível "pacto nacional" para barrar as investigações da Operação Lava Jato.

"Caberá ao presidente me reconvidar ou não. (...) Meu gesto é que somos transparentes e nada temos a esconder", disse Jucá a jornalistas.

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Revelados pela Folha de S. Paulo, os áudios contêm diálogos entre Jucá - um dos principais aliados de Temer no processo que o levou ao poder interino - e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

"Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", diz Jucápixbet hackeadoum trecho da gravação de março passado, segundo a Folha. Ele fala tambémpixbet hackeadoum pacto nacional "com o Supremo, com tudo. (...) Delimitava onde está, pronto",pixbet hackeadosuposta referência às investigações.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira após a divulgação do áudio (mas antes de se licenciar), Jucá disse que se referia "à sangria da economia", e não à operação anticorrupção na Petrobras, e que "sempre apoiou e defendeu" a Lava Jato.

"Quero repelir a interpretação feita pela Folha de S. Paulo. (...) Eu falavapixbet hackeadoestancar a paralisia do Brasil, estancar a sangria do desemprego, separar (os políticos) que têm culpa dos que não têm culpa", disse Jucá, negando que pretenda renunciar. "Reafirmo meu compromisso no Ministério do Planejamento e vou exercer (o cargo) enquanto entender que tenho a confiança do presidente."

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Jucá sempre foi um dos nomes certos para o ministério do presidente interino. Ainda assim, o anúncio dele para a pasta do Planejamento foi um dos mais criticados, já que o peemedebista é um dos investigados pela Lava Jato.

Jucá é citado mais de uma vez como uma das pessoas que supostamente recebeu propina no esquema de corrupção da Petrobras. Ricardo Pessoa, empreiteiro da UTC Engenharia, afirmoupixbet hackeadodelação que o peemedebista teria pedido R$ 1,5 milhão à empresapixbet hackeadodoação para a campanha eleitoral de 2014,pixbet hackeadoque seu filho era candidato a vice-governador de Roraima.

A doação teria vindopixbet hackeadoforma de propina pela contratação da UTC para a construção da usina nuclear Angra 3.

Há um inquéritopixbet hackeadocurso para investigar a participação do senador no escândalo - algo que ele nega veementemente. "Não tenho nenhum temorpixbet hackeadoser investigado", reafirmou Jucá na coletiva desta desta segunda. "Se tivesse telhado de vidro não teria assumido a presidência do PMDB. (...) Considero a Lava Jato uma mudança positiva na política brasileira, tanto que no Senado votei pela recondução (do procurador-geral da República) Rodrigo Janot e acho que o Ministério Público Federal deve ter autonomia para investigar."

Jucá é citado mais de uma vez na Operação Lava Jato com suspeitas de ter recebido propina
Foto: ABR / BBC News Brasil

Mas Jucá não é alvo somente da Lava Jato. O senador é suspeito de ter participado também do esquema de corrupção investigado na operação Zelotes, que investiga aparentes interferênciaspixbet hackeadojulgamentos realizados no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), beneficiando empresas endividadas com o Fisco.

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Uma das delações de um ex-servidor da Receita Federal, João Gruginski, inclui a informação de que o lobista Alexandre Paes dos Santos teria mencionado um pagamento a Jucá e outros políticos, que seria relacionado a um esquema de venda de medidas provisórias favoráveis aos interesses de montadoras de veículos.

O pagamento total seria de R$ 45 milhões, dos quais R$ 15 milhões seriam para "RJ", a sigla que designava Romero Jucá. O senador, porém, nega a participação no esquema - mas ainda é investigado por elepixbet hackeadoinquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Acusações passadas

Antes de seu partido romper com o PTpixbet hackeadomarço deste ano, Romero Jucá foi um dos grandes aliados do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também de Dilma Rousseff.

Em 2005, inclusive, chegou a ser nomeado ministro da Previdência Social de Lula, mas não ficou muito tempo no cargo. Após quatro meses, o senador deixou a pasta devido ao desgaste causado pelas acusações de que teria oferecido ao Banco da Amazônia (Basa) fazendas inexistentes como garantia de empréstimo feito pelo banco à empresa Frangonortepixbet hackeado1996 - da qual Jucá foi sócio entre 1994 e o final de 1996.

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O ministro disse à época que as denúncias eram "levianas" e atribuiu as informações às disputas políticas no Estado de Roraima.

Em 2008, a Procuradora-Geral da União arquivou o caso, apesar de ter identificado irregularidades, porque ele já havia prescrito.

'A Lava Jato tem apoio do PMDB, tem meu apoio. Não temo nenhuma investigação', disse Jucá à imprensa estrangeira
Foto: PMDB / BBC News Brasil

Com a crise política se acirrando no início desse ano, Jucá foi apontado como um dos principais articuladores dentro do PMDB favoráveis ao rompimento do partido com a presidente pelo impeachment.

Em 29 de março, como vice-presidente do partido, ele anunciou a saída da base dizendo: "Estamos vivendo um momento histórico".

No mesmo dia,pixbet hackeadoentrevista à BBC Brasil, Jucá disse que o partido tinha de "representar a vontade do povo brasileiro".

"As condições de governabilidade se exauriram. O Brasil é maior que qualquer entendimento político e qualquer partido tem que representar a vontade do povo brasileiro."

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Quase dois meses depois do rompimento, o impeachment foi aprovado no Senado, Dilma Rousseff foi afastada, e Jucá se tornou uma das pessoas mais próximas ao novo presidente.

Em vídeo divulgado no perfil da presidente afastada Dilma Rousseff no Facebook, Ricardo Berzoini, ex-ministro-chefe da secretaria de governo, afirmou que conversa entre Jucá e Machado "mostra um pretendente a ministro do golpe conversando com uma pessoa que estava sendo investigada e eles tentando tramar para encontrar no impeachment a forma de refrear as investigações e a apuração dos crimes praticados".

Berzoini disse ainda que é preciso pedir exigir "demissão de Romero Jucá e investigar a relação de Michel Temer com esse diálogo".

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Fontes de referência

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