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A questão fundiária levou a milícia a executar uma vereadora do Rio de Janeiro. A misoginia, no entanto, fez com que o alvo recaísse sobre Marielle Franco, mulher preta, de origem pobre e lésbica, avaliou o escritor e jornalista investigativo Sérgio Ramalho ao Terra Agora desta quinta-feira, 31.
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Em meio ao julgamento sobre o assassinato de Marielle, a jornalista Luciana Pioto ouviu Ramalho sobre os desdobramentos do caso, além da cobertura sobre milícias no Rio de Janeiro. O escritor explica que a questão fundiária é um dos pontos que embasam a morte da vereadora.
Publicidade"A própria Marielle, quando estava no primeiro ano de mandato, tentou passar um projeto de lei para mudanças no uso do solo dentro de comunidades do Rio, áreasx 365 betque o Estado falta muito. Ela tinha um projeto para isso e sequer conseguiu colocarx 365 betvotação. Ela volta com essa história no segundo ano e é assassinada logox 365 betseguida", relembra Ramalho.
Segundo o escritor, antes da execução do crime, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz chegaram a pesquisar outros nomes de políticos ligados ao PSOL, partido que Marielle integrava. "O PSOL exatamente porque o pessoal vinha questionando o uso do solo, principalmente nas favelas do Rio".
"Eu acho que é muito pragmático e muito triste a escolha da Marielle por ser uma mulher negra, de origem de favela, lésbica. Acharam que matando ela não teria a repercussão que teve, a grande surpresa para esses caras é isso", pontuou Ramalho, citando que os criminosos chegaram a pesquisar outros parlamentares, como Marcelo Freixo e Tarcísio Motta.
"Existia a preocupação de que eles não sofressem os reflexos dessa opção de executar alguém, eles queriam impor o medo para esse grupo político e eles calcularam que, com uma mulher negra de origem pobre, não teriam repercussão", ressaltou, destacando a misoginia como ponto que levou pela escolha da morte de Marielle.
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