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Na terça-feira, Osil Vicente Guedes, 49 anos, dava uma volta na moto de um amigoaposta lampions betGuarujá. Era um dia normal até que alguém na rua gritou: “pega ladrão”. Moradores ensandecidos derrubaram Guedes da motocicleta e o espancaram até a morte. Não se sabe quem gritou a mentira. A vítima agonizouaposta lampions betum hospital até domingo, quando foi decretadaaposta lampions betmorte encefálica.
O dono da moto confirmou que havia emprestado o veículo a seu amigo, um homem tranquilo e trabalhador. Mas,aposta lampions betpoucos segundos e com nenhuma informação, seus linchadores o julgaram, condenaram e executaram. Barbaramente.
PublicidadeFoi tambémaposta lampions betGuarujá que, há nove anos (3 de maio de 2014), Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, foi linchada e morta por moradores de seu bairro porque uma notícia falsa dava conta de que ela seria uma sequestradora macabra de crianças. A notícia circulou pelas redes sociais e deixou uma menina órfã. Fabiane foi espancada por uma multidão de moradores. Foi morta sem direito de defesa. Barbaramente.
Parecem fatos inéditos, circunscritos a um único município. Não são. No livro “Linchamentos: a justiça popular no Brasil”, o sociólogo José de Souza Martins revela que, de 1945 a 1998, 2.579 pessoas foram vítimas de linchamento, sendo que quase metade padeceu nas mãos dos agressores ou ficou muito ferida. Segundoaposta lampions betpesquisa, mais de um milhão de brasileiros já se envolveramaposta lampions betalgum processo de linchamento.
O pesquisador explica que os linchamentos são ritualísticos e seguem um protocolo invisível que envolve, primeiro, a perseguição, seguida do apedrejamento, das pauladas, do espancamento. O “protocolo” pode chegar ainda à mutilação e a queima da pessoa perseguida ainda viva. São práticas que remontam a Santa Inquisição e o período colonial brasileiro. O sociólogo afirma que há ao menos duas tentativas de linchamento por dia no país.
“Quando a camada de regras que norteia a consciência cotidiana das pessoas, que regula o que é lícito e o que não é lícito, se quebra, esse outro código, que estava sepultado lá no inconsciente coletivo, vem para o primeiro plano e, por alguns minutos, regula o comportamento das pessoas”, afirmou Souza Martinsaposta lampions betuma entrevista.
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