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Se dependesse de José Wilson Siqueira Campos, o Siqueirão, um homem de pouco mais de 1,50 metro de altura, que completa 91 anos no próximo mês, a bandeira brasileira teria 50 estrelas. O político que fez greve de fome na Constituinte de 1988 para forçar o desmembramento do norte de Goiás e se tornou quatro vezes governador do Tocantins, assumiu, na semana passada, uma cadeira no Senado com um discursocassino brazedefesa de novos Estados.
Ele entra na vaga como suplente do titular Eduardo Gomes (MDB), que se licenciou num acordo político para uma homenagem a um dos últimos coronéis da era desenvolvimentista. O discurso de posse na terça-feira de Siqueira Campos foi assistido por representantes da "nova política", como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). "Nós temos que criar mais, para ser razoável, três Estados, para fazermos 30", pregou o mais velho políticocassino brazeatividade no plenário. "É pouco, é pouco! Agora, o ideal é ter 50 Estados."
PublicidadePelo acordo, Gomes vai ocupar por alguns meses uma secretaria no governo do Tocantins, administrado por Mauro Carlesse, do DEM. Siqueira Campos vai faturar R$ 33 mil por ajuda de custo para assumir o mandato e o mesmo valor a cada mês que durar a homenagem, valor correspondente ao salário de um senador.
Com ajuda de enfermeiros, Siqueira Campos circulou pelo Senado. "Vou aprender com ele", disse o senador Jorge Kajuru (PSB-GO). A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) não compareceu, mas parabenizou no Twitter o "Siquerido do coração do Tocantins".
Nascido no Crato no tempo de Padre Cícero, Siqueira Campos chegou a Colinas (GO), hoje Colinas do Tocantins, onde começou a vida política. Em 1965, foi eleito vereador e depois engatou cinco mandatos de deputado federal (Arena, PDS e PFL) - passou ainda por PL e PSDB até chegar ao DEM.
Na Câmara, colecionou polêmicas. Em 1977, liderou o Grupo de Ação Parlamentar (GAP), que defendia a candidatura à Presidência do então ministro do Exército, Sylvio Frota. Na redemocratização, trocou ataques com o senador Jarbas Passarinho, então líder do PSD, a quem acusou de pertencer ao comunismo. Passarinho respondeu que Siqueira Campos era "insignificante" e não existia na "geografia" de suas "preocupações". Nos estertores do regime, defendeu no Colégio Eleitoral Paulo Maluf na disputa com Tancredo Neves.
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