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Dilma Rousseff ainda respondia pela Casa Civil e usava óculos e cabelos mais compridosbetmais 365 apkmaio de 2008, quando foi ao Senado se defender e defender o governo Lula.
Estava diante dos senadores para negar acusações de que um dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia sido ilicitamente preparado dentro do Palácio do Planalto. Na ocasião, arrancou aplausos até mesmo de quem hoje está contra ela ao falar,betmais 365 apktom de desabafo, das mentiras que contou sob tortura para proteger companheiros durante a ditadura.
"Qualquer comparação entre ditadura e democracia só pode partir de quem não dá valor à democracia brasileira. Eu tinha 19 anos e fiquei três anos na cadeia. Fui barbaramente torturada. Qualquer pessoa que ousa dizer a verdade para seus interrogadores compromete a vida de seus iguais, entrega pessoas para serem mortas. Eu tenho orgulho de ter mentido. Mentir na tortura não é fácil. (...) E isso faz parte da minha biografia", disse,betmais 365 apkresposta ao senador oposicionista José Agripino Maia (DEM-RN), que quis saber se ela falaria a verdade naquele maio de 2008.
Oito anos depois, Dilma voltou ao Senado novamente para se defender, ainda que numa situação diferente. Durante cerca de 13 horas, a ex-presidente respondeu perguntas dos senadores sobre as acusações de ter manobrado as contas públicas para cobrir um déficit orçamentário - as tais pedaladas que pesam contra ela e fundamentaram o processo de impeachment.
Nesta quarta-feira, dois dias após enfrentar seus julgadores, a primeira mulher eleita e reeleita presidente do Brasil foi afastada definitivamente do cargo. Votaram pelo impeachment de Dilma 61 senadores, enquanto outros 20 se posicionaram contra a cassação. Agora, o presidente interino Michel Temer irá ocupar definitivamente o cargo.
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'As muitas Dilmas'
Nascidabetmais 365 apk14 de dezembro de 1947 numa família de classe média altabetmais 365 apkBelo Horizonte, Dilma Vana Rousseff defendeu a luta armada para derrubar a ditadura, foi presa e torturada, formou-sebetmais 365 apkeconomia e ocupou cargos nos governos do PDT e do PT no Rio Grande do Sul.
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Ministra de Minas e Energia e, depois, da Casa Civil, ganhou espaço no governo Lula quando petistas históricos foram acusados de corrupção. Foi eleita e reeleita presidente do Brasil no rastro da popularidade do ex-presidente, sem ter disputado nenhum outro cargo eletivo.
"Ela sempre foi uma figura mais técnica que uma liderança pública. Mas há muitas Dilmas numa só", observa o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), que fez oposição ao governo da petista, mas é contra o impeachment.
Segundo o deputado, há a "Dilma da resistência, dona de uma coragem rara". Mas há também aquela "que não confirmou a fama de boa administradora".
Há ainda a "gerentona", às vezes irascível, que aprecia quem é assertivo, se apega a detalhes, centraliza as tarefas do dia a dia e distribui broncasbetmais 365 apkpúblico, até mesmo diante de câmeras, sem hesitar.
Quem a conhece mais de perto, contudo, diz que ela não faz jus à fama de durona. Segundo a amiga e ex-ministra Eleonora Menicucci, a ex-presidente é solidária, dona de um humor sarcástico e adora distribuir apelidos.
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Dilma, contudo, jamais conseguiu reverterbetmais 365 apkpeculiar falta de traquejo com tradicionais rituais da política. Nem mesmo o bambolê que ganhou de presente, aindabetmais 365 apk2008, do então líder do PMDB Henrique Eduardo Alves como um alerta para melhorar o "jogo de cintura" fez Dilma mudar seu jeitão - definido por ela mesma como uma chefe "dura cercada por homens meigos".
'Dilminha' e a verdadeira Dilma Rousseff
Quando criança, Dilma pensavabetmais 365 apkser bailaria ou do Corpo de Bombeiros. Ser presidente nunca estevebetmais 365 apkseus planos traçados na infância, conta o jornalista Ricardo Batista Amaral no livro A vida quer é coragem (ed. Primeira Pessoa, 2011).
Dilma passou a infância e a adolescênciabetmais 365 apkBelo Horizonte. Foi batizada com o mesmo nome da mãe e ganhou Vana como segundo nome, uma homenagem à irmã do pai, o búlgaro Pedro Rousseff.
Por isso, logo depois de ser eleita,betmais 365 apk2010, mãe da presidente esclareceubetmais 365 apkentrevista ao jornal O Globo: "A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é a Dilma Vana".
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Dilminha era a segunda filha do casal Dilma e Pedro. Igor nasceu 11 meses antes de Dilma e ganhou fama de "hippie" por guardar um Fusca na garagem e ter optado por viver uma pacata vida no interior de Minas. Anos depois de o casal nascer, veio Zana Lívia, a irmã caçula, que morreubetmais 365 apk1977.
O pai de Dilma, Petar Rusev, tinha 29 anos quando fugiu da Bulgária, deixando para trás a mulher grávida - Dilma chegou a se corresponder com esse irmão, mandou dinheiro para ele, mas nunca o conheceu pessoalmente. O pai de Dilma passou pela França, onde mudou a grafia do próprio nome, e pela Argentina antes de se estabelecer no Brasil.
Quando se casou com a mãe de Dilma, uma professora primária nascida na serra fluminense e criadabetmais 365 apkUberaba, no Triângulo Mineiro, Pedro tinha 46 anos, 20 a mais que a esposa.
Construíram a vida na zona sul da capital mineira e ofereceram aos filhos uma vida com luxos de classe média alta. Dilma e os irmãos frequentavam o Minas Tênis Clube, onde aprenderam a nadar, jogar vôlei e tênis, passavam as férias na praia,betmais 365 apkGuarapari, e tinham aulas de pianobetmais 365 apkcasa.
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Com o pai, Dilma costumava viajar para assistir a peças de teatro e óperas. Ela ainda guarda o gosto pelas artes clássicas. Não raro encontrava tempo nas viagens internacionais para ir a museus ou a apresentações de ópera.
Dilma estudou num tradicional colégio católico para moças, o Sion, que depois passou a se chamar Santa Doroteia. Não quis ser professora como a mãe e preparou-se para o vestibular no Estadual Central, colégio público onde estudaram notáveis como os ex-presidentes Getúlio Vargas e Artur Bernardes, os irmãos Henfil e Betinho e a atriz Elke Maravilha.
No acervo do Estadual Central está a pasta de Dilma com seus boletins, atestados médicos e históricos de transferência. O acesso é restrito e a escola informa que só abre a pasta com autorização da ex-aluna. Em 2012, contudo, o jornal Estado de Minas teve acesso aos documentos e publicou quebetmais 365 apk1963, quando estudava no Sion, a melhor nota de Dilma foi 9,9betmais 365 apktrabalhos manuais. Tirou 8,2betmais 365 apkmatemática e 7,45betmais 365 apklatim.
Já na nova escola, quando se formou,betmais 365 apk1965, matemática foibetmais 365 apkpior nota: 5,83. Pediu ao diretor da escola a chance de fazer uma nova prova, já que tinha perdido o exame porque estava doente.
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Rebelde, militante e prisioneira
Amigos de infância contam que Dilma ainda criança por vezes matava a missa ou cabulava aula. Os mais fortes traços de rebeldia, contudo, vieram mais tarde,betmais 365 apkmeados de 1965, quando passou a frequentar a Pensão da Odete, reduto de militantes e revolucionáriosbetmais 365 apkBH.
Foi ali que Dilma conheceu Cláudio Galeno Linhares, que já tinha uma passagem pela prisão por atividades subversivas e era um dos líderes da organização Polop (Política Operária). O namoro começou numa sessão de cinema. Dilma sempre foi cinéfila e até hoje gosta de filme e seriados - Game of Thrones, House of Cards e Dowtown Abbey já estiveram entre seus favoritos.
Dilma passou a militar com Galeno, ajudou a fundar o Colina (Comando de Libertação Nacional) e,betmais 365 apk1967, os dois se casaram num cartório. A noiva dispensou a cerimônia na igreja por ser uma tradição "burguesa demais".
Dilma mãe emprestou um amplo apartamento para onde o casal se mudou, no centro de Belo Horizonte, e transformoubetmais 365 apk"aparelho" do grupo, o ponto de encontro para tramar ações contra o regime militar.
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Depois da assinatura do Ato Institucional número 5, o AI-5, que escancarou a ditadura e a perseguição aos contrários ao regime militar, Dilma e Galeno se viram obrigados a viver na clandestinidade. Ela abandonou faculdade de economia e os dois fugiram para o Rio onde, inicialmente, ficaram na casa de uma tia de Dilma.
A Colina se uniu à Vanguarda Popular Revolucionária e mudou de nome. Virou VAR-Palmares, depois rachou. Galeno e Dilma se separaram. Ela ficou no Rio e depois seguiu para São Paulo. Galeno foi parar no Rio Grande do Sul, onde sequestrou um avião da Cruzeiro do Sul que só aterrissoubetmais 365 apkCuba.
Dilma conheceu outro militante, Carlos Araújo, codinome Max, e os dois se apaixonaram. O segundo casamento foi celebrado num esconderijo, com colegas cantarolando baixinho a marcha nupcial.
Na clandestinidade Dilma foi Estela, Wanda e Luiza. Aprendeu a montar e desmontar um fuzil de olhos fechados, mas nunca se envolveu nas ações armadas das organizações que militou.
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Sempre esteve diretamente ligada à mobilização estudantil e operária. Ainda assim foi definida por alguns de seus algozes como "a Joana D'Arc da subversão".
Em São Paulo, Dilma acabou presa. Foi parar na sede Organização Bandeirantes (Oban), prédio que funcionava na rua Tutoia, na capital paulista, onde foi recebida aos gritos de "mata", "tira a roupa" e "terrorista filha da p***".
O grupo Tortura Nunca Mais contabiliza 22 dias de Dilma nesse prédio que reunia as polícias civis e os serviços de inteligência das Forças Armadas e onde havia sessões de choques, palmatórias, chutes e socos.
Depois do período de "interrogatório", Dilma foi levada para a chamada "torre das donzelas", local onde ficavam as presas políticas no presídio Tiradentes. Lá ficou presa preventivamente e aguardou o julgamento - aquelebetmais 365 apkque foi fotografada sentada numa cadeira, enquanto os que a condenaram tapavam o rosto.
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A jornalista Rose Nogueira já estava no Tiradentes quando Dilma chegou. Se conheceram na prisão, de onde era possível avistar apenas um poste na esquina, chamado de "mundão". "Ela estudava sem parar. Era superdisciplinada. Gostava de economia e história", conta Nogueira.
Os cerca de três meses que conviveu com Dilma no Tiradentes foram suficientes para a jornalista guardar muitos elogios e se emocionar ao falar do processo de impeachment.
Nogueira estava no Palácio do Alvorada com Dilma e outras amigas no último jantar dela como presidentebetmais 365 apkexercício, antes do afastamentobetmais 365 apkmaio. Conta que riram, recordaram histórias do passado e se lembraram dos apelidos que Dilma dava às amigas.
A socióloga Eleonora Menicucci também se lembra bem do diabetmais 365 apkque chegou no Tiradentes e avistou Dilma, que conheceubetmais 365 apkBelo Horizonte. O rosto familiar e a convivência com uma conhecida a ajudou a suportar os dessabores atrás das grades.
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A mãe de Dilma a visitava toda semana, levava livros e queijo para a filha, além de encomendas da família de Menicucci, que não podia se deslocar com frequência a São Paulo.
Dos tempos de prisão, ela conta que Dilma era uma amiga solidária, mas uma péssima cozinheira. "Cozinhar não era nosso forte, nossa intenção era fazer a revolução. Mas Dilma era um terror na cozinha, no dia dela de cozinhar a gente quase passava fome", conta Menicucci.
Depois da prisão, Menicucci foi para a Paraíba e Dilma, para o Rio Grande do Sul. A primeira ajudou a fundar o PT, a outra entrou para o PDT.
"Mas nós nunca perdermos o contato. Quando ela me convidou para ser ministra (das Mulheres, depois de eleita presidente), hesitei. Ela me disse que eu não tinha que querer. Disse que eu era funcionária púbica e ela era minha chefe", conta.
Menicucci tem passado os dias no Alvorada, assim como outros ministros, dando apoio e ajudando na defesa de Dilma. "Estar ao lado dela significa mostrar minha lealdade e minha indignação com a injustiça", argumenta.
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A tecnocrata de laptop
Depois de dois anos e sete meses presa, Dilma escolheu viver no Rio Grande do Sul para ficar perto do segundo marido, Carlos Araújo, que cumpria pena na Ilha das Flores. Voltou a estudar, teve uma filha, Paula, com Araújo, e construiubetmais 365 apkcarreira no Sul. Formou-sebetmais 365 apkeconomia e militava no PDT.
O ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, conta que se lembra de Dilma assessorando o sindicato da indústria do vestuário. Desde aquela época já gostava de analisar números.
Nos anos 1980, Dilma foi secretária de Fazenda na gestão de Alceu Collares na prefeitura de Porto Alegre. Anos depois, foi secretária de Minas e Energia também de Collares no governo do RS. Foi chamada para o mesmo cargo na gestão de Olívio Dutra no governo gaúcho, graças a uma aliança costurada entre o PT e o PDT.
Dutra lembra que, no final dos anos 1990, Dilma era uma das poucas a andar com um laptop a tiracolo. "Tinha um estoque enorme de informações", recorda o petista. Ele classifica a atuação de Dilmabetmais 365 apkseu governo como "eficiente". Gostou tanto da performance dela que não aceitou a pressão de Leonel Brizola para substituí-la, por causa de uma disputa interna no PDT.
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Dilma e outros colegas acabaram trocando o PDT pelo PT. No final de 2002, ela já carregava a fama de ter poupado o Sul do racionamento de energia elétrica obrigatóriobetmais 365 apktodo território nacional. Foi, então, chamada a ajudar a formular o plano de governo de Lula para a área de energia e,betmais 365 apkseguida, a compor a equipe de transição.
Teria ganho o cargo de ministra de Minas e Energia justamente por abrir seu laptop numa reunião com o presidente e oferecer números e dados com vigor. Na mesma reunião, teria alertado Lula sobre previsões da equipe econômica que considerava pouco precisas. Ganhou de vez a confiança do presidente recém-eleito.
'Gerentona'
Virou ministra de Minas e Energia e, depois da avalanche que abalou o PTbetmais 365 apk2005 com o escândalo do mesalão, foi alçada ao cargo de chefe da Casa Civil. Ali, viu a fama de "gerentona" correr pela Esplanada dos Ministérios.
Nessa época, também era conhecida por se referir às pessoas como "querida(o)", "minha filha (filho)", ou "santa(o)" - expressões que foram, aos poucos, sendo usadas com menos frequência.
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Virou a "Mãe do Programa de Aceleração do Crescimento", o PAC e, assim, foi apresentada aos eleitores por Lula, que tentava construirbetmais 365 apksucessão. Era considerada por muitos "um poste", pois nunca havia disputado cargo eletivo. Mas era um poste com alguma luminosidade: economista graduada, com história partidária e política.
Na Casa Civil, Dilma chegou a exibir nabetmais 365 apkbiografia oficial no site do governo federal que tinha cursado mestrado e fazia doutorado na Unicamp.
Em 2009, a universidade não reconheceu os títulos, dizendo que ela foi aluna dos programas na Unicamp, mas não concluiu a elaboração da tese nem a defendeu.
A então pré-candidata acabou admitindo o erro no currículo e corrigindo a informação no site oficial da Casa Civil, que passou a informar que Dilma havia se formadobetmais 365 apkeconomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e foi aluna do mestrado e doutoradobetmais 365 apkCiências Econômicas pela Unicamp, "onde concluiu os respectivos créditos".
Outro episódio que Dilma nunca registrou embetmais 365 apkbiografia oficial foi a experiência como microempresáriabetmais 365 apkPorto Alegre. Em sociedade com o marido, a cunhada e um sobrinho, abriu uma loja para vender bugigangas importadas do Panamá, principalmente bonecos da série animada Cavaleiros do Zodíaco. Com o nome fantasia de Pão & Circo, o negócio ao estilo "R$ 1,99" durou apenas um ano e cinco meses e fechoubetmais 365 apk1996.
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'Presidenta'
Quem escolheu Dilma para concorrer ao Planalto foi Lula, aindabetmais 365 apk2009. Olívio Dutra conta que foi o primeiro a ser comunicado da decisão. "Fiquei honrado por ser informadobetmais 365 apkprimeira mão. Ele não me consultou, mas me disse que colocaria o nome dela para o partido [discutir]", conta Dutra.
Apesar de ser filiada ao PT, Dilma nunca esteve diretamente envolvida com as disputas e discussões do partido - muitos aceitarambetmais 365 apkcandidatura com reservas, mas nunca questionaram publicamente a decisão de Lula.
"Se não tiver uma corrente no PT já é difícil, se não participar fica ainda pior", explica Chico Alencar, que trocou o PT pelo PSOLbetmais 365 apk2005. Ex-integrante do diretório nacional petista, Alencar conta que não se lembra de Dilma nas reuniões do partido.
Dutra defende Dilma. Para ele, o fato de nunca ter tido mandato eletivo não significava que ela não sabia fazer política. "Ela não é uma mera tecnocrata, sempre esteve envolvida com política. Ela não é de sorriso fácil nem de tapinha nas costas", admite o ex-governador do Rio Grande do Sul.
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Ele afirma, contudo, que não compartilha da impressão de que Dilma é durona e intolerante.
A estratégia de Lula deu certo e Dilma derrotou Serra no segundo turnobetmais 365 apk2010. Nunca escondeu a preferência para que a chamassem de "presidenta" e, ainda que a primeira leva de ministros tenha sido escolhidabetmais 365 apkparceria com Lula, Dilma passou a tentar imporbetmais 365 apkmarca.
Dos tempos da ditadura, guardou a aversão ao vazamento de informações. Atébetmais 365 apkagenda de viagens era difícil saber com antecedência. Os funcionários temiam broncas e represálias se repassassem qualquer tipo de informação.
Muitos também reclamam que Dilma seria lenta para tomar decisões, por causa da personalidade centralizadora e "microgerenciadora" - alguém que gastava energia com detalhes.
O jornal Folha de S.Paulo contou que Dilma se empenhava até para mudar planos de voos do avião presidencial para evitar turbulências. Em outra ocasião, ela teria ligado para o ministro da Saúde para reclamar que havia uma goteira no corredor de um hospital federal. O computador de Dilma, no Planalto, lhe dava acesso ao circuito interno das câmeras dos hospitais federais.
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As broncas nos assessores e ministros também eram frequentes e às vezes diante das câmeras. Há relatos de que levou ministros, assessores e funcionários do baixo escalão às lágrimas.
Numa ocasião,betmais 365 apk2013, Dilma concedia no Planalto uma longa entrevista "quebra queixo", jargão jornalístico para coletivas nas quais milhares de microfone são erguidos próximo à boca do entrevistado. A ministra da secretaria de comunicação à época, Helena Chagas, tentou encerrar a conversa. Dilma olhou para trás e disse que era ela quem decidia quando parar de falar, sem se importar com as câmeras e gravadores ligados.
Aversão a improvisos
Dilma, ao contrário de Lula, nunca foi adepta de discursos de improviso. Muitas vezes errou o nome e o partido de autoridades locaisbetmais 365 apkviagens Brasil afora. Vez ou outra, quando tenta improvisar, costuma se perder nos apostos, deixando soltas as ideias iniciais e tornando partes do discurso sem sentido.
Algumas das falas sem pé nem cabeça da presidente viraram piadas na internet. Uma das montagensbetmais 365 apkvídeo, na qual ela discorre sobre a estocagem do vento, já havia sido vista mais de 2,6 milhões de vezes quando a jornalista Natuza Nery mostrou as imagens à presidente. Ela gargalhou e exclamou "olha o Spock!" quando viu o personagem da série americana Jornada nas Estrelas aparecer na tela.
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Muitas vezes Dilma parecia mesmo descolada do mundo fora dos palácios presidenciais. No primeiro mandato, parou de fazer reuniões de coordenação com os principais assessores e ministros. Deixou de dialogar diretamente com movimentos sociais. Também não tinha paciência para ligar ou receber deputados e senadores com frequência.
Em 2013, milhares de pessoas foram às ruas protestar contra o aumento das tarifas de transporte público, e os protestos passaram a mirar no governo. Dilma viubetmais 365 apkpopularidade despencar. Como reação, lançou o programa Mais Médicos, turbinou o Ciência Sem Fronteiras, sancionou leis anticorrupção. Conseguiu se reelegerbetmais 365 apk2014, numa disputada campanha que pareceu não ter tido fim.
Nos primeiros meses de segundo mandato enfrentou novos protestos, dessa vez declaradamente contra seu governo e o PT, já no esteio da Operação Lava Jato. Na Câmara, membros debetmais 365 apkcoalizão pareciam jogar contra. No Palácio, o vice-presidente Michel Temer também não atuou como aliado. No PT, muitos reclamava da adoção de medidas prometidas por seu principal adversário, o tucano Aécio Neves (MG).
No momentobetmais 365 apkque mais precisou do Congresso, para legitimar um governo atacadobetmais 365 apkdiversas frentes, a presidente não teve apoio. "Dilma tem um gênio forte e nunca teve uma boa convivência com o Parlamento. Ela nunca foi parlamentar, o Legislativo tem uma lógica própria", observa o deputado federal petista Devanir Ribeiro.
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Dilma e seus aliados chamam o impeachment de "golpe parlamentar", "golpe branco" ou "golpe sexista". Alguns admitem, no entanto, que na equação do impeachment há diferentes variáveis, entre elas o "fator Dilma".
"Essa via-crúcis também tem a ver com a falta de traquejo dela", diz Chico Alencar.
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Senadores celebram e tiram fotos com seus celulares do placar no momentobetmais 365 apkque a votação pela cassação de Dilma Rousseff teve resultado anunciad
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Placar do Senado Federal exibe como cada senador votou no processo de impeachment de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, anuncia o resultado da votação no Senado Federal a favor da cassação de Dilma Rousseff da Presidência da República
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Os juristas Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior, autores da peça de denúncia que motivou o processo de impeachment de Dilma Rousseff, observam a votação no Senado Federal
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Painel do Senado Federal exibe o texto do primeiro item da votação, relativo à aprovação ou não do afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) fez um discurso inflamado a favor do impeachment de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Federal, discursa na sessão do processo de impeachment
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foi ao plenário do Senado Federal discursarbetmais 365 apkdefesa de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Por decisão do Senado Federal, Dilma Rousseff foi afastada definitivamente da Presidência da República na tarde desta quarta-feira (31) no último capítulo do julgamento de impeachment
Foto: Getty Images
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Bar na região da avenida Paulista
Foto: J. Duran Machfee
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Grupo comemora na avenida Paulista,betmais 365 apkSão Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: EFE
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Grupo comemora na avenida Paulista,betmais 365 apkSão Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: EFE
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Pedestre cruza a avenida Paulista,betmais 365 apkSão Paulo, com a bandeira do Brasil no momentobetmais 365 apkque o Senado Federal votava o impeachment de Dilma Rousseff
Foto: EFE
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Grupo comemora na avenida Paulista,betmais 365 apkSão Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: J. Duran Machfee
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Senadores e convidados ouvem os questionamentos feitos à presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment no Senado Federal
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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A presidente afastada Dilma Rousseff ao lado de José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e seu advogado no processo de impeachment
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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A presidente afastada Dilma Rousseff responde, do plenário, aos questionamentos de senadores
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) faz uma pergunta à presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: Pedro França/Agência Senado
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A presidente afastada Dilma Rousseff discursa no Senado Federal embetmais 365 apkdefesa no processo de impeachment
Foto: EFE
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A presidente afastada Dilma Rousseff caminha para o plenário do Senado Federal para discursar embetmais 365 apkdefesa no processo de impeachment
Foto: EFE
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que também preside o processo de impeachment no Senado Federal, recebe a presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: EFE
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha à sessão do Senado Federal de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment
Foto: EFE
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O cantor Chico Buarque, que vem demonstrando apoio à presidente afastada Dilma Rousseff, assiste à sessão do Senado Federal do processo de impeachment
Foto: Agência Senado
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Os senadores Eduardo Amorim (PSC-SE), Fernando Collor (PTC-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG) conversam antes da sessão do Senado Federal do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: Agência Senado
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A presidente afastada Dilma Rousseff caminhabetmais 365 apkdireção ao Senado Federal para realizarbetmais 365 apkdefesa no processo de impeachment
Foto: Agência Senado
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Senado Federal fica lotado para acompanhar a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachmento
Foto: EFE
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Grupos anti-impeachment ocupam área na frente do Senado Federal
Foto: EFE
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Grupos anti-impeachment ocupam área na frente do Senado Federal
Foto: EFE
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O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi adversário de Dilma Rousseff na última eleição presidencial, dá entrevista antes da sessão do Senado Federal do processo de impeachment
Foto: Agência Senado
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