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Em um depoimento marcado por negações, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou nesta quinta-feira (19) ter sido beneficiado por repassesbolsa de aposta sitecontas no exterior feitas pelo empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia. Cunha é alvo de um processo de cassação de mandato no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. A acusação é de que ele teria mentido à CPI da Petrobras, ao afirmar que não possui contas no exterior.
Em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, na Operação Lava Jato, Pernambuco disse aos investigadores que efetuou depósitos somando cerca de US$ 4 milhões oriundos de propinas favorecendo Cunha.
Publicidade“Eu espero que o Ministério Público possa obter o detalhamento dessas tais contas para ficar claro que eu não tenho nada a ver com qualquer uma dessas contas citadas pelo senhor Pernambuco e desafio qualquer um a provar [isso]”, disse o parlamentar.
À força tarefa da Lava Jato, Pernambuco entregou,bolsa de aposta siteoutubro de 2015, uma tabela apontando 22 depósitos que ele afirmou terem sido efetuadosbolsa de aposta sitebenefício de Cunha. Segundo Pernambuco, os pagamentos teriam sido feitos entre agosto de 2011 e setembro de 2014 e seriam relativos a um esquema envolvendo empresas que atuaram nas obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com o empresário, as empresas do consórcio tinham de pagar a Cunha um percentual sobre o valor superfaturado, chamado de “compromisso”.
Na delação de outubro de 2015 à Procuradoria Geral da República, Pernambuco detalhou o suposto pagamento de propina ao presidente da Câmara, pelo consórcio responsável por obras do Porto Maravilha. Segundo o empresário, o valor de R$ 52 milhões fruto da propina foi dividido entre os participantes do consórcio: Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia. A Carioca ficou responsável por R$ 13 milhões.
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