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Um dia após o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmar que vai enviar um projeto de decreto legislativo para a realização de um plebiscito sobre a elaboração de uma nova Constituição, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota técnica apontando a inconstitucionalidade da proposição.
"Em nossa ordem constitucional, o plebiscito constitui um instrumento de democracia direta enquanto via de participação popular nos negócios públicos. Não pode ser desvirtuado para servir de facilitador a uma tentativa de mudança inconstitucional da Constituição", critica a OAB. "Não há substrato histórico, jurídico, político ou social para se afastar a Constituição de 1988 no atual contexto brasileiro".
PublicidadeO parecer conjunto da Presidência Nacional, da Procuradoria Constitucional e da Presidência da Comissão de Defesa da República e da Democracia do Conselho Federal da OAB, divulgado nesta quarta-feira, 28, aponta riscos "de erosão democrática e constitucional" na sugestão, classificada como uma "armadilha perigosa".
"A literatura constitucional contemporânea tem destacado a existência de formas de fragilização da democracia e do constitucionalismo por dentro das próprias regras democráticas e por meio de mecanismos formalmente legítimos, mas que são manuseados com fins autoritários", alerta o documento. "A defesa da democracia brasileira passa, invariavelmente, pela defesa da ordem constitucionalbrabet linkvigor".
No parecer, a OAB sustenta que a proposta de uma nova Constituição é "inteiramente descabida e desconectada da nossa história" e rechaça paralelo com o Chile - que, no último domingo, dia 25, aprovou a elaboração de um texto constitucional para substituir o atual, promulgado na ditadura de Augusto Pinochet. A entidade reforça que, ao contrário do país vizinho, o processo de construção da Constituição brasileirabrabet link1988 foi "inclusivo" e "plural".
Para a Ordem dos Advogados, a além de "inócua" para a resolução de eventuais questões econômicas ou políticas, a sugestão de Barros representa uma "ameaça aos direitos e garantias fundamentais" e uma "agressão à democracia".
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