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BRASÍLIA - Um dia após ameaçar descumprir ordens do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro adotou um tom mais cauteloso nesta sexta-feira, 29, ao tratar das decisões da Corte. Ao ser abordado por um apoiador que reclamou de estar "sofrendo" por causa do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), Bolsonaro respondeu com outra pergunta: "Se coloque no meu lugar. Passa por cima do Supremo?",aposta certauma referência ao entendimento do tribunal de que Estados e municípios têm autonomia para decretar medidas de isolamento social.
A declaração,aposta certafrente ao Palácio do Alvorada, ocorre após Bolsonaro desafiar a Corte ao dizer que não toleraria mais decisões monocráticas de ministros. A ameaça foi uma reação à operação da PF que fechou o cerco contra o chamado "gabinete do ódio", grupo de assessores, comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), suspeito de disseminar fake news e ataques a autoridades públicas. A ação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
PublicidadeUm dos alvos da operação de quarta, Winston Lima, conhecido como Comandante Winston, esteve entre os apoiadores que encontraram Bolsonaro na manhã de hoje. Ele agradeceu as declarações do presidente na véspera, contra o Supremo eaposta certafavor dos investigados. Bolsonaro, no entanto, apenas o ouviu e não fez qualquer comentário.
Após a declaração de Bolsonaro sobre o Supremo, o mesmo apoiador que reclamava de Helder afirmou que queria uma "atenção da Polícia Federal" para retirar o "governador de lá". "A PF está sempre pronta para dar uma força, para quem estiver aí, suspeito", respondeu Bolsonaro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já pediu autorização ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar se houve irresponsabilidadesaposta certacompra feita pelo governo do Pará de 400 respiradores. Os produtos chegaram da China ao Estado com problemas e não foram usados. Helder nega irregularidades.
Na terça-feira, 26, Bolsonaro parabenizou a Polícia Federal por operação de busca e apreensãoaposta certaendereços ligados ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. A ação apura indícios de desvio de recursosaposta certacompras para enfrentamento da covid-19.
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