o bet game-PF investiga se campanha de Tarcísio forjou 'atentado' para favorecê-lo na eleição ao governo

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Aliados do governador de São Paulo dizem que despacho que abriu investigação é amplo demais; Palácio dos Bandeirantes diz que caso já foi apurado e esclarecido
23 out 2023 - 03h11
(atualizado às 07h34)
O governador Tarcísio Freitas durante evento com prefeitos e outros governadores no início de outubro.
O governador Tarcísio Freitas durante evento com prefeitos e outros governadores no início de outubro.
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é alvo de um inquérito da Polícia Federal abertoo bet gamejunho para investigar suposto crime eleitoral durante uma agenda da campanha de 2022o bet gameParaisópolis, zona sul da capital paulista, interrompida por um tiroteio. A investigação apura se partiu da equipe de Tarcísio a versão falsa de que o então candidato foi vítima de um atentado com o objetivo de impulsionar a popularidade dele perante a opinião pública e colher benefícios eleitorais.

Em nota, a assessoria do governador disse que o caso já foi investigado pela Justiça Eleitoral e a conclusão é que "não houve ingerência política eleitoral no episódio" e, portanto, "não há o que ser averiguado pela Polícia Federal". Leia mais abaixo.

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O Estadão apurou que a instauração do inquérito dividiu integrantes da corporação e tem alimentado, nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes, queixas de instrumentalização da PF contra adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tarcísio é hoje o nome mais forte na direita para enfrentar o petista nas eleições presidenciais de 2026.

Na portariao bet gameque abriu o inquérito, o delegado Eduardo Hiroshi Yamanaka determina a apuração de possível violação do Código Eleitoral e "outras que porventura forem constatadas no curso da investigação".

No diagnóstico de aliados de Tarcísio, a redação do despacho abre margem para que o inquérito seja utilizado para colher qualquer fato potencialmente incriminador que surja diante dos investigadores, ainda que não esteja relacionado com a denúncia original. A intenção, segundo eles, é intimidar um opositor.

A denúncia que motivou a abertura do procedimento de junho se baseiao bet gamereportagens veiculadas na imprensao bet gameque o ex-cinegrafista da emissora Jovem Pan Marcos Vinícius Andrade diz ter sido pressionado por assessores do então candidato a deletar filmagens que supostamente mostravam seguranças da equipe de campanha atirando contra o homem que morreu naquele tiroteio "possivelmente para simular um atentado fraudulento".

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O inquérito da Polícia Civil de São Paulo aberto para investigar a morte concluiu que o disparo partiu da arma de um policial militar.

Procurado pelo Estadão, o advogado Thiago Boverio, que representa Tarcísio, não quis se manifestar. As primeiras diligências da PF, feitaso bet gameagosto, concluíram que "em nenhum momento o governador falouo bet gameatentado, classificando o evento como um 'ataque', não atribuindo ao fato nenhuma motivação política ou partidária"o bet gamesuas redes sociais.

O governo de São Paulo lembrou que, "no último dia 17, a Justiça Eleitoral realizou julgamento sobre o episódioo bet gameParaisópolis e, após a manifestação do Ministério Público, oitiva de testemunhas e colheita de provas, foi concluído de forma unânime que o episódio tratou-se de uma ocorrência policial, sem qualquer ingerência política ou eleitoral".

"Uma vez que não há fato novo, não haveria outra questão a ser averiguada no inquérito da Polícia Federal mencionado", destacou o governo,o bet gamenota ao Estadão.

A decisão a que se refere a gestão paulista diz respeito a uma ação diferente,o bet gameque Tarcísio era acusado de utilizar bens da Uniãoo bet gameproveito deo bet gamecampanha, devido à presença de seu ex-assessor Danilo Campetti, que é policial federal, no ato eleitoral. O agente foi fotografado no local do tiroteio com o distintivo e arma da PF. A Justiça rejeitou a denúncia.

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Inquérito divide opinião de delegados

Em dezembro do ano passado, a três dias do fim do governo de Jair Bolsonaro, o delegado Leonardo Henrique Gomes Rodrigues, então responsável pelo caso, havia instruído o arquivamento de uma notícia crime contra o governador sob o argumento de que não havia justa causa e competência federal para conduzir a investigação.

No mês seguinte, já sob Lula, a corregedoria se manifestou contra esse posicionamento e determinou que fosse feito um pedido à Justiça de São Paulo de acesso ao inquérito da Polícia Civil sobre a morte de um homem naquela troca de tiros. Em resposta, Rodrigues alegou que seria necessário pedir autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por julgar ações criminais contra governadores.

O delegado afirmou ainda que a denúncia imputa a Tarcísio crimes comuns, "como fraude processual, ameaça e falso testemunho" e que, por isso, seria necessário consultar a Corte.

Um parecer da corregedoria da PF foi na contramão desse entendimento e lembrou que a apresentação da denúncia ocorreu quando Tarcísio ainda era candidato e não exercia cargo público. Por isso, a abertura do inquérito não dependeria de chancela do tribunal mesmoo bet gamecaso de acusação de crime comum.

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Para o advogado especialistao bet gameDireito eleitoral Alberto Rollo, o caso não deveria passar pelo STJ. "Se na época dos fatos ele era apenas candidato e o crime de que ele é acusado é eleitoral, a competência é do TRE-SP. O Supremo já definiu que,o bet gamecasos assim, mesmo quando há crime comum conexo, cabe à Justiça Eleitoral julgar", disse.

A reportagem procurou a Polícia Federal com pedidos de explicações sobre a reabertura do caso e sobre os fatos investigados. Não houve nenhuma resposta.


Fontes de referência

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