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A CPI da Covid vai pressionar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a esclarecer o funcionamento do chamado "gabinete paralelo", e o aconselhamanto ao presidente Jair Bolsonaro para recomendar medicamentos sem comprovação científica, como o uso da cloroquina. Um mês depois de comparecer pela primeira vez à CPI, Queiroga prestará novo depoimento aos senadores nesta terça-feira, 8, e será questionado sobre a autonomia que disse ter para a condução do ministério.
A avaliação da cúpula da comissão é que, no dia 6 de maio, o ministro da Saúde se esquivou de responder perguntas sobre as ações de Bolsonaro na pandemia. Agora, no entanto, Queiroga será confrontado com um vídeo de uma reunião no Palácio do Planalto, na qual o presidente e médicos admitem dúvidas sobre a eficácia de vacinas contra a covid e discutem medicamentos alternativos. As imagens foram divulgadas na semana passada pelo site Metrópoles e, na avaliação de integrantes da CPI, provam a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde.
PublicidadeNa mesma sessão desta terça-feira estão previstas votações de requerimentos. Já há consenso para aprovar as convocações do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e dos médicos Paulo Zanotto e Luciano Dias. Os três são apontados como integrantes desse núcleo de assessoramento de Bolsonaro longe dos holofotes.
A suspeita de um gabinete paralelo deve levar a CPI a avaliar, mais uma vez, pedido para quebra do sigilo telefônico do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente. Um requerimento nesse sentido foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), mas a aprovação ainda não é dada como certa entre parlamentares independentes e de oposição, que formam maioria no colegiado.
Vieira também apresentou pedido para abrir o sigilo telefônico de outras sete autoridades, entre elas o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten. O empresário admitiu à CPI que alertou Bolsonaro sobre e-mails enviados pela Pfizer, e ignorados pelo Ministério da Saúde, nos quais a companhia oferecia vacinas para o Brasil.
"O ministério da Saúde continua sendo ministério paralelo. Queiroga falou que tinha autonomia. Mas na própria semana (do primeiro depoimento do ministro à CPI) foi demonstrado que não tinha nada, autonomia nenhuma. E silenciou diante da realização da Copa América no Brasil", afirmou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI.
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