nova bet-Saída de Moro pode melhorar governabilidade, mas é arriscada

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Especialistas ouvidos pelo 'Estado' apontam movimento político do presidente, mas que pode colocar popularidadenova betrisco
24 abr 2020 - 09h46
(atualizado às 10h50)

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A possível saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, poderia melhorar a governabilidade do presidente Jair Bolsonaro, mas colocarianova betrisco a popularidade do governo federal entre apoiadores. Essa é a avaliação feita por analistas ouvidos pelo Estado. Após a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal, o ministro marcou um pronunciamento para a manhã desta sexta-feira, 24.

Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça Sergio Moro
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça Sergio Moro
Foto: Adriano Machado / Reuters

O cientista político e professor da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), Leon Victor Queiroz, traça um paralelo entre a popularidade alcançadanova betpoucas semanas pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e a exposição que Moro pode ter ao final da pandemia do novo coronavírus.

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"Bolsonaro fala muito sobre o caos que pode gerar a recessão econômica, com saqueamento de supermercados e aumento da violência. O ministro da Justiça e Segurança Pública é o mais indicado para combater esse problema. E Moro, ao contrário de Mandetta, já é conhecido", analisa Queiroz, que acredita que o ex-juiz da Lava Jato poderia se tornar,nova betum momento pós-pandemia, um oponente ainda mais forte nas eleições presidenciais de 2022.

O cientista político enxerga na possível saída de Moro uma "guinada do governo", que deixa a pauta anticorrupção para adotar um tom mais político de reeleição. "Uma das principais bandeiras do governo é o combate à corrupção, personificada no ministro Sérgio Moro. Se Moro sainova betmeio a uma aproximação de Bolsonaro a Roberto Jefferson, por exemplo, você vê claramente que a pauta anticorrupção está caindo e fica a pauta da manutenção do poder", analisa.

A permanência de Moro, de perfil mais técnico, deixa Bolsonaro "vulnerável" no campo político na avaliação da professora da Escola de Políticas Públicas e Governo da Fundação Getúlio Vargas, Graziela Testa. Neste momento de queda de popularidade,nova betque o presidente parte para a estratégia de oferecer cargos a partidosnova bettroca de sustentação no Congresso, ter um ministro com perfil mais político poderia ajudar.

"Adotar uma postura mais política, negociando mais com o Parlamento, vai contra tudo o que ele defendia na campanha. A tendência é que ele perca apoio popular, mas ganhe apoio no Congresso. Resta saber se o Congresso ainda está disposto a dar o apoio depois de ter sido tão negligenciado o tempo todo", avaliou Graziela.

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A cientista política ressalta que o fato de Bolsonaro estar sem partido diminui ainda maisnova betbase de apoio no parlamento. "O presidente se elegeu com o apoio de setores, especialmente o lavajatismo, apoiado na figura de Sérgio Moro, e o setor liberal, ligado ao ministro da Economia Paulo Guedes", observando que o desembarque dessas figuras pode aumentar o desgaste na popularidade.

Em termos práticos, a saída de Moro do ministério significaria também impacto diretonova betórgãos como a Polícia Federal, lembra a professora do curso de Direito da UFRN, Ana Beatriz Presgrave. "Justamente no órgão responsável por diversas investigações que estãonova betcurso, algumas delas envolvendo pessoas da convivência do presidente Bolsonaro", disse a doutoranova betDireito Constitucional.


Fontes de referência

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