como jogar no sportingbet-Conferências sobre o clima: Em mais de meio século de discussões, muitas metas e pouquíssimo progresso
como jogar no sportingbet
Conferência de Estocolmo, Rio-92, Protocolo de Kyoto, Acordo de Paris, Objetivos do Milênio: reuniões de cúpula e documentos cheios de boas intenções se sucedem desde 1972, enquanto a humanidade segue sofrendo com os efeitos cada vez maiores das mudanças climáticas
Por:Joana Angélica Guimarães da Luz, Geóloga, reitora, Universidade Federal do Sul da Bahia
como jogar no sportingbet de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Muita gente pensa que as discussões de cúpula sobre meio ambiente são um fenômeno recente. Não são. A primeira grande conferência internacional sobre questões ambientais, que foi um marco histórico na área ambiental, aconteceucomo jogar no sportingbet1972, há quase 53 anos. Tratou-se da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, convocada pela ONU e realizadacomo jogar no sportingbetEstocolmo, na Suécia.
A Conferência de Estocolmo contou com a presença de 113 países e mais de 400 instituições governamentais e não governamentais. O principal resultado do encontro foi a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que contém dezenove princípios, que estabeleceram as bases para a nova agenda ambiental do Sistema das Nações Unidas.
Neste mesmo ano, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que é a principal autoridade ambiental global com poderes para determinar a agenda internacional do tema, promover iniciativas globais de desenvolvimento sustentável frente às Nações Unidas e servir como defensor do meio ambiente no mundo.
Desde 1972, muitas outras conferências já aconteceram. Entre elas tivemos o encontro de Nairobi,como jogar no sportingbet1982; a Rio-92 e a Rio+20,como jogar no sportingbet2012. Como parte dos esforços para colocar a agenda climática como pauta de extrema relevância para o futuro do planeta, a partir da década de 1990 iniciou-se a Conferência das Partes (COP),que chegará àcomo jogar no sportingbettrigésima edição este ano,como jogar no sportingbetBelém do Pará. A primeira edição, a COP1, aconteceucomo jogar no sportingbet1995,como jogar no sportingbetBerlim, onde iniciaram-se as tratativas para redução das emissões de gases de efeito estufa.
Em 1997, durante a COP3, no Japão, foi estabelecido o Protocolo de Kyoto, que criou metas de redução para gases de efeito estufa para os países desenvolvidoscomo jogar no sportingbetpelo menos 5,2%como jogar no sportingbetrelação a 1990. Em 2015, com a constatação de que seus objetivos não haviam sido alcançados, o Protocolo de Kyoto foi substituído pelo Acordo de Paris, que definiu como meta a restrição do aumento da temperatura do planeta a no máximo 1,5 graus Celsius. Dez anos depois, seguimos longe de atingir essa meta.
Ao longo dos 52 anos entre a Conferência a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humanocomo jogar no sportingbet1972 e o momento atual, algumas metas foram estabelecidas, a exemplo dos Objetivos do Milênio (ODM) definidascomo jogar no sportingbet2000 e que previa o cumprimento de 8 metas até o ano de 2015 quais sejam:
Publicidade
• Erradicar a pobreza extrema e a fome.
• Educação Básica Universal.
• Promover igualdade de gênero e empoderar as mulheres.
• Reduzir a Mortalidade Infantil.
• Melhorar a Saúde Materna.
• Combater HIV/AIDS, a Malária e outras doenças.
• Garantir Sustentabilidade Ambiental.
Algumas das 8 metas dos ODM tiveram avanços, mas estão longe de uma solução duradoura. Em 2015 foram estabelecidos os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) agora com 17 metas a serem cumpridas até 2030, pelo que observamos até aqui estamos longe de alcançar essas metas faltando apenas 6 anos para o prazo estabelecido.
Publicidade
A COP29, que ocorreu agoracomo jogar no sportingbetnovembro,como jogar no sportingbetBaku no Afeganistão não foi nada animadora, os acordos estabelecidos, o volume de financiamento para as questões climáticas está longe de ser ideal.
Ao analisarmos o histórico da discussão sobre a questão climática não podemos deixar de pensar que as estratégias consideradas até aqui estão muito distantes de dar as respostas que precisamos para conter o avanço do aquecimento global. Os acordos estabelecidos nas conferências que acontecem a cada ano acabam ficando apenas no papel, a questão econômica e os conflitos geopolíticos têm sempre preponderância sobre a discussão e efetiva tomada de posiçãocomo jogar no sportingbetrelação à crise climática.
Enquanto isso vemos o avanço dos eventos climáticos extremos tomarem conta do mundo. Sócomo jogar no sportingbet2024 tivemos as enchentes no Rio Grande do Sul, a seca extrema na Amazônia, a ocorrência de 3 furacões no Atlântico Norte, fato inédito, as enchentes na Espanha, só para citar alguns exemplos. Os eventos extremos sempre ocorreram. A questão agora é a periodicidade com eles estão se repetindo.
Mesmo diante desse cenário, nossa relação com o meio ambiente permanece inalterada. A forma como o degradamos não é coisa recente, nem é derivada das mudanças climáticas, mas sim da relação predatória que temos com o planeta. Quando começamos a falar sobre o agravamento da questão climática criamos diversos conceitos para continuarmos utilizando os recursos naturais de forma predatória.
Publicidade
Criamos, por exemplo, o conceito de lixo reciclável. Um recurso muito importante mas que, dada a forma intensiva como consumimos, acaba por fazer com que as pessoas acreditem que podem produzir o quanto de lixo quiserem - porque afinal ele será reciclado. Mas o que fazer com o lixo do lixo reciclado?
Outro conceito importante, o de sustentabilidade, também foi banalizado. E hoje basta colocar o nome "sustentável"como jogar no sportingbetqualquer coisa que teremos a impressão de que estamos agindo de forma ambientalmente correta.
Ao longo do tempo fomos criando mecanismos que garantissem o nosso conforto, o que é algo positivo. A grande questão é que os bens de consumo necessários para o nosso conforto já não nos satisfazem. A lógica de funcionamento do capitalismo necessita de um padrão de consumo crescente, de acumulação de riquezas, de criação de necessidades ilusórias. Temos uma imensidão de objetoscomo jogar no sportingbetnossas casas nos quais tocamos poucas vezes ou que ficam acumuladoscomo jogar no sportingbetalgum depósito para serem descartados e "reciclados" e aí compramos a nova geração que dura cada vez menos.
Com a crise climática que já mostra suas consequências através dos eventos extremos cada vez mais frequentes, depositamos nossa esperança na ciência, uma vez que ela há de encontrar um meio de fazer com que nos adaptemos às mudanças climáticas. A grande questão é que não é a ciência que decide o que fazer com ela, temos vários exemplos do uso dos achados da ciência que foram utilizados no interesse do grande capital e da política que na maioria das vezes andam de braços dados.
Publicidade
Considerando os elementos trazidos até aqui, temos que pensar numa mudança cultural para lidar com a complexidade das mudanças climáticas. A ciência tem uma importância fundamental nesse processo, entretanto é necessário que ela seja ouvida e que e que seus achados sejam levados a sério, o que não tem acontecido até aqui.
A população mundial precisa repensar o padrão de consumo ecomo jogar no sportingbetrelação com o meio ambiente, relação essa que nos afasta cada vez mais da natureza, afinal fizemos uma transformação cultural tão grande nesse aspecto que hoje dificilmente pensamos de onde vem a comida que comemos e todos os outros produtos que consumimos diariamente, temos a impressão de que as fontes são infinitas. Pior ainda, não tomamos conhecimento dos processos envolvidos na geração dos produtos que sustentam 8 bilhões de pessoas.
Certamente não são as ações individuais ou a ciência que vai resolver nossos problemas ambientais, é sim importante que escutemos cada vez mais os alertas que a ciência nos apresenta, que cada vez mais pessoas avaliemcomo jogar no sportingbetrelação com o planeta. Apesar da importância dessas ações o problema principal está no padrão econômico vigente com o grande capital que trabalha na perspectiva de acumulação infinita de riqueza e as relações políticas que trabalham a serviço desse grande capital.
Temos algumas questões difíceis de serem resolvidas: como reduzir as desigualdades mantendo o padrão de consumo e modelo econômico vigente? A quem cabe trabalhar na direção do equilíbrio? Como trabalhar levandocomo jogar no sportingbetconta o aspecto moral de manter o planeta para gerações futuras, o problema é quem define o que é moral?
Publicidade
Algumas ações precisam andar juntas, a ação individual é importante para caminhar na direção de uma mudança cultural, mas tem um tempo longo de resposta. A ação econômica precisa caminhar na direção de mudança nos processos produtivos e no uso excessivo dos bens naturais. A ação política precisa trabalhar nos acordos multilaterais, mas que caminham lentamente porque esbarram nos interesses econômicos e de poder.
Em 2025 teremos a COP30 no Brasil, precisamos fazer um grande esforço para transformar esse momentocomo jogar no sportingbetuma oportunidade de ampliar as discussões de forma que o país inteiro se envolva nesse processo. O país inteiro significa que a COP deve ocorrercomo jogar no sportingbettodos os espaços do território do nosso país, e não apenascomo jogar no sportingbetBelém, precisamos discutir todos os biomas do Brasil, da Amazônia à Caatinga, passando pela Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal.
É necessário que façamos várias COPs dentro da COP, com discussões envolvendo o máximo de atores possível. Não dá para contar que a cúpula política vai resolver todos os problemas pois como coloquei no início desse artigo as negociações entre as partes tem caminhado de forma lenta e sem muitos avanços. Temos que nos envolver mais e pensar para além das mudanças climáticas.
Joana Angélica Guimarães da Luz não presta consultoria, trabalha, possui ações ou recebe financiamento de qualquer empresa ou organização que poderia se beneficiar com a publicação deste artigo e não revelou nenhum vínculo relevante além de seu cargo acadêmico.
Publicidade
Este artigo foi publicado no The Conversation Brasil e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons