A publicação de Faria foi feita pouco após o resultado do primeiro turno da eleição, realizado no domingo (02/10) — Lula obteve 48,4% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro teve 43,2%. A diferença menor do que a apontada por muitas pesquisas foi ressaltada por aliados de Bolsonaro e até pelo próprio presidente ao comentar o resultado da disputa.
Eles têm atacado institutos como Datafolha, Ipec e Quaest. "Onde será o velório dos institutos de pesquisa?", diz um tuíte compartilhado por Fabio Wajngarten, membro da campanha de Bolsonaro, pouco antes do fim da apuração.
Bolsonaro teve 43% dos votos válidos na eleição presidencial, enquanto a pesquisa do Datafolha divulgada na véspera da eleição, com 12,8 mil entrevistadosvirtual bets net310 municípios brasileiros, captava 36% — uma diferença fora da margem de erro de dois pontos percentuais.
Já a pesquisa Genial/Quaest apontava o atual presidente com 38% dos votos válidos, disparidade também fora da margem de errovirtual bets netrelação ao resultado das urnas.
Em entrevista coletiva na noite de domingo, Bolsonaro afirmou, quando questionado pelos jornalistas, que o resultado da eleição "desmoralizou de vez os institutos de pesquisa" por prever votação menor do que recebeu. "Isso vai deixar de existir, até porque acho que não vão continuar fazendo as pesquisas, esse pessoal", afirmou.
Publicidade
virtual bets net
'Derrota dos institutos'
Uma das principais lideranças religiosas ligadas a Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia afirma que o resultado deste domingo é a "derrota" de institutos de pesquisas que, segundo ele, "influenciam o voto do povo mais pobre".
"Cadê São Paulovirtual bets netque o Haddad (candidato ao governo, que apareciavirtual bets netprimeiro nas pesquisas, mas ficouvirtual bets netsegundo lugar neste domingo) estavavirtual bets netprimeiro? Isso é uma bandidagem, é uma vergonha. Isso induz, isso influencia, isso é uma covardia", diz Malafaia à BBC News Brasil.
"Eu cansei de avisar a imprensa que nem Datafolha e nem IPEC conseguem mensurar o voto evangélico. não estão computando o voto evangélico que é muito grande", acrescentou o líder religioso.
O discurso de aliados de Bolsonaro contra os institutos de pesquisa tem sido reforçado por muitos outros apoiadores do presidente nas redes sociais. Para eles, que acreditam na vitória do presidente, o resultado diferente daquele apontado por muitos institutos de pesquisa é o grande destaque do primeiro turno.
Publicidade
Possibilidades para os resultados das pesquisas
A diferença no resultado da disputa presidencial neste ano, além de uma série de resultados surpreendentes nos Estados nas corridas para governador e senador, aumentam a pressão sobre o trabalho dos institutos de opinião, disse o professor de gestão de políticas públicas na USP e pesquisador do eleitorado bolsonarista Pablo Ortelladovirtual bets netentrevista à BBC News Brasil neste domingo.
"Tem muitas coisas que podem ter acontecido. Vai ser necessário olhar com calma para entender. Mas não houve nenhum fato novo [nos últimos dias de campanha] para explicar esse salto na diferença. Não acho que o eleitor tenha mudado o voto de última hora, porque tudo estava muito consolidado", disse Ortellado.
"Essa explicação não é suficiente. Pode ser que um pedaço do voto indeciso tenha ido para o Bolsonaro, mas um pedaço que certamente não explica o que aconteceu. Pode ter sido o voto envergonhado. Pode ter havido boicote dos bolsonaristas na participação das pesquisas, havia uma campanha muito dura contra os institutos de opinião", acrescentou.
Para Ortellado, será necessário "rever métodos e fazer discussões entre especialistas para ver o que aconteceu". Ele afirmou que "alguma coisa aconteceu e é preciso descobrir".
Publicidade
- Este texto foi publicadovirtual bets nethttps://www.bbc.com/portuguese/brasil-63113290
BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.