ea sports bet-A avó de 60 anos que se tornou um ícone feminista na China ao escapar do abuso do marido
ea sports bet
"Eu era uma mulher tradicional e queria permanecer no meu casamento para o resto da vida, mas percebi que não recebia nadaea sports bettroca da minha energia e esforço, apenas violência, abuso emocional e psicológico", diz Su Min, que mudou radicalmenteea sports betvida e nos últimos quatro anos acumula aventuras e 300 mil quilômetros rodados pela China.
Laura Bicker - Da BBC Newsea sports betPequim (China)
Su Min capturou a curiosidade e o espanto de milhões de mulheres chinesas com seus diáriosea sports betvídeo
Foto: Arquivo Pessoal/Su Min / BBC News Brasil
ea sports bet de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
A avó chinesa Su Min, de 60 anos, não tinha intenção de se tornar um ícone feminista.
Ela estava apenas tentando escapar do marido abusivo quando pegou a estradaea sports bet2020ea sports betseu Volkswagen branco com uma barraca no teto.
"Senti que finalmente poderia recuperar o fôlego", diz ela, relembrando o momentoea sports betque se afastou deea sports betantiga vida.
"Senti que poderia sobreviver e encontrar um estilo de vida de que eu gostasse."
Ao longo dos quatro anos seguintes e quase 300 mil quilômetros depois, os diáriosea sports betvídeo que ela compartilhou de suas aventuras, ao mesmo tempoea sports betque detalhavam décadas de dor, renderam-lhe milhões de fãs online.
Inadvertidamente, tornou-se a "tia viajante", uma heroína para mulheres que se sentiam presasea sports betsuas próprias vidas.
Publicidade
Sua história agora é um filme de sucesso que foi lançadoea sports betsetembro - Like a Rolling Stone -, e ela chegou à lista da BBC das 100 mulheres inspiradoras e influentes de 2024.
Para ela, a palavra de 2024, um ano de grandes momentos, foi "liberdade".
O mais novo SUV de Su Min é seu terceiro carro nos quatro anos que ela passou na estrada
Foto: Arquivo pessoal/Su Min / BBC News Brasil
Em entrevista por telefone de Shenyang pouco antes de seguir para o sul no invernoea sports betseu novo SUV com uma caravana, ela disse à BBC que desde que começou a dirigir sentiu-se mais livre, mas foi somenteea sports bet2024, quando finalmente pediu o divórcio, que ela experimentou "outro tipo de liberdade".
A jornada foi longa: o divórcio é um processo complicado na China e seu marido se recusou a aceitá-lo até que ela concordasseea sports betcompensar-lhe financeiramente.
Eles chegaram ao valor 160 mil yuans (R$ 133 mil), e ela ainda espera a chegada da certidão de divórcio.
Mas está decidida a não olhar para trás: "Estou me despedindo dele".
Publicidade
A estrada para a liberdade
Emea sports betnova vida na estrada, o compromisso de Su Min é consigo mesma.
Ela geralmente é a única personagem de seus vídeos. Embora dirija sozinha, contudo, nunca parece solitária. Conversa com seus seguidores enquanto filmaea sports betjornada, compartilhando o que tem cozinhado, como tem passado os dias e quais são seus próximos destinos.
O público viaja com ela para lugares que nunca imaginaram que gostariam de conhecer - as montanhas cobertas de neve de Xinjiang, as antigas cidades fluviais de Yunnan, lagos azuis cintilantes, vastas pradarias, desertos sem fim.
Aplaudemea sports betbravura e invejam a liberdade que ela abraçou. Raramente ouviram um relato tão cruea sports betprimeira mão sobre a realidade da vida como uma "tia chinesa".
"Você é tão corajosa! Escolheu se libertar", escreveu uma seguidora, enquanto outra a incentivou a "viver bem o resto daea sports betvida para si mesma!".
Uma mulher procurou conselhos porque ela também "sonhaea sports betdirigir sozinha" e uma seguidora impressionada disse: "Mãe, olhe para ela! Quando eu ficar mais velha, viverei uma vida colorida como a dela se eu não me casar!"
Publicidade
Para algumas, as conclusões são mais pragmáticas, mas inspiradoras: "Depois de assistir a seus vídeos, aprendi que, como mulheres, devemos ter nossa própria casa, cultivar amizadesea sports bettodos os lugares, trabalhar duro para sermos financeiramente independentes e investirea sports betseguro-desemprego!"
Em meio a tudo isso, Su Min processa seu próprio passado.
Um gato de rua que ela encontra na estrada a lembra de si mesma, ambas tendo "resistido ao vento e à chuva por anos, mas ainda conseguindo amar este mundo que cobre nossos rostos".
Uma visita ao mercado, onde ela sente o cheiro de pimentas, evoca "o cheiro da liberdade", porque durante todo o seu casamento a comida apimentada foi proibida pelo marido, que não gostava.
Su Minea sports betuma roupa tradicional quando visitouea sports betprovíncia natal, Henan,ea sports betjaneiro de 2024
Foto: Arquivo pessoal/Su Min / BBC News Brasil
Por anos, Su Min foi filha, esposa e mãe obediente, mesmo quando seu marido a agredia repetidamente.
"Eu era uma mulher tradicional e queria permanecer no meu casamento para o resto da vida", diz ela.
Publicidade
"Mas, eventualmente, percebi que não recebia nadaea sports bettroca de toda a minha energia e esforço, apenas violência, abuso emocional e psicológico."
Seu marido, Du Zhoucheng, admitiu ter batido nela.
"É meu erro ter batidoea sports betvocê", disse eleea sports betum vídeo que ela compartilhou recentemente no Douyin, a plataforma chinesa do TikTok.
Graduado no ensino médio, ele teve um emprego público no Ministério de Recursos Hídricos por 40 anos antes de se aposentar, de acordo com relatos da mídia local.
Ele disse a um canalea sports bet2022 que batia na esposa porque ela "respondia" para ele, e que era "uma coisa comum": "Como podeea sports betuma família não haver alguns trancos e barrancos?"
Quando o dever chama
Su Min diz que casou-se para evitar o controle do pai e de toda a família".
Ela nasceu e foi criada no Tibete até 1982, quandoea sports betfamília se mudou para Henan, uma província no vale ao longo do Rio Amarelo.
Publicidade
Ela tinha acabado de terminar o ensino médio quando encontrou trabalhoea sports betuma fábrica de fertilizantes, onde a maioria de suas colegas mulheres, incluindo aquelas com menos de 20 anos, já tinham maridos.
Seu casamento foi arranjado por uma casamenteira, o que era comum na época. Ela passou grande parte da vida cozinhando e cuidando de seu pai e três irmãos mais novos. "Eu queria mudar minha vida", diz ela.
O casal se encontrou apenas duas vezes antes do casamento. Ela não estava procurando por amor, mas esperava que o amor crescesse quando se casassem.
O amor não veio. Mas ela teve uma filha, e essa é uma das razões pelas quais se convenceu de que precisava suportar o abuso.
Su Min capturou a curiosidade e o espanto de milhões de mulheres chinesas com seus diáriosea sports betvídeo
Foto: Arquivo pessoal/Su Min / BBC News Brasil
"Temos sempre tanto medo de sermos ridicularizados e estigmatizados se nos divorciarmos, que escolhemos aguentar, mas esse tipo de complacência não é correta", diz ela.
Publicidade
"Mais tarde, descobri que isso pode ter um impacto considerável nas crianças. A criança realmente não quer que você aguente, ela quer que você se erga corajosamente e dê a ela um lar harmonioso."
Ela pensouea sports betdeixar o marido depois que a filha se casou, mas logo se tornou avó. Sua filha teve gêmeos — e, mais uma vez, o dever chamou. Ela sentiu que precisava ajudar a cuidar deles, embora já tivesse sido diagnosticada com depressão.
"Senti que, se não fosse embora, ficaria mais doente", diz. Ela prometeu à filha que cuidaria dos dois meninos até que eles fossem para o jardim da infância, e só então iria embora.
A centelha de inspiração paraea sports betfuga veioea sports bet2019, enquanto navegava pelas redes sociais. Ela encontrou um vídeo sobre alguém viajando enquanto moravaea sports betuma van. Era isso, ela pensou consigo mesma. Aquela seriaea sports betsaída.
Publicidade
Nem a pandemia a impediu. Em setembro de 2020, ela saiu de casaea sports betZhengzhou e mal olhou para trás enquanto passava por 20 províncias chinesas e mais de 400 cidades.
É uma decisão que certamente repercutiu entre as mulheres na China.
Para seus milhões de seguidores, Su Min oferece conforto e esperança. "Nós, mulheres, não somos apenas esposas ou mães de alguém... Vamos viver para nós mesmas!", escreveu uma seguidora.
Muitas delas são mães que compartilham suas próprias lutas. Elas dizem a ela que também se sentem presasea sports betcasamentos sufocantes — algumas dizem que suas histórias as inspiraram a sair de relacionamentos abusivos.
"Você é uma heroína para milhares de mulheres e muitas agora veem a possibilidade de uma vida melhor porea sports betcausa", diz um dos principais comentáriosea sports betum de seus vídeos mais assistidos.
Publicidade
"Quando eu fizer 60 anos, espero poder ser tão livre quanto você", diz outro comentário.
Uma terceira mulher pergunta: "Posso viajar com você? Eu cubro todas as despesas. Eu só quero fazer uma viagem com você. Eu me sinto tão presa e deprimida na minha vida atual."
'Ame a si mesmo'
"Você pode ter a vida dos seus sonhos?", Su Min ponderou.
"Quero lhe dizer que não importa quantos anos você tenha, contanto que trabalhe duro, você definitivamente encontraráea sports betresposta. Assim como eu, embora eu tenha 60 anos agora, encontrei o que estava procurando."
Ela admite que não foi fácil e que teve que viver frugalmente comea sports betaposentadoria. Ela pensou que os vídeos que produzia poderiam ajudar a arrecadar algum dinheiro, mas não tinha ideia de que eles se tornariam virais.
Publicidade
Histórias de Su Min tocaram milhões de mulheres chinesas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Ela fala sobre o que aprendeu ao longo dos anos e seu último desafio — finalizar o divórcio.
"Ainda não recebi minha certidão de divórcio, porque a lei prevê um período de reflexão, e agora estamos nesse período."
Um de seus seguidores escreveu que o dinheiro que ela pagou ao marido "valeu cada centavo", acrescentando: "Agora éea sports betvez de ver o mundo e viver uma vida vibrante e sem restrições. Parabéns, aqui está um futuro colorido e gratificante!"
Ela diz que é difícil se divorciar porque "muitas de nossas leis na China são para proteger a família. As mulheres geralmente não ousam se divorciar por causa da desarmonia familiar".
No início, ela pensou que o comportamento de Du Zhoucheng poderia melhorar com o tempo e a distância, mas ela disse que ele ainda jogou "panelas e frigideiras" nela quando ela voltou.
Publicidade
Ele só ligou para ela duas vezes nos últimos anos — uma vez porque o cartão de acesso à rodovia dela estava vinculado ao cartão de crédito dele e ele queria que ela lhe devolvesse 81 yuans (R$ 67,47). Ela diz que não usou esse cartão desde então.
Sem se deixar abater pelo atrasoea sports betgarantir o divórcio, Su Min continua planejando mais viagens e espera um dia viajar para o exterior.
Ela está preocupadaea sports betsuperar as barreiras linguísticas, mas está confiante de queea sports bethistória repercutirá no mundo todo — como aconteceu na China.
"Embora as mulheresea sports betcada país sejam diferentes, eu gostaria de dizer que não importaea sports betque ambiente você esteja, você deve ser boa consigo mesma. Aprenda a se amar, porque somente quando você se ama o mundo pode ficar cheio de sol."
Colaborou Fan Wang, de Singapura.
BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.