fantasy sport bet365-A fuga de brasileira do sul do Líbano: 'Melhor recomeçar do zero do que perder a vida'

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BBC News Brasil conversou com duas brasileiras que vivem no Líbano; elas relatam tensão e nervosismofantasy sport bet365meio a ataques de Israel contra Hezbollah.
25 set 2024 - 15h51
(atualizadofantasy sport bet36526/9/2024 às 10h37)
Segundo a ONU, 90 mil pessoas foram deslocadas desde a última segunda-feira, quando Israel intensificou os ataques contra o grupo libanês Hezbollah
Segundo a ONU, 90 mil pessoas foram deslocadas desde a última segunda-feira, quando Israel intensificou os ataques contra o grupo libanês Hezbollah
Foto: EPA / BBC News Brasil

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"Saímos de casa apenas com a roupa do corpo. Não é fácil deixar tudo o que construímos para trás. Passamos 12 horas na estrada, com o som das bombas explodindo perto de nós. Queremos voltar ao Brasil, e mesmo que tenhamos que começar do zero, é melhor do que arriscar nossas vidas aqui."

Esse é o relato de Leni Souza, podóloga paranaense de 47 anos que vive no Líbano há 12 anos. Ela deixoufantasy sport bet365casa no sul do país após o aumento dos ataques de Israel contra o grupo libanês Hezbollah.

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Casada com um libanês há 30 anos, Leni conta que se mudou para o Líbano buscando proporcionar uma educação melhor para suas três filhas — uma de 20 anos e duas gêmeas de 13 anos, uma vez que, segundo ela, o sistema educacional local oferece o aprendizado de três idiomas: inglês, francês e árabe.

Contudo, a tranquilidade da família foi abaladafantasy sport bet365outubro de 2023, quando os conflitosfantasy sport bet365Gaza se espalharam para o Líbano, com confrontos diários entre Israel e o Hezbollah.

Segundo Leni, o ponto de ruptura foi na segunda-feira (23/9), o dia mais mortal no Líbano desde o fim da guerra civil,fantasy sport bet3651990. Naquele dia, quase 600 pessoas foram mortas, incluindo 50 crianças e 94 mulheres, além de 1.700 ficarem feridas, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.

Em meio aos bombardeios no Líbano, um adolescente de 15 anos com nacionalidade brasileira morreu no Vale do Bekaa.

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"Desde segunda-feira, os bombardeios se tornaram constantes e aterrorizantes", conta Leni à BBC News Brasil.

Leni descreve o medo crescente à medida que as explosões se aproximavam.

"Foram 24 horas ouvindo bombas. Até então, eu não havia deixado minha casa, mas chegou um pontofantasy sport bet365que não era mais possível continuar."

A família, então, decidiu fugir. "Consegui sair da cidade ontem com minhas filhas. Levamos 12 horas para chegar a um lugar seguro nas montanhas, uma viagem que normalmente dura uma hora e meia."

Ela relata a tensão na estrada, vendo bombas a distância e passando por cidades devastadas, com prédios destruídos e janelas quebradas.

"A qualquer momento, uma bomba podia cair sobre nós. O medo era constante, e a única coisafantasy sport bet365que eu pensava era tirar minhas filhas de lá o mais rápido possível", relembra emocionada.

Nas montanhas, a família encontrou abrigo alugando a parte superior de um chalé e agora aguarda informações sobre uma possível evacuação organizada pela embaixada brasileira.

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Leni e seu marido já começaram a preencher os formulários para uma eventual retirada do país.

"Não é fácil abandonar tudo o que construímos, mas preferimos recomeçar no Brasil a colocar nossas vidas e as de nossas filhasfantasy sport bet365risco."

Ela expressa tristeza ao ver a destruição ao redor e a situação difícil de outras famílias brasileiras, algumas sem abrigo, dormindofantasy sport bet365carros.

"Graças a Deus, conseguimos um lugar seguro. Agora, estamos esperando e torcendo para que tudo se resolva logo."

Leni Souza, podóloga paranaense de 47 anos que vive no Líbano há 12 anos, deixoufantasy sport bet365casa no sul do país devido à intensificação dos ataques de Israel contra o Hezbollah
Foto: Acervo pessoal / BBC News Brasil

90 mil deslocados

Leni é uma das 90 mil pessoas deslocadas no Líbano desde 23 de setembro, segundo a ONU.

Assim como ela, muitas famílias estão fugindo do sul do país, com carros lotados e escolas sendo usadas como abrigos improvisados.

Enquanto isso, o exército israelense informou na quarta-feira que realizou uma nova onda de ataques "intensos" no sul do Líbano e no vale do Bekaa, visando o Hezbollah. Esses ataques, segundo o Ministério da Saúde libanês, deixaram pelo menos 50 mortes e mais de 220 feridos.

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O chefe do exército israelense, Herzi Halevi, declarou que essas operações têm como objetivo preparar a "possível entrada" de tropas no Líbano.

Mais cedo, Israel anunciou que interceptou um míssil balístico disparado pelo Hezbollahfantasy sport bet365direção a Tel Aviv, sendo essa a primeira vez que um foguete desse tipo foi direcionado à maior cidade do país.

Além das 90 mil pessoas deslocadas desde segunda-feira, outras 112 mil já foram forçadas a deixar suas casas no sul do Líbano desde outubro do ano passado, de acordo com a ONU.

No norte de Israel, cerca de 60 mil pessoas também foram evacuadas nesse período.

Israel afirma que seu objetivo é neutralizar a ameaça do Hezbollah e permitir o retorno das pessoas deslocadas no norte do país.

O Hezbollah, porfantasy sport bet365vez, alega estar resistindo à "agressão" israelense e agindofantasy sport bet365solidariedade aos palestinosfantasy sport bet365Gaza.

Os ataques de ambos os lados da fronteira têm aumentado, alimentando o temor de um conflito regional mais amplo, especialmente após uma série de atentados contra membros do Hezbollah.

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'Barulho ensurdecedor'

Carla Mussallam Al Masri, de 58 anos, que vive no Líbano há 28, diz que aviões supersônicos israelenses voamfantasy sport bet365alta velocidade, rompendo a barreira do som e gerando estrondos que fazem tremer as casas
Foto: Acervo pessoal / BBC News Brasil

Em Beirute, Carla Mussallam Al Masri, guia de turismo paulistana de 58 anos, que vive no Líbano há 28 anos, relata a presença constante dos aviões supersônicos israelenses.

Segundo Carla, essas aeronaves voamfantasy sport bet365alta velocidade, rompendo a barreira do som e gerando estrondos que fazem tremer as casas.

"Quando eles passam, parece uma bomba. O barulho é ensurdecedor, e parece que a casa vai desabar", relata Carla, que é casada com um libanês.

Para minimizar os danos, ela deixa janelas e portas abertas, evitando que o impacto do som quebre os vidros.

A frequência desses voos aumentou recentemente, e o último sábado foi particularmente difícil, marcado por estrondos que causaram ansiedade e medo na comunidade.

Carla se familiarizou com esse som desde que se mudou para o Líbano, mas a intensidade recente trouxe de volta memórias de bombardeios dos anos 90 e da guerra de 2006.

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Seus pais nasceram no Brasil, mas seus avós são de Marjayoun e Hasbaya, no sul do Líbano, áreas historicamente afetadas por ocupações e bombardeios, e mais recentemente alvos de novos ataques de Israel emfantasy sport bet365ofensiva contra o Hezbollah.

Para Carla, o som dos aviões supersônicos é um lembrete constante da instabilidade da região e do impacto emocional que esses episódios têm na vida cotidiana.

"Israel fez um ataque cirúrgico a 30 quilômetros de onde eu moro, na cidade de Sídon, perto da casa do meu cunhado", acrescenta ela.

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Fontes de referência

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