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Segundo o governo palestino, crianças são um terço entre as vítimas no atual conflito entre Hamas e Israel.
Com uma média de idade de 18 anos, a população de Gaza está entre as mais jovens do mundo — quase metade dos moradores, 47%, são jovens de até 17 anos, de acordo com o Palestinian Central Bureau of Statistics (Escritório Central de Estatísticas Palestino,apostas exatas futebolportuguês).
A expectativa de vidaapostas exatas futebolGaza é de 73 anos, o que é relativamente altaapostas exatas futebolcomparação com outros países árabes.
No entanto, devido à manutenção de uma taxa de natalidade muito alta nos últimos anos, a população de Gaza cresceu consideravelmente e,apostas exatas futebolpouco mais de uma década, cerca de um quarto da população tornou-se significativamente mais jovem.
"A natalidade entre a população palestina é elevada há bastante tempo. Diminuiu um pouco, como se espera pela tendência mundial, mas continua muito alta", diz David Coleman, professor emérito de demografia na Universidade de Oxford à BBC News Brasil.
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O que sobrou de um míssil disparado pelo Hamas sobre Israel
Foto: REUTERS/Amir Cohen
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Homem segura seu cachorro após ataque do Hamasapostas exatas futebolAshkelon,apostas exatas futebolIsrael
Foto: REUTERS/Amir Cohen
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Mais de 126 pessoas foram feitas reféns pelo Hamas. Entre os desaparecidos estão (da direita para esquerda), Noa Argamani, Orión Hernández Radoux e a DJ e tatuadora Shani Louk. A família de Shani acredita que ela está viva e hospitalizadaapostas exatas futebolGaza.
Foto: Reprodução/Montagem
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Palestinos tentam deixar Gaza após prazo imposto por Israel
Foto: REUTERS/Mohammed Salem
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Palestinos usam um ponto de painel de energia solar para recarregar a bateria dos seus celulares
Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Mísseis disparados por Israelapostas exatas futeboldireção a Gaza na terça-feira, 10, três dias após ofensiva do Hamas
Foto: REUTERS/Mohammed Salem
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Grupo de resgate remove corpos próximo a estação policial israelense destruída após ataque do Hamas, na quarta-feira, 11
Foto: REUTERS/Violeta Santos Moura
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Fumaças se confundem com o por do solapostas exatas futebolGaza
Foto: REUTERS/Mohammed Salem/File Photo
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Homem palestino nos destroços de construção após contra-ataque de Israel à ofensiva do Hamas
Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Médico carrega criança palestina ferida até ambulânciaapostas exatas futebolGaza
Foto: REUTERS/Stringer
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Pela janela quebrada, uma parte da cozinha de uma casa israelense atingida por guerrilheiros do Hamas
Foto: REUTERS/Ilan Rosenberg
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Bombardeio de Israelapostas exatas futebolGaza no sábado, 9
Foto: REUTERS/Mohammed Salem
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Palestinos inspecionam mesquita destruída pelo contra-ataque israelense
Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Em reação à ofensiva do Hamas, Israel atacou a Faixa de Gaza ainda no sábado, 7
Mulher vê o estrago no quarto, causado pela ofensiva palestinaapostas exatas futebolIsrael no sábado, 7
Foto: REUTERS/Amir Cohen
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No sábado, 7, dia da ofensiva palestina contra Israel, bombeiro tenta extinguir fogo decorrente de explosões
Foto: REUTERS/Amir Cohen
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Palestinos lançaram primeiros mísseis contra Israel no sábado, 7
Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Homem palestino carrega criança após ofensiva israelense contra palestinos na Faixa de Gaza
Foto: REUTERS/Yasser Qudih
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Conflito Israel x Hamas na Faixa de Gaza
Foto: REUTERS/Amir Cohen
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Faixa de Gaza
Foto: REUTERS/Raneen Sawafta
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Funeral do videojornalista da Reuters, Issam Abdallah, morto no sul do Líbano por bombardeio vindo da direção de Israel.
Foto: Reuters
"No passado, estimativas apontavam que a taxa de natalidadeapostas exatas futebolGaza era equivalente a 7 ou 8 filhos por mulher, o que é quase tão alto quanto se pode encontrarapostas exatas futebolqualquer lugar do mundo. Essa taxa diminuiu e é estimadaapostas exatas futebolcerca de 4 filhos atualmente."
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Para comparação, de acordo com dados da Divisão de População das Nações Unidas, a taxa de fecundidade globalapostas exatas futebol2019 era de cerca de 2,5 filhos por mulher.
Um ponto curioso - e contra intuitivo -, segundo os especialistas consultados pela reportagem, é o fato de a natalidade continuar elevada, embora os níveis gerais de educação tenham melhorado na região.
"Em outros países do mundo, observamos a relação direta entre a melhora da educação e a queda de nascimentos. Embora isso tenha acontecidoapostas exatas futebolparteapostas exatas futebolGaza, a taxa ainda é bastante alta", aponta Michael R. Fischbach, Professor de História na Randolph-Macon College, especializado no conflito árabe-israelense.
Em geral, os palestinos apresentam altos níveis de alfabetização. Entre aqueles com 15 anos ou mais, a taxa é de 92% para os homens e 80% para as mulheres, segundo o Gabinete Central de Estatísticas Palestino. Os dados também apontam um aumento na alfabetização e formaçãoapostas exatas futebolnível superior.
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O território, controlado pelo Hamas, é também densamente povoado, com cerca de 5829 pessoas por quilômetro quadrado, de acordo com dados do The World Fact Book produzido pela CIA, a agência de inteligência americana.
Abaixo, especialistas avaliam as razões que podem contribuir para uma população tão jovem na região.
Razões políticas e imigração quase inexistente
Em uma região onde a imigração é baixa devido às restrições nas fronteiras e à falta de apelo por condições de vida precárias, Gaza não costuma receber novos moradores de outros países — fazendo com que a cultura local seja predominante.
Na avaliação do professor David Coleman, a razão de tantos nascimentos na região é,apostas exatas futebolparte, política.
"Não creio que esteja relacionada às razões usuais, como atraso econômico, analfabetismo ou relações muito desiguais entre os sexos, que é a explicação comum para as altas taxas de natalidade nas partes mais pobres do mundo."
"Em Gaza especificamente as famílias relutamapostas exatas futebollimitarapostas exatas futebolpopulação,apostas exatas futebolfertilidade, porque se veem como parte de uma luta contra Israel e contra a dominação israelense", diz ele, afirmando que essa opinião é controversa e nem todos os estudiosos do tema acreditam que seja uma das razões.
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"Particularmente, eu imaginaria que isso os torna mais vulneráveisapostas exatas futebolmeio à ataques, já que crianças, principalmente as mais novas, não conseguem cuidar de si próprias e dependem de cuidados especiais."
O historiador Michael Fischbach, concorda que, embora não seja algo bem documentado, pode haver uma questão cultural que liga o crescimento da família a uma ideia de resistência e afirmação do povo palestino como uma ideia de se proteger de ataques.
A suposta capacidade de jovens — especialmente do sexo masculino — para trazer subsistência as famílias, tem sido um argumento usadoapostas exatas futebolalgumas pesquisas.
A ideia, no entanto, já foi revogada por estudiosos do tema, já que a taxa de desemprego, mesmo entre homens, que compõem a maior parte da força laboral, é alta.
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Segundo o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina,apostas exatas futebol2020, 53% dos jovens palestinos estavam desocupados (não estudavam nem trabalhavam).
Falta de acesso à contraceptivos e outros fatores de planejamento familiar
A falta de uso de métodos contraceptivos por diferentes razões é uma das causas da alta natalidade, e por consequência, população jovem de Gaza.
A falta de informação e crenças equivocadas sobre os métodos são considerados fatores importantes que prejudicam o controle da natalidade, de acordo com um estudo publicado no BMC Women's Health.
Segundo a pesquisa, os homens desempenham um papel significativo na escolha do método contraceptivo, porém, devido à falta de acesso a informações, podem impressões falsas sobre os métodos.
"Em algumas famílias, pode haver dinâmicas desiguais entre os sexos. Apesar das mulheres carregarem os filhosapostas exatas futebolseus ventres, muitas vezes opiniões dos maridos podem prevalecer sobre as das esposas. É especulativo da minha parte, mas considero essa possibilidade porque tais dinâmicas são bastante comunsapostas exatas futeboltodo o mundo", comenta David Coleman, de Oxford.
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Outro estudo, feito pela UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), chegou a conclusões semelhantes, adicionando ainda a falta de conhecimento dos próprios profissionais de saúde sobre métodos contraceptivos de longa duração como o DIU.
"Além disso, o bloqueio que Gaza enfrenta, especialmente por parte de Israel e Egito, muitas vezes torna contraceptivos de diferentes tipos e outros materiais de saúde indisponíveis", aponta o historiador Michael Fischbach.
De acordo com uma publicação do OCHA (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários) feitaapostas exatas futebol2019, naquele ano, dois produtos essenciais de planejamento familiar, pílulas de progesterona e preservativos masculinos, não estavam disponíveis para nenhuma parte da população.
O documento mostra que a falta geral de materiais não só contribui para gestações não-planejadas, mas também põeapostas exatas futebolrisco a saúde de gestantes e bebês.
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"A contínua falta de estoque de produtos farmacêuticos essenciais para a saúde materno-infantil e de produtos descartáveis afeta significativamente os serviços e coloca cada vez mais mulheres grávidas e recém-nascidosapostas exatas futebolrisco de incapacidade e morte."
Além de fornecer os dados, a publicação cita a história de Sahar Al Nabaheen, que aos 31 anos, mora com o marido e os seis filhos no campo de refugiados Al Bureij, na região central de Gaza.
"Três das gestações de Sahar não foram planejadas devido à falta de contraceptivos disponíveis. Como ela e o marido não conseguem encontrar trabalho, aapostas exatas futebolfamília de oito pessoas vive sem rendimentos."
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