Resumo
O outono no Brasil deve ser caracterizado por temperaturas acima da médialink betanoquase todo o país, devido ao El Niño, podendo haver ondas de calor e variação de chuvas ao redor da média.
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O outono começa, oficialmente, nesta quarta-feira, 20, no Hemisfério Sul. Tipicamente, a estação traz temperaturas mais amenas, mas neste ano, devido à influência do El Niño, o Brasil deve enfrentar novas ondas de calor até a chegada do inverno.
Micael Amore Cecchini, professor doutor no Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG-USP, explica que as altas temperaturas devem continuar ao longo do outono. Já o fenômeno La Niña, que traz o clima mais frio, só deverá ser observado a partir do segundo semestre deste ano.
“Quando a gente tem El Niño, e estamos no final dele, dentro da normalidade, a gente tem temperaturas acima da média aqui no Brasil, normalmente. Então, a expectativa para esse outono é que, sim, as temperaturas sejam acima da médialink betanotodo o País”, detalha ao Terra. Especialmente no interior do Brasil, as altas temperaturas são esperadas ainda no outono.
Devido à elevação da temperatura no Brasil, é possível que novas ondas de calor sejam formadas no decorrer da estação.
“É até provável que a gente tenha mais ocorrências de ondas de calor, porque muitas vezes são elas mesmas que aumentam a temperatura média para uma região. Então, no próximo outono, agora março, abril, maio, é possível sim que tenhamos novas ocorrências de ondas de calor”, acrescenta Cecchini.
Chuvas e seca
Com relação às chuvas, haverá variação ao redor da média durante o outono. É esperado que,link betanoalgumas regiões do País, o volume de precipitação seja maior. Segundo Cecchini, há expectativa para seca no Nordeste.
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“O que mais se destaca é uma expectativa de maior seca no norte do Nordeste e no leste do Nordeste. Então, tirando essa faixa de regiões com expectativa de seca, o restante do País está mais ou menos próximo da normalidade. Em Mato Grosso tem uma expectativa de chuva um pouquinho menor do que a média também, mas esses são os padrões esperados”, pontua.
O professor considera que as chuvas volumosas são esperadas, mas devem ser menos frequentes do quelink betanooutros anos, devido ao aumento da temperatura.
Frentes frias
No outono são esperadas mais frentes friaslink betanocomparação com o verão. Mas, com a previsão de novas ondas de calor, a frequência delas pode diminuir, e só aumentar mais próximo do inverno.
“A frequência com que as frentes frias chegam ao Sul do País e no Sudeste principalmente, vai aumentando conforme a gente se aproxima do inverno. Então, por um lado, esperamos frentes frias, mas por outro, se a gente está observando temperaturas médias maiores, então comparada a frequência para outono, ela vai ser provavelmente menor do que a média, mas ainda assim pode ser similar ou um pouquinho mais frequente que no verão”, explica o professor.
Outono típico?
O professor doutor Micael Cecchini explica que neste ano o outono terá características típicas da estação, mas estará mais quente devido ao El Niño, com possíveis ondas de calor mais frequentes do que nos últimos anos.
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“A gente pode entender o outono como uma transição entre verão e inverno. Mais ou menos exatamente uma média entre as duas. Na estação extrema, a gente tem o sol no verão, que está bem a pino sobre, principalmentelink betanoSão Paulo, 23 graus de latitude. Aí no outono e na primavera, o sol está sobre o Equador, então ele não fica a pino aqui no nosso céu, então a radiação dele incide inclinada, mas menos inclinada do que no inverno. Então, por isso, se trata de uma estação mais amena do que o verão, mas também não tão fria quanto o inverno”, explica.
A regra vale para a região Central e Sul do Brasil. No Norte e no Nordeste, a situação é diferente. “Na região Norte e Nordeste, as configurações são um pouco diferentes. Nessa época do ano, lá pode ser mais quente mesmo, e com expectativas de um período mais chuvoso, por exemplo, na região amazônica. De modo geral, para o restante do país, é uma estação mais amena, onde começa a ter um pouquinho mais de frequência de frentes frias”, completa.