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MC Guimê e Antônio Cara de Sapato tiveram suas trajetórias no "Big Brother Brasil 23" marcadas por uma acusação de assédio e foram expulsos do programa na noite desta quinta-feira (16). Os dois,roleta supremodiferentes momentos, cruzaram a linha do respeito com a influenciadora mexicana Dania Mendez — que está participando de um intercâmbio entre o BBB e o programa mexicano "La Casa de Los Famosos".
Primeiro, Guimê passou a mão no bumbum dela, sendo interrompido pela própria. Depois, foi a vez de Sapato tentar beijá-la à força.
As imagens foram suficientes para despertar manifestações de repúdio, inclusive de familiares da mexicana, e retratações dos envolvidos, além de deixar o casamento de Guimê e Lexa abalado - a funkeira se mostrou surpresa e magoada com o que assistiu e, por ora, abandonou a torcida no programa. Um inquérito por suspeita de importunação sexual foi instaurado pela polícia do Rio de Janeiro.
MC Guimê e Cara de Sapato expulsos do BBB23
Os dois foram surpreendidos por Tadeu Schmidt ao vivo e a produção agiu com a firmeza cobrada: optou pela expulsão deles.
"A produção do BBB teve uma ação correta e histórica para a luta das mulheres brasileiras contra a cultura do assédio. Infelizmente homens adultos não são educados desde meninos a aprenderem sobre consentimento e a maioria das mulheres também não, por isso demoram a compreender o ocorrido e muitas vezes se culpam, afirma Déborah De Mari, pesquisadora de gênero e fundadora da Força Meninasroleta supremoentrevista ao Terra.
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O fato serve de exemplo e lição do que representa o desrespeito à mulher. No caso de Dania, foi um "não" desrespeitado e um corpo invadido. Ainda queroleta supremoambas as ocasiões, a mexicana tenha sido capaz de se defender e repelir os abusos,roleta supremoreação firme não anula os limites que já haviam sido cruzados pelos brasileiros.
Promotora de Justiça de São Paulo, mestreroleta supremodireito penal e ativista pelos direitos das mulheres, Silvinha Chakian falou da importância de um acolhimento especializado para modelo mexicana para que ela não nutra o sentimento de culpa e revitimização. E alertou para o fato de a importunação sexual estar configurada como crime.
"A objetificação de mulheres não é aceitável, não há mais espaço pararoleta supremonormalizacao", afirma Silvinha.
Sem consentimento
Com a repercussão do caso, várias mulheres usaram as redes sociais para relatarem assédios, importunações que sofreram e questionaram se era "coisa de suas cabeças" ou não conseguiram reagir e tiveram o famoso "congelamento" diante do abuso.
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Falo isso pela vivência… Porque muitas vezes já sofri assédio, e não sabia que era um caso desse, só entendi muito tempo depois…
Já passei por situações que eu não sabia como agir ou o que falar, e não tinha quem me ajudasse.
tem duas coisas muito complicadas sobre o assédio: o entendimento e a culpa. o cara que era meu melhor amigo do colégio um dia bebeuroleta supremocasa e começou a forçar alguma coisa pra cima de mim. eu não entendi. não entendi da onde vinha, não acreditava que ele podia fazer isso
é cada caso que a gente passa todos os dias…se eu fosse parar pra contar cada assédio que eu ja tive de “amigo” puta q pariu é >foda<, uns piores que os outros, mas os piores foram de desconhecidos mesmo
https://t.co/9viOMUcnFn
"Embora muitos homens ainda se comportem como se nossos corpos fossem públicos, a nossa legislação prevê que esta atitude é um crime.De acordo com o Art. 215-A do Código Penal Brasileiro, Importunação sexual é: 'Praticar contra alguém e sem aroleta supremoanuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro.'E não me venha com 'aaaa mas é porque ele tava bêbado'. A expulsão seria o mínimo", defendeu o coletivo Direito Dela nas redes sociais.
A importância do feminismo e do diálogo
O Brasil é um dos paísesroleta supremoque mais se matam mulheres, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
No livro "Sejamos Todos Feministas", a autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie fala sobre a importância da educação na sociedade e dentro de casa para homens e mulheres, para que de fato tenhamos uma sociedade igualitária e baseada na equidade de gênero. Em que os limites estejam claros para todos.
"Espero que essa situação possa se transformarroleta supremoconversa para adolescentes, famílias, escolas, mulheres e sobretudo, homens adultos. Precisamos compreender que o assédio começa de maneira sútil e que isso também é um caminho que leva violência piores. Homens precisam aprender desde meninos quais são os limites e meninas precisam aprender que não são culpadas e que podem e devem se defender", garante a pesquisadora do Força Meninas.