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A cantora e ex-BBB Gabi Martins expôs, após término do namoro com o jogador Lincoln Lau, as chantagens emocionais que ele fazia enquanto eles ainda eram um casal. Nas mensagens, o homem pede para que ela exclua fotos e vídeos que têm com o ex e ameaça tirar a própria vida caso a cantora não cumpra o pedido.
A artista é apenas uma entre tantas mulheres que sofrem ou já sofreram chantagens de abusadores. Basta olhar os comentários da publicação para perceber que a história se repete:
“Nossa é horrível passar por isso.. uma vez recebi uma ligação no facetime e a pessoa estava com uma perna transpassada no parapeito da sacada, era streamer tinha recém terminado uma live de 12 horas, o motivo? Jogava gta rp e tinha um rapaz querendo me conquistar”, conta uma internauta.
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Para a advogada e idealizadora da página Direito Dela, que fala sobre direitos das mulheres, Camila Rufato Duarte, a situação de Gabi Martins é bastante delicada. Embora a exposição do caso seja importante para conscientizar outras mulheres, a cantora pode ser responsabilizada, posteriormente, por mostrar o caso. “Existem dois olhares sobre a questão. O ideal é que essa situação seja resolvida no âmbito da Justiça mesmo. Que a pessoa que cometeu esse tipo de situação seja responsabilizada e a mulher que sofreu a violência busque também ajuda psicológica”, aponta.
O fato é que, apesar dos detalhes jurídicos, discutir a violência psicológica volta a ser essencial. Não é a primeira vez que uma famosa desabafa sobre esse tipo de chantagem. Vale relembrar, por exemplo, quepag bet bônus2021 Duda Reis, ex de Nego do Borel, divulgou que o cantor foi indiciado por violência doméstica contra ela.
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Na época, a equipe de Nego do Borel chegou a afirmar para a revista "Quem" que o cantor foi "indiciado por lesão corporal devido a perturbações psíquicas, segundo a autoridade policial, e não por agressão física, como à primeira vista parece".
Segundo o Instituto Maria da Penha (IMP), há várias formas de violência contra a mulher e todas merecem atenção. Fazem parte deste escopo a violência psicológica, sexual, física, patrimonial e moral.
“Na violência psicológica (como o caso de Gabi), é considerada qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões”, dita a cartilha.
“Conhecia também uma violência praticada de forma quase invisível, que é o preconceito contra as mulheres, desrespeito que abre caminho para atos mais severos e graves contra nós. Apesar de nossas conquistas, mesmo não tendo as melhores oportunidades, ainda costumam dizer que somos inferiores, e isso continua a transparecerpag bet bônuscomentários públicos, piadas, letras de músicas, filmes ou peças de publicidade. Dizem que somos más motoristas, que gostamos de ser agredidas, que devemos nos restringir à cozinha, à cama ou às sombras”
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Maria da Penha, trecho do livro Sobrevivi... posso contar (1994)
Os sinais importam, preste atenção
“Vivi isso e achava que era normal. Qualquer briga a pessoa ameaçava se matar. Se eu dizia que ia terminar, ele se ajoelhava e pedia perdão pra Deus por ser uma pessoa tão horrível, dizia que sem mim morreria. Eu não percebia o quanto era controlador”, conta outra internauta na discussão sobre o caso de Gabi Martins.
As ditas “armadilhas” de um relacionamento abusivo podem ser percebidas logo quando a relação se inicia. Sabe quando tudo começa rápido demais e ele se mostra a pessoa mais doce e maravilhosa do mundo, prometendo eterna felicidade e outras ilusões? Pare para pensar: uma relação real, com altos e baixos, é mesmo construída do dia para a noite?
Desse início rápido para uma relação tóxica e depois abusiva, basta apenas um passo e o pior: acontece sem a gente perceber. A advogada Camila lista alguns indicativos de violência psicológica: “Os sinais estão presentes, inclusive, na própria lei, como diminuir a mulher, tentar controlar comportamentos e decisões. No caso da Gabi, por exemplo, ele falando da roupa dela, das coisas que ela dizia. Outros comportamentos são de ameaça, humilhação, vigilância constante, forçar a reportar tudo que está fazendo, onde está”.
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Além disso, insultar, ridicularizar, explorar, distorcer a realidade, omitir informações, isolar a mulher das amizades e família também são sinais fortes de violência psicológica. “A gente se vê envoltapag bet bônusum ciclo de violência que nos enfraquece e nos prende nesse lugar”, pontua Rufato.
Como a violência psicológica é uma forma de violência doméstica, a vítima pode sim entrar com processo e pedir todas as medidas protetivas que necessitar.
Redefinir o amor
Manuela Xavier, psicanalista e escritora do livro “De Olhos Abertos”, o debate sobre como lidar com relações tóxicas e abusivas passa pela própria redefinição do que é o amor. Em entrevista à revista "Gama", ela diz: “Confundimos amor e violência. Existem muitos motivos para estar numa relação, mas,pag bet bônusgeral, as pessoas que vivem num relacionamento abusivo, dizem que estão ali por amor”.
“Ele (o amor) não constrange, não controla, não limita, não humilha e não machuca. A violência física é o último ato de uma escala de violências”, reflete Manuela.
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Como denunciar
Conforme o Instituto Maria da Penha (IPM), para denunciar qualquer tipo de violência doméstica, as mulheres devem procurar,pag bet bônusprimeiro lugar, um Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRM) empag bet bônuscidade. Lá elas podem buscar orientações para entender melhor a situação pela qual estão passando, obter informações sobre a Lei Maria da Penha e de como romper o ciclo da violência. Dessa forma, as mulheres vão se empoderar e decidir o melhor momento de fazer a denúncia.
Nos locaispag bet bônusque não existe esse equipamento, é possível acionar o Ligue 180, um serviço disponibilizado pelo Governo Federal, que funciona 24 horas por dia durante todos os dias da semana. Por meio desse canal, a mulher pode saber onde existe um Centro de Referência de Atendimento à Mulher ou uma Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), bem como conseguir outras informações que precisar. É possível também dirigir-se diretamente a uma DEAM, sobretudo se a mulher estiver sob ameaça ou sofrendo violência física.