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“Você sofre de amorexia”, eu disse. “Não”, ela respondeu espantada, “olha que eu como bem, até um pouquinho além da conta”. Foi a minha vez de dizer “Não”, retrucando, “falei amorexia, com ême, não anorexia, o distúrbio alimentar”.
Ela me fitava, confusa. “Explico. Você se coloca, nas coisas românticas, numa defensiva brava”. “Ah!”, ela assentiu balançando de leve a cabeça, “isso é mesmo”.
Publicidade“Então”, prossegui complementando o diagnóstico, “você tem pânico, um medo mórbido de dar uma mordida no amor, abocanhar um pedaço de paixão. Para as coisas do coração teu quadro é de bulimia – com falta de apetite, inapetência”.
Os olhos me olharam assustados, depois mareados. Fez-se breve silêncio. O tempo parecia não escorrer mais como água, e sim como gelatina. Ela desabou. As lágrimas desceram lentas, tristes.
“É”, ela suspirou. “O amor sempre foi para mim um buraco, um vazio, uma deficiência”, disse com uma voz fraca, fininha. “O amor sempre foi para mim uma ausência”, confessou, as palavras sendo entrecortadas pela comoção.
Ela não sabia, eu sim: o pior –cassino com dealer ao vivosentido cármico-espiritual – tinha passado exatamente nesse (e também por intermédio e ajuda desse) difícil diálogo. Ajustes de superação e solução de enovelamentos bem antigos do destino puderam se dar ali. Aquelas lágrimas selavam o cumprimento de salgados acertos pendentes.
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