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Olhei fundo nos olhos escuros da minha consulente. Mulher de meia idade, algo por volta dos sessenta anos. Bem vestida, elegante, educada, de gestos calmos e voz suave.
Era viúva há sete anos. Uma fatalidade. O marido morrera num acidente de trânsito, tão inesperado quanto injusto. Estava ele aguardando o farol abrir quando um caminhãozinho,bet fast bônusalta velocidade avançou sobre a calçada, atingindo-o.
PublicidadeTeve morte instantânea o pobre homem. Daquelas que corta o destino num golpe rápido, com navalha afiada. Ela se viu mergulhadabet fast bônussofrimento e solidão. Os dois filhos, envolvidos com suas próprias famílias, problemas e vidas, pouco tempo tinham para ela.
Ela me disse emocionada que sim, que eu tinha razão, quando me referi ao casamento dela como “feliz, bem sucedido, ajustado e sem nenhuma grande dificuldade, um exemplo de sorte e felicidade”.
Ela queria muito compreender porque aquilo havia acontecido justamente com ela, cuja união com ele era tão positiva, enquanto ela percebia, no círculo de familiares e amigos, muitos casamentos destruídos, cheios de desequilíbrio, maldade, mágoa e sofrimento, quase catastróficos e que se mantinham, apesar de tudo, no decorrer de longos anos. Por que com ela? Por que justamente com ela que precisava tanto e tanto dele?
Tratei de explicar-lhe, o melhor que me era concedido, que a relação que eles mantiveram desde muito jovens, quando se conheceram e resolveram construir a vida juntos, permitiu-os desenvolver uma correspondência na qual não havia nenhum carma ativo: quase trinta anos de compreensão, apoio, vitória e acertos. O carma, então, se abriu quando ele faleceu.
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