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“Saudades”, como diz famosa guarânia, “palavra triste”. Para muitos o vocábulo mais forte da língua portuguesa que: exprime, numa concisão que aperta o peito, abandono, distância, solidão. Vasta como um céu nublado, grandiosa como um oceano aberto.
Dizem os especialistas que se trata de palavra difícil de traduzir, pois é um conceito (lição de filosofia mais do que mero termo comunicativo) e, por isso, só pode ser levada para outros idiomas de maneira aproximativa.
PublicidadeNos dicionários estrangeiros vamos encontrá-la traduzida por “nostalgia” (dor do lar – do grego: nóstos=lar + algia=dor), excessivamente jovem (cunhada no século 18 pelo médico suíço Johannes Hofer) para uma questão tão antiga, tão longamente instalada nos corações humanos.
Agora, se consultamos um dicionário português de referência, temos uma definição bastante complexa: “melancolia causada pela lembrança do bem do qual se está privado; pesar, mágoa causada pela ausência de alguém ou de objeto querido; lembrança suave e ao mesmo tempo triste de pessoa simpática”.
Trata-se, portanto, de qualquer coisa dilacerante, mas que também pode enternecer, e não diz respeito exclusivamente ao passado, mas também ao futuro, pois indica um desejo que gostaríamos de realizar.
Aqui as coisas ficam um bocado complicadas, porque, convenhamos, nostalgia do futuro é um paradoxo. Uma realidade estranha, marcada por certo amargor doce ou certa doçura amarga. Em suma, como explicar esse sentimento?
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