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Irritada. Eu, tanta experiência, irritada, extremamente. Ela carregava nos ombros uma carga enorme de sofrimento. Por paixão estava escravizada, machucada, anulada.
Com a voz fraquejando, entre os soluços e as lágrimas, ela me confessava: “aceitei, Marina, por amor... eu amo ele, muito mesmo”. Não, não e não! Nada disso. Amor é bom. Carinho, simpatia, afeição, respeito. Aquilo, paixão desenfreada, era outra coisa. Um fardo, intensidade destruidora de sentimento e emoção, comprometedora da razão e da lucidez.
PublicidadeComo ela, quanta gente? Ah, quanta energia desperdiçada, jogada fora. Coisa triste tanto conflito justamente no terreno que deveria ser repleto de flores. Infelizmente um dos problemas mais comuns na minha prática de consultoria espiritual: paixão rima com complicação.
Você acha que não é tão complicado. Escapou de viver algo assim. Sorte sua. Eu, com minhas preocupações, uso como referência os anos e anos encarando ímpetos e explosões, tempestades devastadoras do desejo que não consegue sossegar, se conter, aceitar afastamento ou rejeição. A palavra que resume tais experiências: excesso.
Que difícil situação a dos destemperos trazidos pela contaminação da paixonite. Uma peste, uma infecção, doença do corpo, da mente, da alma – derruba a vítima, desnorteia, paralisa. Toda atenção e cuidado são necessários frente à força igualmente sedutora e destruidora.
Os gregos, sabiamente moderados, admiradores do equilíbriothe social poker onlinetodas as situações, usavam o conceito do pharmakón para exemplificar. Pharmakón,the social poker onlinegrego, significa remédio (daí farmácia) ou veneno, tudo dependendo da dose. O que cura e faz bem, se empregadothe social poker onlinedemasia pode intoxicar e matar.
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