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qqwin88 freebet-Os estranhos ataques de orcas contra barcos na costa de Portugal e da Espanha que intrigam cientistas

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Independentemente de como descrevemos e avaliamos esses episódios a partir de uma perspectiva humana, são um comportamento novo e potencialmente perigoso — tanto para pessoas nos barcos quanto para animais.
25 nov 2020 - 13h19
(atualizadoqqwin88 freebet26/11/2020 às 14h52)
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Orca avistada na Noruega
Orca avistada na Noruega
Foto: Audun Rikardsen / BBC News Brasil

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"Não me assusto facilmente, mas aquilo foi assustador", diz o capitão David Smith, rememorando uma noite de outubro quando seu barco foi abordado por animais que a princípio pareciam golfinhos.

Logo ficou claro que eram muito maiores do que os golfinhos, e se comportavam de maneira muito estranha.

"Eu olhei para o animal, muito preto e branco brilhante."

Por cerca de duas horas, um grupo de orcas bateu na parte inferior do iate de 45 pés (13,7 m) que navegava ao largo da costa de Portugal.

"Foi sem parar", diz ele. "Acho que eram seis ou sete animais, mas parecia que os mais jovens, os menores, eram os mais ativos. Pareciam mirar o leme, e o timão simplesmente começava a girar muito rápido toda vez que havia um impacto."

O trabalho de David é entregar novos barcos onde os proprietários os querem ancorados. Nesse caso, ele fazia parte de uma equipe de entrega de um catamarã que seguia da França para Gibraltar.

Uma hora antes do pôr do sol, um dos tripulantes gritou. "Parece que temos alguns golfinhos grandes por aqui."

Até então, o único encontro que David havia tido com uma orca se deu há mais de 20 anosqqwin88 freebetum aquário de Vancouver, mas no segundo encontro não tinha dúvidas de que estava olhando para um grupo de cetáceos popularmente conhecidos como baleias assassinas, embora sejam, de fato, parentes próximos (e maiores) dos golfinhos.

Uma sensação de curiosidade e animação rapidamente se transformouqqwin88 freebetmedo quando uma orca desapareceu sob o barco e ouviu-se batidas ruidosas no casco.

O barco estava a quase 30 km de Porto, cerca de três horas da costa portuguesa. Com o rádio VHF fora de alcance, tiveram que usar o telefone via satélite para entrarqqwin88 freebetcontato com a guarda costeira, que os aconselhou a desligar o motor e retirar as velas. Seja o mais "desinteressante" possível, disseram.

David Smith teve seu barco atacado por um grupo de orcas perto da costa portuguesa
David Smith teve seu barco atacado por um grupo de orcas perto da costa portuguesa
Foto: Acervo pessoal / BBC News Brasil

"Então estávamos apenas à deriva. Mas, enquanto estava ao telefone, pude ouvi-los batendo no barco. Em um ponto, um dos animais maiores veio direto para a popa e virou de costas. Dava para verqqwin88 freebetparte inferior branca e brilhante."

As batidas repetidas, por mais perturbadoras que fossem, não eram o maior medo de David. Enquanto o timão girava para lá e para cá, ele pensou que os animais estariam prestes a deslocar o cabo do leme.

"Se isso quebrar, você está realmenteqqwin88 freebetapuros", diz ele. "Definitivamente, estava prestes a pedir à guarda costeira portuguesa que enviasse um helicóptero para nos resgatar."

O episódio descrito por David é um de pelo menos 40 incidentes semelhantes na região. Durante o verão de 2020, um grupo de orcas na costa da Espanha e de Portugal começou a agir de maneira bastante estranha.

Os relatos apontavam que os animais visavam deliberadamente os barcos à vela. Como diz David: "Eles vieram até nós, não o contrário".

O primeiro incidente relatado foiqqwin88 freebetjulho, e o mais recente, no final de outubro.

Por trás das manchetes ao redor do mundo sobre "baleias assassinas", ataques de orcas "orquestrados" e vídeos compartilhados milhares de vezes nas redes sociais, há uma investigação científica marinha forense que ainda está tentando descobrir o que está levando esses complexos, inteligentes e altamente sociais mamíferos marinhos a se comportem dessa maneira.

'Eu simplesmente não podia acreditar'

À medida que escurecia, os baques reverberantes sob o barco continuavam. De repente, David percebeu as luzes de um barco de pesca à distância.

"Levantamos a vela, com a ideia de que, se as coisas realmente dessem errado, teríamos outro barco para embarcar."

Orca
Orca
Foto: BBC News Brasil

Finalmente, depois de duas horas, de uma forma tão inesperada quanto começou, tudo ficouqqwin88 freebetsilêncio. Nenhum som por cinco minutos, depois dez minutos sem barulho. O timão havia parado de girar.

"Depois de quase uma hora, estávamos confiantes de que eles haviam nos deixado."

A tripulação então moveu o barco para mais perto da costa, até o rádio voltar a ter alcance. Quando chegaram a Gibraltar para uma avaliação mais completa de danos, o barco tornou-se mais uma prova na investigaçãoqqwin88 freebetcurso.

Não é incomum ver orcas nessas águas do Atlântico. Durante milênios, elas perseguiramqqwin88 freebetpresa favorita, o atum-rabilho, enquanto migravam ao longo das centenas de quilômetros da costa portuguesa e espanhola, e através do estreito estreito de Gibraltar, para se reproduzir nas águas mais quentes do mar Mediterrâneo.

O relacionamento dos humanos com esses cetáceos, no entanto, tem estado por um fio desde que começamos a pescar mais do ultravalorizado atum-rabilho do que parece ser sustentável.

Cerca de 60 baleias assassinas vivem nessas águas hoje, mas o número era 39qqwin88 freebet2011, um declínio que a organização conservacionista espanhola Circe associou a uma queda nos estoques de atum-rabilho.

Em 2010, autoridades regulatórias internacionais reduziram o montante permitido de captura anual no Mediterrâneo. E, à medida que o atum-rabilho se recuperava gradualmente, o mesmo acontecia com as baleias assassinas.

Mas a sobrevivência da espécie continua precária. Esta população específica de orcas está listada como criticamente ameaçada e protegida por lei. Mas a crise de conservação não explica por que alguns desses animais de repente começaram a se comportar de forma tão bizarra e aparentemente agressiva perto de barcos.

"No início eu simplesmente não acreditei", diz Ruth Esteban, cientista marinha de fala mansa que escolhe as palavras com cuidado, não querendo especular sobre algo tão complexo como o comportamento de uma orca.

Ruth trabalha no Museu da Baleia da Madeira, mas estudou esta população de orcas durante os seis anos de seu doutorado.

"Essas baleias assassinas estão sempre curiosas sobre os barcos e vão se aproximar deles. Mas tocá-los e causar estragos? Eu pensava que as pessoas só estavam com medo e interpretavam mal o que estava acontecendo."

Mas os relatos só aumentaram.

Orcas saltando no oceano
Orcas saltando no oceano
Foto: BBC News Brasil

Em julho, uma embarcação a vela teve que ser rebocada de volta para a costa depois que um grupo de orcas danificou o leme.

Em agosto, um navio de bandeira francesa comunicou por rádio à guarda costeira que estava "sob ataque" de orcas.

Mais tarde, naquele mesmo dia, um iate espanhol, Mirfak, perdeu parte de seu leme após um encontro com orcas. Um vídeo desse incidente mostrou a tripulação tentando deixar para trás os animais, que pareciam perseguir o barco.

Em setembro, um homem que viajava da Espanhaqqwin88 freebetseu barco de volta para a Escócia de repente teve o timão girando de suas mãos. Uma baleia assassina surgiu na lateral do barco e, por 45 minutos, os animais bateram e mastigaram o leme, fazendo o barco girar.

"Está ficando cada vez pior", diz Renaud de Stephanis, biólogo envolvido na investigação.

Renaud e Ruth costumavam trabalhar juntos na pesquisa de orcas. Ele estuda essa população desde os anos 1990 e, por meio deqqwin88 freebetorganização de pesquisa conservacionista, Circe, realizou um trabalho que ajudou os animais a obterem o atual status de proteção oficial.

Os dois cientistas agora fazem parte de um grupo que realiza uma investigação informal sobre esse comportamento estranho e potencialmente perigoso.

Identificando os envolvidos

Em setembro, os pesquisadores começaram a reunir evidências sobre o fenômeno. Eles compararam as imagens dos incidentes com um catálogo de imagens capturadas e usadas pelo Circe para identificar os animais. Cada uma das orcas tem um formato único atrás deqqwin88 freebetbarbatana dorsal, que da superfície serve como uma "impressão digital".

Fotos e vídeos mostraram que três indivíduos estiveram envolvidos na maioria dos incidentes: machos jovens nomeados no registro oficial como Gladis Negra, Gladis Branca e Gladis Cinza.

As orcas vivem, caçam e se movemqqwin88 freebetgrupos familiares intimamente ligados: grupos fortemente unidos, liderados por matriarcas que,qqwin88 freebetalgumas populações, demonstraram ter até dialetos próprios do grupo.

As famílias geralmente ficam muito próximas, com avós longevas que ajudam a criar os filhotes e os ensinam a caçar. Os machos vagam, misturando-se e acasalando-se com outros animais. Até agora, os pesquisadores não descobriram a qual família "os três Gladis" pertencem.

Os cientistas publicaram suas conclusões sobre a identidade dos "culpados", e imediatamente surgiram notícias sobre "saqueadores adolescentes".

A cobertura da mídia ficou mais estranha e sombria quando os cientistas também revelaram que Gladis Branca tinha um ferimento bastante grave na cabeça: um corte que parecia ter sido causado por um barco, possivelmente por uma hélice.

Cauda de uma orca
Cauda de uma orca
Foto: BBC News Brasil

Esta revelação fez com que as manchetes aumentassem um nível antropomórfico do fenômeno: orcas estariam "orquestrando ataques de vingança", disseram os tabloides New York Post, dos EUA, e The Sun, do Reino Unido.

Nas redes sociais,qqwin88 freebetmeio a GIFs e memes sobre o confronto no oceano, houve comentários sugerindo que as pessoasqqwin88 freebetseus iates deveriam "ficarqqwin88 freebetsuas mansões" e que as orcas haviam se alistadoqqwin88 freebetuma "luta contra donos de iates".

Ruth não dá muito crédito à ideia de orcas vingativas porque não dá para saber o que aconteceu primeiro: o ferimento ou o primeiro incidente com um barco.

Mas há uma conclusão que os cientistas tiraram com segurança do estudo e de seus anos de observação desses cetáceos: elas estavam brincando.

Brincadeira perigosa?

"Elas sempre parecem mirar o leme, e eu acredito que isso acontece porque é a parte móvel do barco", explica Ruth. "Em alguns casos, elas podem mover o barco inteiro com ele. Nós vemosqqwin88 freebetalguns vídeos o barco girando quase 180 graus."

"Se elas percebem que têm o poder de mover realmente grande, talvez isso as tenha impressionado."

As conclusões da investigação e as recomendações para barcos sobre como evitar essas interações potencialmente perigosas dependem da compreensão do que impulsiona o comportamento desses animais.

Mas cientistas, documentaristas ou marinheiros conseguiriam entender a mente de um predador marinho tão complexo e inteligente?

Muitos tentaram. Enquanto as orcas eram historicamente caçadas e vistas pelas comunidades pesqueiras como "pragas" perigosas, a década de 1960 viu o início do que era indiscutivelmente uma fascinação igualmente perigosa pelos animais.

Ao longo das décadas de 1960 e 70, orcas eram capturadas para exibiçãoqqwin88 freebetparques aquáticos e realizar truques com treinadores para o deleite de milhares de espectadores.

Os conservacionistas fizeram campanhas contra o cativeiro de orcas por décadas. Mas uma delas, Tilikum, que passou a maior parte deqqwin88 freebetvida no SeaWorld na Flórida, alçou o problema para os holofotes globais quando se envolveu na morte de três pessoas.

O filme Blackfish, de 2013, alegava que Tilikum sofreu um trauma mental por causa da vidaqqwin88 freebetcativeiro, e isso o levou a atacar pessoas.

A vida sozinhaqqwin88 freebetuma piscina de concreto certamente tem pouca ou nenhuma semelhança com a existência natural de uma orca selvagem.

mapa da área habitada pelas orcas
mapa da área habitada pelas orcas
Foto: BBC News Brasil

Esses animais vivem, migram e socializamqqwin88 freebetgrupos familiares intimamente ligados que desenvolveram diferentes técnicas de caça e modos de comunicação.

Algumas populações comem apenas peixes, preferindo um tipo específico. Outros trabalharão juntos para caçar outras baleias, às vezes muito maiores.

Quando orcas na costa espanhola perseguem atuns, podem segui-los até que o fim. Pesquisadores também observaram algumas orcas parecem "comemorar" após mortes.

"Eu os vi caçando", diz Renaud.

"Quando caçam, você não os ouve ou vê. São furtivos, se aproximam sorrateiramente de suas presas. Eu os vi atacando cachalotes, isso é muito agressivo. Mas nesse caso eles estão brincando", diz ele sobre os encontros recentes entre orcas e barcos.

Não há registros de orcas matando humanos. Ainda assim, mesmo as brincadeiras podem ser assustadoras.

"Eles podem pesar de 4 a 5 toneladas, e quando brincam, brincam pra valer", diz Renaud.

Outras espécies podem ser alvos disso. Existem registros de orcas batendoqqwin88 freebetpássaros marinhos com suas nadadeiras e repetidamente os pegando e soltandoqqwin88 freebetsuas bocas.

Como predadores do topo da cadeia alimentar, agressão, domínio e demonstrações de força são provavelmente os elementos-chave de qualquer "jogo" de formação.

E, se tratando de alguns dos animais mais sociais da Terra, Michael Weiss, da Universidade de Exeter e do Centro de Pesquisa de Baleias, afirma: "Quando eles brincam juntos, podem estar construindo laços sociais importantes".

Mas para David, capitão de um barco que foi alvo de um grupo de orcas, a palavra "brincar" parece pouco adequada para descrever o que ele sentiu naquela noite.

"Eu só acho isso estranho. A força que vimos deve ter machucado esses animais", afirma.

A mente de uma baleia assassina

A neurocientista Lori Marino, presidente do Projeto Santuário de Baleias, é uma das poucas pessoas que viu o interior do cérebro de uma orca. Ela e seus colegas escanearam o cérebro de um animal que havia morridoqqwin88 freebetcativeiroqqwin88 freebet2004.

"Partes de seus cérebros, como o sistema límbico, que você pode conceber como o processador emocional, são parecidas com o nosso", explica.

Portanto, o comportamento orca que parece raiva, tristeza ou alegria é "provavelmente exatamente o que eles estão vivenciando".

Lori acha equivocado entender a espécie como um todo ao tentar agrupar seu comportamentoqqwin88 freebetcategorias simplistas como bom ou mau, agressivo ou brincalhão. "Nós os transformamosqqwin88 freebetcaricaturas", diz.

Mas há um motivo maior para Ruth, Renaud e equipe tentarem adequar os termos que têm sido associados a esses incidentes.

"Foi realmente assustador para as pessoas, eu posso entender isso Mas não queremos chamar isso de ataque. Chamamos isso de interação", diz Ruth.

infografia das orcas atingidas
infografia das orcas atingidas
Foto: BBC News Brasil

Para ela, a linguagem usadaqqwin88 freebetveículos jornalísticos e postagensqqwin88 freebetredes sociais — até mesmo pela Guarda Costeira — tem sido errada.

Ela e outros pesquisadores temem que essas descrições possam ser um passoqqwin88 freebetuma jornadaqqwin88 freebetdireção a uma perseguição a orcas que já são criticamente ameaçadas de extinção.

Renaud, porém, admite estar frustrado e preocupado com o comportamento das orcas.

"Pelo que estou vendo, isso tudo ocorre principalmente com dois [os Gladis], que parecem estar ficando loucos", diz ele. "Eles apenas brincam, brincam e brincam. E a brincadeira está cada vez pior."

"Eles amam isso. E não sei por quê", ele suspira. "Parece ser algo que eles realmente gostam e é isso."

Nenhum humano foi feridoqqwin88 freebetqualquer um desses incidentes e, a conselho dos cientistas, a Guarda Costeira modificouqqwin88 freebetlinguagem.

Apesar disso, alguns comportamentos mais recentes estão gerando uma grande preocupaçãoqqwin88 freebetcientistas.

Recentemente, orcas — supostamente as Gladis — colidiram com dois barcos de pesca na costa portuguesa.

Isso pode ser o ponto de partida para um conflito direto com pescadores, ao sentirem ameaçados seus meios de subsistência eqqwin88 freebetsegurança.

É uma situação que está ocorrendoqqwin88 freebettodo o mundo. Predadores, incluindo leopardos, tigres e lobos, estão envolvidosqqwin88 freebetconflitos com humanos que estão colocandoqqwin88 freebetsobrevivênciaqqwin88 freebetxeque.

Especialistas que estudam alguns dos conflitos homem-vida selvagem mais intratáveis do mundo, onde as pessoas podem sentir que suas vidas estão ameaçadas pela proximidade de grandes predadores e queqqwin88 freebetúnica opção é matá-los, afirmam que a "linguagem provocativa" alimenta essas situações.

Michael acha que há algo fundamentalqqwin88 freebetnossa mentalidadeqqwin88 freebetrelação a grandes predadores.

Orca
Orca
Foto: Audun Rikardsen / BBC News Brasil

"Se eles começarem a se comportar de uma maneira que não gostamos, eles serão maus, agressivos e perversos. Mas estaríamos erradosqqwin88 freebetimpor nosso senso de certo e errado a qualquer outro animal, ainda mais a uma espécie com seu próprio senso de cultura desenvolvido."

Lori diz que os humanos não podem nem imaginar como as orcas experimentam o mundo.

Elas não apenas veem o mundo, mas o ouvem, ecolocalizando e construindo uma imagem de seu mundo com baseqqwin88 freebetum fluxo de informações visuais e acústicas que são processadas ao mesmo tempo.

"E a capacidade delas de processar informações é muito mais rápida do que a nossa", diz ela. "Se você observar como reagem uns aos outros quando estãoqqwin88 freebetum grupo, há uma perfeita interação entre elas."

Em outras palavras, elas podem estarqqwin88 freebetsincronia de maneiras que nossos próprios cérebros não estão programados para compreender.

Resolvendo o mistério

Independentemente de como os descrevemos e do nosso julgamento centrado numa perspectiva humana, essas cutucadas, mordidas e batidasqqwin88 freebetbarcos são um comportamento novo e potencialmente perigoso — tanto para as pessoas nos barcos quanto para os animais.

Isso levou a guarda costeira portuguesa a proibir pequenos navios à velaqqwin88 freebetum trecho do mar onde alguns dos incidentes foram registrados.

O enigma biológico de por que isso está acontecendo continua sem resposta.

Embora Renaud ainda rejeite a ideia de orcas vingativas — ou mesmo que elasqueiram danificar os barcos —, ele se baseiaqqwin88 freebetdécadas de pesquisas ao sugerir que isso pode ser parte de uma mudança cultural que está na verdade ajudando os animais a sobreviverem.

Em meados da década de 1990, Renaud e seus colegas notaram que um desses grupos de orcas tinha começado a roubar atum de atuneiros, comendo o atum-rabilho do final de palangres que se arrastam na água.

Como as baleias assassinas aprendem umas com as outras, animais jovens daquele grupo aprenderam o mesmo truque.

O grupo que "descobriu" como tirar o atum-rabilho das linhas de pesca aumentouqqwin88 freebetnúmero. E o número de "furtos" dos barcos também cresceu.

"Ainda não tenho as provas", diz ele, "mas colocaria minha mão no fogo e diria que este é o lugar de onde vieram as duas Gladis".

É muito provável que a pesca excessiva tenha sido um motivador para que animais culturalmente mais precavidos desenvolvessem uma cultura predatória totalmente nova: buscar linhas de onde tirar peixes.

Mas a pesca excessiva teria levado orcas mais jovens a brincarem com barcos? Elas viram mães e avós tirando atum de longas filas e criaramqqwin88 freebetprópria versão adolescente dessa tradição familiar?

"Elas são jovens do sexo masculino, e vão ser indisciplinadas", diz Lori. "Pode haver um elemento de brincadeira, pode haver um elemento de agressão, de tentar se afirmar."

Mas dizer que eles são apenas crueis e calculistas ou que são apenas indisciplinados e brincalhões, acrescenta, é um desserviço.

"A verdade real não é nenhuma dessas coisas. Elas são capazes de crueldade, são capazes de bondade, são capazes de várias coisas, assim como os humanos. Não podemos caracterizá-lasqqwin88 freebetuma só dimensão. Essa é uma lição importante para aprendermos."

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Fontes de referência

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