aposta ganha paga antecipado-Por que algumas pessoas sofrem de fadiga extrema após doenças como covid e gripe
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Antes da covid-19, havia a fadiga pós-viral — um misterioso conjunto de doenças causadas por outras infecções. Agora, os cientistas estão começando a desvendar seus segredos.aposta ganha paga antecipado de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Desde que sofreu uma infecção aguda de covid-19 no verão de 2023 no hemisfério norte, Rachael Edwards vem enfrentando uma fadiga tão paralisante que a deixa de cama por semanas.
Edwards tem 31 anos e trabalha como gerente de marketingaposta ganha paga antecipadoAmsterdã, na Holanda. Até então, ela era plenamente saudável. Agora, ela descreve a sensação como se estivesse sendo "puxada por uma âncora".
"A fadiga da covid longa é diferente da exaustão de criar recém-nascidos ou de passar longos dias no escritório, por diversos motivos", explica Edwards.
"Imagine que você terminou a maratona mais difícil daaposta ganha paga antecipadovida, com pouco sono e sem combustível. Depois que a adrenalina se esgotou, tente subir uma escada de 100 degraus."
"É assim que meu corpo se sente", segundo ela. "Meus músculos não conseguem se mover. Não consigo nem mesmo manter minha mãoaposta ganha paga antecipadocima da cabeça."
A covid longa - o conjunto de sintomas que persistem após a infecção, depois que o vírus é eliminado do nosso corpo - surgiu com a pandemia.
Mas ela abriu uma nova janela para o estudo da fadiga pós-viral - uma doença similar, caracterizada pela exaustão persistente, vivenciada por algumas pessoas depois que se recuperam de outros tipos de infecções.
A fadiga pós-viral é pouco compreendida há muito tempo. Por muitos anos, ela foi menosprezada e considerada uma doença de origem psicológica.
Mas é uma fadiga que persiste, com vários graus de seriedade, e que foi relacionada a diversas infecções. Elas incluem Sars, Ebola, vírus Epstein-Barr e a gripe, além de infecções por patógenos transmitidos por carrapatos, como a bactéria Borrelia burgdorferi, causadora da doença de Lyme.
Enigma
Rosalind Adam é médica e moraaposta ganha paga antecipadoAberdeen, no Reino Unido. Ela está acostumada a observar pacientes acometidos por fadiga problemática.
Mas, ao longo do tempo, ela ficou cada vez mais surpresa com a natureza genérica desta expressão. Usamos a denominação para designar de tudo, desde o cansaço do dia a dia até a falta de energia incapacitante, que deixa as pessoas presasaposta ganha paga antecipadocasa, incapazes de trabalhar.
"Não acho que devemos pensar na fadiga como algo único", afirma Adam, "e gostaria de entender se diferentes padrões de fadiga reagem de forma diversa a diferentes abordagens."
Como pesquisadora acadêmica da Universidade de Aberdeen, Adam deu início a um estudo com 40 pessoas que sofrem de diversas formas de fadiga problemática, desde pacientes de covid longa até insuficiência cardíaca ou câncer.
Para iniciar a pesquisa, os pacientes receberam sensores digitais que acompanham uma série de parâmetros físicos, incluindo velocidade da respiração, temperatura corporal, qualidade do sono, atividade cardíaca e níveis de atividade. Com eles, foi fornecido um aplicativo para avaliaraposta ganha paga antecipadofadiga física e mental ao longo do dia.
O objetivo é usar a inteligência artificial para identificar padrões nos dados que possam representar o que Adam chama de "fadigótipos" - características distintas que poderão ser empregadas para categorizar subtipos de fadiga com maior precisão.
Ela espera que as conclusões possam finalmente trazer testes clínicos mais específicos para a fadiga e, possivelmente, abrir caminho para novos medicamentos.
Desafio diário
Este tipo de desligamento fisiológico é intrínseco ao mal-estar pós-esforço (PEM, na siglaaposta ganha paga antecipadoinglês), um fenômeno muito mais grave e complexo do que a fadiga pós-viral comum.
Com PEM, pacientes como Edwards ficam presosaposta ganha paga antecipadoum estado no qual o menor excesso de esforço pode resultaraposta ganha paga antecipadoum choque que dura meses e, às vezes, até anos.
O professor David Putrino, do Departamento de Reabilitação e Desempenho Humano da Faculdade de Medicina Icahnaposta ganha paga antecipadoMount Sinai, nos Estados Unidos, acredita que existem pelo menos 10 explicações plausíveis diferentes para os motivos que levam as pessoas a desenvolver PEM.
Eles incluem distúrbios do sono, deficiências hormonais e inflamações do revestimento dos vasos sanguíneos. Mas, no centro de muitas dessas teorias, estão as estruturas tubulares criadoras de energia chamadas mitocôndrias, que podem ser encontradasaposta ganha paga antecipadotodas as nossas células.
Quando os vírus invadem as nossas células, eles "sequestram" as mitocôndrias, retiram parte da energia gerada para nosso benefício e a utilizam para ajudar naaposta ganha paga antecipadoreprodução e no bombeamento de novos vírus através do corpo.
"Agora, você tem uma célula trabalhando muito acima daaposta ganha paga antecipadocapacidade, produzindo energia para a reprodução viral e para as funções gerais necessárias para o seu desempenho", explica Putrino.
Isso significa, segundo o professor, que, enquanto tentamos nos recuperar da infecção, o corpo também está enfrentando o que ele chama de "déficit energético", gerando duas vezes a quantidade habitual de energia durante a fase de infecção.
Uma das teorias sobre os motivos que podem levar o Sars-CoV-2 e outros vírus a gerar PEM é que pequenas quantidades do vírus podem persistiraposta ganha paga antecipadoalgumas partes do corpo.
Por isso, retornar às atividades normais antes que o corpo se recupere do seu déficit energético pode causar o choque. E, durante esse período, o vírus pode se reanimar ou reativar vírus dormentes, causando novos danos às mitocôndrias.
Em outros casos, acredita-se que o motivo da fraqueza muscular e da debilitação física descritas por muitas pessoas com grave fadiga pós-viral e PEM seja um estado de autoimunidade induzido pela infecção inicial. Ele altera o comportamento das células imunológicas, levando-as a atacar as próprias fibras nervosas que permitem a contração dos músculos.
Já se demonstrou que a autoimunidade grave está relacionada aos sintomas de fadiga prolongada que acometem muitos sobreviventes de Ebola. E processos similares também foram relacionados à fadiga crônica e à incapacidade vivenciadas por sobreviventes do surto de Sars no início dos anos 2000.
"As infecções virais podem debilitar o sistema imunológico de forma longa e persistente", explica Avik Roy, diretor científico da organização Simmaron Research, que realiza pesquisas sobre o tratamento de doenças neuroimunes.
"As reações autoimunes causadas pela alteração de comportamento das células imunológicas, como os linfócitos T, células exterminadoras naturais [NK, na siglaaposta ganha paga antecipadoinglês] e macrófagos podem causar lesões da camada de mielina dos nervos periféricos, resultandoaposta ganha paga antecipadofadiga e fraqueza muscular", segundo ele.
Uma terceira ideia sendo estudada por Putrino e outros pesquisadores se refere ao comprometimento da eliminação de resíduos.
O trabalho excessivo faz com que as mitocôndrias gerem muito estresse oxidativo. Mas o corpo não consegue se limpar adequadamente, já que o sistema imunológico se encontraaposta ganha paga antecipadoestado de prolongada exaustão, depois da batalha contra o vírus.
Esta situação pode contribuir para os sintomas físicos, como o nevoeiro mental e a fadiga muscular, prejudicando a nossa capacidade de movimentação e funcionamento normal.
Um estudo chegou a demonstrar que pacientes com covid longa mantêm produtos tóxicos residuais acumulados nas suas fibras musculares.
Os tratamentos para a fadiga pós-viral, às vezes, incluem "exercício gradual" ou "regulado". Ambos significam que os pacientes devem tentar voltar a se exercitar lentamente, até atingirem os níveis normais de atividade física.
No exercício regulado, os próprios pacientes definem a velocidade e a intensidade das suas atividades, conforme suas condições de saúde. Já o exercício gradual é mais estruturado, com progressivos aumentos planejados da atividade física.
Mas esta técnica nem sempre funciona.
Em alguns pacientes com doença de Lyme, covid longa e encefalomielite miálgica/síndrome da fadiga crônica, pesquisas demonstraram que a doença inicial faz com que o exercício gradual ou regulado, na verdade, possa piorar a situação.
Após a análise das evidências, o Instituto Nacional de Excelênciaaposta ganha paga antecipadoSaúde e Assistência do Reino Unido (NICE, na siglaaposta ganha paga antecipadoinglês) alterou suas orientações, passando a recomendar que a terapia de exercício gradual não seja empregada no tratamento de pacientes com síndrome da fadiga crônica. O organismo afirma que é necessário adotar uma forma mais flexível de exercício físico especializado.
Os Centros de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na siglaaposta ganha paga antecipadoinglês) também deixaram de recomendar o exercício gradual. Mas o exercício regulado pode ser útil, segundo o organismo, se os pacientes usarem estratégias para equilibrar a atividade física com as demais.
"Os pacientes com covid longa precisam atingir alguma melhoria no seu estado funcional,aposta ganha paga antecipadovirtude das medicações, antes de iniciar qualquer forma de exercício gradual", explica o pneumologista David Systrom, do Hospital Brigham & Women's de Boston, nos Estados Unidos.
Mas encontrar a medicação correta requer a identificação da causa inicial dos sintomas.
Possível solução
Depois de passar décadas estudando pessoas com síndrome da fadiga crônica, a professora Betsy Keller, do Departamento de Educação Física e Ciências do Esporte da Faculdade Ithacaaposta ganha paga antecipadoNova York, nos Estados Unidos, percebeu que a expressão "disfunção mitocondrial" é mencionada repetidamente como possível causa da fadiga prolongada dos seus pacientes.
Mas ela afirma que a questão principal é a causa que leva ao comprometimento das mitocôndrias. E,aposta ganha paga antecipadoalguns casos de fadiga pós-viral gerada pelos vírus Ebola, Zika e da gripe, pesquisas indicam que essa causa é a lesão viral direta ao DNA da mitocôndria.
Estudos que se aprofundaram nos possíveis mecanismos que levam a esta condição concluíram que a invasão viral pode inibir a produção de fosfocreatina, uma substância fundamental no processo de criação de energia. Mas existem outros casosaposta ganha paga antecipadoque as mitocôndrias podem simplesmente sofrer de falta de oxigênio.
O Sars-CoV-2 e outros vírus, aparentemente, são capazes de dirigir a formação de microcoágulos - partículas minúsculas que se movem através dos vasos sanguíneos, capturando diversas proteínas e dificultando o fluxo de oxigênio. Em outros casos, as lesões virais podem afetar o batimento cardíaco normal, a função respiratória e o fluxo sanguíneo.
Se as mitocôndrias não conseguirem oxigênio suficiente para seu funcionamento normal, Keller afirma que o corpo recorre à produção anaeróbica de energia, uma forma de geração de energia que, normalmente, só é necessária para surtos curtos e intensos de atividade, como correraposta ganha paga antecipadoalta velocidade.
"Quando esta mudança para a produção anaeróbica de energia ocorrer prematuramente, durante pequenos esforços, até as atividades simples do dia a dia irão causar fadiga", explica ela.
Em Mount Sinai, David Putrino agora lidera um teste clínico para observar se uma enzima chamada lumbroquinase pode ajudar a melhorar a função mitocondrial e os níveis de energia de pacientes com covid longa e síndrome da fadiga crônica.
A lumbroquinase decompõe fibrina, uma proteína que se acredita ser fundamental para os microcoágulos.
Esta é apenas uma dentre toda uma série de possíveis soluções atualmenteaposta ganha paga antecipadoestudo.
Em pacientes com covid longa, a persistência viral ou os vírus reativados parecem ser responsáveis pela PEM. Putrino estuda se as diversas medicações contra o HIV podem ser redirecionadas para ajudar a restaurar essas infecções para uma forma dormente.
A Simmaron Research,aposta ganha paga antecipadoconjunto com a Clínica Mayo e o Centro de Doenças Complexas, nos Estados Unidos, lançaram um teste clínico de baixa dosagem de rapamicina,aposta ganha paga antecipadopessoas com síndrome da fadiga crônica.
O objetivo é verificar se a substância pode melhorar a função mitocondrial e a qualidade de vida, estimulando um processo fundamental para o corpo chamado autofagia, que leva as células a remover e reciclar componentes lesionados.
"Até agora, o teste produziu resultados iniciais muito promissores", segundo Avik Roy.
Todas estas pesquisas também identificam suplementos que podem ajudar as pessoas com formas menos graves de fadiga pós-viral a se recuperarem com mais rapidez após a infecção.
A coenzima Q10, um composto empregado pelas mitocôndrias para gerar energia e considerado esgotadoaposta ganha paga antecipadopacientes com síndrome da fadiga crônica, agora é disponível no varejo nos EUA e no Reino Unido.
Ele é regulamentado como suplemento alimentar e alguns estudos demonstraram que ele reduz a fadiga.
Keller afirma que esta pesquisa também ajuda a identificar subgrupos de pessoas que, aparentemente, apresentam maior risco de fadiga pós-viral.
Ela acredita que pessoas que já sofrem de tensão muscular ou nervosa, devido aos seus hábitos de estilo de vida, lesões crônicas ou cirurgias, podem ser mais vulneráveis. Estes fatores pré-existentes, por si só, já inibem o fornecimento de oxigênio pelo corpo.
"Descobrimos que a tensão de ficar sentado com frequência ou por muito tempo, ou nos músculos do pescoço, do peito e dos ombros devido ao excesso de tempo frente às telas, uso de telefones celulares e a baixa força e resistência dos principais músculos que apoiam o correto alinhamento da coluna podem contribuir", explica Keller.
"Lesões ou cirurgias que causam cicatrizes dos tecidos conectivos, como cesarianas ou redução dos seios, também podem aumentar essa tensão."
Putrino destaca que é fundamental conseguir identificar melhor os fatores exatos que podem fazer as pessoas terminaremaposta ganha paga antecipadoum estado de fadiga prolongada. Isso irá permitir o desenvolvimento de melhores diagnósticos e, por fim, tratamentos mais específicos para diversos subgrupos de indivíduos.
"Existem muitos fatores e é ingenuidade pensar que um único medicamento ou intervenção irá cuidar de tudo", explica ele.
"Mas, se pesquisarmos metodicamente possíveis medicamentos e compreendermos por que eles não funcionamaposta ganha paga antecipadodiferentes pessoas, temos a possibilidade de conseguir testes mais sofisticados com combinações de drogas, nos próximos 12 a 24 meses. Eles poderão trazer alguma esperança real para as pessoas que vivem com essas condições crônicas associadas a infecções."
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Innovation.