bet365 o que é-Radiogaláxia mais distante da Terra é descoberta com participação de brasileiro - e dá mais pistas sobre o Big Bang
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Num trabalho conjunto, pesquisadores brasileiros e holandeses descobriram a radiogaláxia mais distante da Terra, a 12,4 bilhões de anos-luz, quando o universo tinha apenas 7% dabet365 o que éidade e tamanho atuais.
Batizada de TGSS J1530+1049, ela bateu o recorde da TN J0924-2201, descobertabet365 o que é1999 a 12,2 bilhões de anos-luz. O encontro desse tipo de objeto é importante, porque ensina muito sobre a formação de galáxias e seus buracos negros logo após o Big Bang, a grande explosão que teria ocorrido entre 13,3 ou 13,9 bilhões de anos atrás e dado origem ao cosmo.
O estudo, publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society,bet365 o que é6 de agosto, foi feito pelos alunos de doutorado Aayush Saxena, do Observatório de Leiden, na Holanda, e Murilo Marinello, do Observatório Nacional, que fez um estágio naquele país, por meio um convênio entre os dois institutos e o projeto Jovem Cientista do Nosso Estado da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), do orientador dele, Roderik Overzier.
Radiogaláxias têm um grande buraco negro de alta rotaçãobet365 o que éseu centro, que emite quantidades colossais de radiação nas ondas de rádio do espectro eletromagnético. Nessas frequências, são como faróis brilhando intensamente nos confins do cosmo, quando o sistema solar nem sonhavabet365 o que éexistir.
"Minha pesquisa é voltada para entender como as galáxias ativas funcionam e seu papel no universo", diz Marinello. "Esse tipo difere das normais por possuírem um brilho extraordinário, o qual não pode ser atribuído apenas ao das estrelas que o compõem."
Quasares e espirais
Existem diversas tipos delas, como quasares (fontes extremamente luminosas e distantes, de aparência estelar ou quase estelar, daí o nome quasar QUAsi-StellAr Radio Source), seyfert (espirais que possuem núcleos extremamente pequenos e muito luminosos) e as próprias radiogaláxias. O buraco negro no centro delas, com massa milhões (e até mesmo bilhões) de vezes maior que a do Sol, é circundado por um disco de gás - chamado disco de acreção -, que vai sendo engolido paulatinamente por ele. Esse disco, porbet365 o que évez, é circundado por uma estrutura toroidal (que tem o formato de um pneu um pouco achatado) de poeira.
Marinello explica que, nesse processo, a matéria acrescida ao disco libera energia, alguma vezesbet365 o que éforma de poderosos jatos observadosbet365 o que éfrequências de rádio.
"Quando olhamos para essas galáxias podemos estar vendo diretamente a região nuclear delas, e neste caso as chamamos de quasares", explica. "Quando miramos na direção do toro de poeira, o núcleo fica obscurecido, mas ainda é possível ver os jatos de rádio. Nesse caso, temos o que chamamos de rádio galáxia."
Ou seja, quasares e radiogaláxia podem ser considerados o mesmo tipo de objeto. A diferença está apenas no ângulo que os jatos formam com a linha de visada do observador.
"A aparência delas depende dabet365 o que éorientaçãobet365 o que énossa direção", explica Overzier. "Quando o disco de acreção de gás ao redor do buraco negro e os jatos estão apontados diretamentebet365 o que énossa direção, vemos um ponto extremamente brilhante. Este é chamado de quasar."
Se o disco de gás e os jatos estiverem apontados, no entanto,bet365 o que éoutra direção, não se pode ver o primeiro perto do buraco negro, porque está obscurecido por nuvens de poeira, e os segundo aparecem mais fracos. "Neste caso, a galáxia ativa é do tipo 'quasar obscurecido' ou radiogaláxia (quando tem emissão de radiação na faixa das ondas de rádio por conta de rotação rápida do buraco negro)", diz Overzier.
A descoberta de Marinello não é algo trivial, pois as ativas são raras. Por dois motivos. "Primeiro, porque o período de atividade do buraco negro, que resulta na emissão de energia na frequência de rádio, é sempre curto, algobet365 o que étorno 10 milhões de anos", explica Overzier. "Portanto, a maior parte do tempo cósmico as galáxias estão inativas. Além disso, as radiogaláxias também precisam ter buracos negros gigantes que estejam girando, o que é ainda menos comum."
Telescópio gigantesco ajudou na descoberta
Para descobrir a TGSS J1530+1049, Mainello não ficou apontando a esmo o telescópio para o céu. Ele sabia o que e onde procurar. "Ela foi pré-selecionada pelos nossos colaboradores na Holanda, analisando as imagensbet365 o que édiversas frequências de ondas de rádio", conta. "Esse tipo de análise pode estabelecer um limite inferior para a distância delas. As que foram escolhidas ainda não apareciambet365 o que éimagens tomadas com telescópios ópticos. A amostra delas tinha características que indicavam que estas eram fontes distantes."
Tendo essas informações, os pesquisadores utilizaram o telescópio Gemini Norte, localizado no Havaí (ele tem "irmão gêmeo", o Gemini Sul, instalado no Chile), que é um dos maiores já construído, com um espelho de 8,2 m de diâmetro. O Brasil é associado a ele, por meio do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), na cidade de Itajubá (MG). "As imagensbet365 o que érádio dão uma grande precisão astrométrica, que indica a localização das galáxias no céu, para onde apontamos o instrumento", conta Marinello. "Nós então utilizamos espectroscopia para observá-las."
Ele preparou as observações e analisou os dados obtidos com elas. "Nos espectros da TGSS J1530+1049 encontramos uma única linha de emissão, o que nos possibilitou estimar a distância dela", explica Marinello. "Essa estimativa é feita comparando-se o comprimento de onda no qual a linha é emitidabet365 o que élaboratório e no qual ela é observada na radiogaláxia."
De acordo com ele, quanto mais longe o objeto se localiza, mais deslocada para maiores comprimentos de onda a linha observada estará. "A de hidrogênio que observamos deveria se encontrar no ultravioleta, mas porque a radiogaláxia é muito distante, ela foi observada na região do óptico", diz. "Este método foi o mesmo utilizadobet365 o que é1999 na descoberta da até então mais afastada de nós."
Além de trazer novos conhecimentos sobre a formação de galáxias e seus buracos negros logo após o Big Bang, a busca pelas que emitem ondas de rádio distantes tem um importante motivo adicional. "No futuro, novos radiotelescópios, como o Low-frequency Array (LOFAR) e o Square Kilometer Array (SKA), serão capazes de analisar seus espectros, para estudar como a luz ionizante produzida pelas primeiras estrelas e galáxias do universo afetou as propriedades do espaço entre elas durante a "época da reionização", diz Roderik.
Esse período durou entre 300 mil e um bilhão de anos depois do Big Bang. Antes disso, o universo era opaco, ou seja, vivia numa espécie de era de trevas, na qual toda a matéria bariônica (aquela composta principalmente de prótons, nêutrons e elétrons) estava na forma, principalmente, de hidrogênio neutro ou não ionizado (e um pouco de hélio e lítio).
Depois das trevas, quando as primeiras estrelas e galáxias se formaram, elas produziram luz ultravioleta capaz de ionizar o hidrogênio neutro, separando o seu próton e elétron até toda a matéria no espaço entre os objetos cósmicos ser reionizada.
"Essa época de reionização é muito importante na cosmologia, mas ainda não é bem entendida", diz Overzier. "Assim, as radiogaláxias também podem ser usadas como ferramentas para descobrir mais sobre esse período."