quem é o dono da betesporte-O que há de verdade na 'maldição das sogras' na Índia
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Na TV equem é o dono da betesportepiadas correntes, as sogras indianas aparecem como figuras monstruosas que controlam e maltratam suas noras. Mas o quanto isso de fato corresponde à realidade? Uma pesquisa acadêmica inédita encontrou algumas respostas.quem é o dono da betesporte de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Pelo menos no estereótipo, as sogras indianas são retratadas como controladoras, explosivas e perversas com as noras.
O nome da novela com maior duração na história da TV indiana, por exemplo, poderia ser traduzido por algo como "Uma sogra já foi uma nora também" (Kyunki Saas Bhi Kabhi Bahu Thi, no original).
Como a maioria das mulheres se muda para a casa da família do marido após o casamento, a relação a ser construída com suas sogras é crucial. Estas têm o poder sobre a casa, mantendo um firme controle sobre seus filhos e aglutinando domínio sobre o lar e a família como um todo.
Mas, agora, o papel da sogra indiana foi colocado à provaquem é o dono da betesporteuma pesquisa acadêmica, possivelmente a primeira sobre o assunto já feita.
Em 2018, pesquisadores de Boston (EUA) e Déli (Índia) fizeram entrevistas com 671 mulheres casadas. Elas tinham idades entre 18 e 30 anos, viviamquem é o dono da betesporteum total de 28 vilarejos no distrito de Jaunpur,quem é o dono da betesporteUttar Pradesh — um Estado profundamente conservador e populoso do norte da Índia.
Liberdade limitada
Na média da amostra, a mulher tinha 26 anos, e seu marido, 33. A maioria era hindu e de uma casta mais baixa. Cerca de 60% das famílias possuíam terras agrícolas. Quase 70% das mulheres entrevistadas moravam com suas sogras.
Pesquisadores perguntaram às mulheres sobre seus laços sociais, com parentes e amigos, fora de casa. Além disso, questionaram sobre a influência de suas sogras nestes laços. Qual foi o papel destas na autonomia e acesso à saúde das mulheres mais jovens?
Os pesquisadores descobriram que as mulheres que moravam com suas sogras tinham limitadasquem é o dono da betesporteliberdade de movimento e capacidade de formar conexões sociais fora de suas casas.
Mais mobilidade as ajudaria a acessar informações, construir vínculos de companheirismo, ganhar autoconfiança e impulsionar projetos pessoais e profissionais. Além disso, as decisões que tomariam sobre saúde, fertilidade e métodos anticoncepcionais poderiam ser alimentadas por essas redes.
Mas quase 36% das mulheres incluídas na amostra não tinham amigos ou parentes próximos na áreaquem é o dono da betesporteque viviam; e 22% delas não tinham amigos ou parentes próximosquem é o dono da betesportelugar algum.
Apenas 14% das mulheres eram autorizadas a ir sozinhas para uma unidade de saúde e somente 12% podiam visitar as casas de amigos e parentes no vilarejo. Além do marido e da sogra, cada mulher tinha trocas sobre assuntos considerados importantes por elas com menos de duas pessoas.
Pressão por mais filhos
Os pesquisadores compararam dois grupos de mulheres (aquelas que moravam com as sogras e as que não)quem é o dono da betesporterelação ao número médio de interações com parentes e amigos, além de trocas com os chamados "pares próximos", aqueles com quem uma mulher podia interagir sobre saúde, fertilidade e planejamento familiar — como, por exemplo, uma amiga próxima.
Mulheres que moravam com a sogra tinham 18% menos "pares próximos" emquem é o dono da betesportealdeia. Sogras muitas vezes restringiram os laços sociais das noras ao impedir que elas fossem sozinhas a outros lugares,quem é o dono da betesporteuma "tentativa de controlarquem é o dono da betesportefertilidade e planejamento familiar".
Às vezes, a sogra desejava mais crianças — mais filhos homens, especificamente — do que a própria nora. Cerca de 48% das mulheres relataram que suas sogras desaprovavam métodos anticoncepcionais. No caso de um marido trabalhador imigrante, a sogra exercia ainda mais controle sobre a autonomia, movimentação e interações da nora.
"As descobertas indicam que o comportamento restritivo da sogra é motivado por suas preferências e atitudesquem é o dono da betesporterelação à fertilidade e ao planejamento familiar. Mulheres com menos amigos fora de casa têm menor probabilidade de visitar unidades de saúde para receber assistênciaquem é o dono da betesportesaúde reprodutiva, fertilidade e planejamento familiar; também são menos propensas a recorrer a métodos contraceptivos modernos", disse a equipe de pesquisadores das universidades de Boston, Boston College e Northeastern University (EUA); e da Escola de Economia de Déli (Índia).
Enquanto as mulheres da amostra relataram ter pelo menos dois amigos ou parentesquem é o dono da betesporteJaunpur, uma mulher nos EUA tem pelo menos oito pessoas de relação próxima, conforme mostrouquem é o dono da betesporte2004 uma pesquisa da empresa Gallup.
Como apenas 33% das mulheres na Índia têm telefones celulares, a comunicação de longa distância também é restrita.
Mas não quer dizer que viver com a sogra não tenha qualquer benefício. Estudos já mostraram que a presença delas pode ser benéfica para as norasquem é o dono da betesportealguns aspectos, como a saúde durante a gravidez. No entanto, de um modo geral, os pesquisadores acreditam que a presença da sogra prejudica significativamente a autonomia das mulheres.
Não à toa, os pesquisadores intitularamquem é o dono da betesportepesquisa como Curse of the Mummyji ("A maldição da sogra"), frase já cunhada pela revista The Economistquem é o dono da betesporteum artigo de 2013 sobre as sogras indianas.
"A maré está a favor da bahu (nora)", dizia o texto da revista, referindo-se à ascensão de famílias nucleares (em contraposição às "famílias extensas", incluindo várias geraçõesquem é o dono da betesporteum lar). Mas nos vilarejos distantes das cidades, a maldição das sogras parece ainda impedir a chegada desta onda.