bet si-História apresentada no Carnaval pode ser usadabet siaula
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Acadêmicos falam sobre como o trabalho das escolas de samba podem ser utilizadosbet sisalas de aula para ensinar história.bet si de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Todos os anos, as escolas de samba trazem não só elementos lúdicos para o desfile, mas também diversos componentes didáticos e históricos. Entretanto, alguns dos enredos marcam época enquanto outros são esquecidos rapidamente. Dentre os mais rememorados, os que falam de personagens ou eventos da história do Brasil estão incluídos. Por que isso acontece?
Para Jorge Freitas, carnavalesco com quatro títulos da Divisão Especial de São Paulo (com a Gaviões da Fiel, Rosas de Ouro e Império de Casa Verde), “o Carnaval é a maior manifestação cultural do povo brasileiro, tem essa incubência de levar a todos um conhecimento dentro de uma leitura auditiva e visual, através do samba e da plástica que a escola representa”. Em 2019, por exemplo, ele está à frente do projeto da Mancha Verde “Oxalá, salve a princesa! A saga de uma guerreira negra”, que contará a história de Aqualtune, a avó de Zumbi dos Palmares.
“O que eu enfatizo é que muito já se falou de Palmares e Zumbi, mas pouco sobre ela”, diz Freitas. Um enredo que resgata personagens pouco usuais da história brasileira é comum entre as agremiações. Para Fabiolla Falconi, mestrebet siHistória pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), “temas históricosbet sigeral são sempre muito ricos de possibilidades e alguns deles se constituem como temas bem completos para o desfile no sentido de já serem muito explorados no imaginário da própria sociedade, além de possibilitarem às escolas,bet sivários momentos, apresentarem uma nova releitura onde a própria comunidade negra tenha mais visibilidade.”
Ela explica que nos primórdios dos desfiles da escolas de samba, na Era Vargas, as agremiações eram obrigadas a escolherem temas nacionais, o “que pode explicarbet siparte a preferência por temas históricos”. Para Emerson Porto, mestrebet siHistória pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) , “com o passar dos anos, já com a figura do Carnavalesco e o próprio aceleramento da informação, a própria pesquisa do Carnaval vai se modificando e os temas históricos vão perdendo espaço para outras demandas, como os desfiles comerciais e abstratos”.
Entretanto, para ele houve um resgate dos temas históricos nos últimos anos,bet sidecorrência de “movimentos que atuam na formação das redes de sociabilidade dentro das escolas, ou dos componentes externos que influenciam, o próprio Carnavalesco que nem sempre é da comunidade, e nos temposbet sique vivemos, o nosso sistema político e econômico”. “Todos fatores contribuem para que esse fenômeno de crítica social e de uma volta de enredos históricos se torne presente nos carnavais de Rio e de São Paulo”, acredita.
Tanto Fabiolla quanto Porto dizem que os temas podem ser utilizados, inclusive, de forma didática dentro das escolas, para auxiliar os alunos a fixar determinados temas. “Não basta somente olhar o desfile e ouvir o samba-enredo, se você não pesquisar sobre o tema, cruzá-lo com outras fontes, procurar outras versões, dificilmente aprenderá algo sobre a temática, a não ser repetir exatamente o que é apresentado, e isso não é exatamente uma forma de aprendizado”, diz Fabiolla.
“O samba-enredo e outras músicas de Carnaval podem possuir diversos usos e recursos para se entender a história do Brasil e do Mundo. Um exemplo, é o enredo da Império de Casa Verde de 2018, que ao abordar a Revolução Francesabet siseu desfile, não só descreve a históriabet sisi, como Carnavaliza a realidade”, diz Porto. Ele classifica isso como uma "dimensão Carnavalizada da história", que “desconstrói a realidade por meio de um deboche, de uma sátira, de uma comparação com o presente”.
O pesquisador listou alguns dos enredos que mais se destacaram: “Heróis da Liberdade, de 1969, do Império Serrano, samba-enredo que foi censurado pela ditadura e que colocava um grito de liberdade logo após a implementação do AI-5; embora possua uma visão romantizada da Proclamação da República, temos Liberdade, Liberdade, Abra as asas sobre nós, de 1989 da Imperatriz Leopoldinense. Devemos destacar a Mocidadebet si1983, quando coloca o indígena com protagonismo, com Como era Verde o meu Xingu. Podemos citarbet siSão Paulo também alguns sambas da Nenê de Vila Matilde, a qual pesquiso, com destaque a 1982 (Zumbi), 1997 (Narciso Negro) e 2001 e 2002 (O negro no mundo e na história e Reforma Agrária)”.
Ambos falam como os desfiles podem ser usados como ferramenta pedagógica. “Não somente as letras, mas também a sonoridade, a plasticidade e a performance apresentada pelas escolas podem ser utilizadas como material didático nas escolas. A questão principal é como o professor ou professora fará uso desse materialbet sisala”, diz Fabiolla. Ela desenvolveu um material que aborda o uso de sambas-enredo nas aulas de História e serve como guia para os professores e professoras utilizarembet sisala de aula.
“A proposta principal é partir do samba-enredo como uma fonte histórica, ou seja, um produto que foi produzido por alguém,bet sideterminado lugar e com um objetivo específico. Partindo daí o material nos conduz a cruzar o samba com outras pesquisas e fontes históricas, como as histórias das escolas, entrevistas com os compositores, fotografias dos desfiles, o áudio do samba, etc. E é desse cruzamento de diferentes fontes que os alunos vão construindo o conhecimento histórico, ou seja, ele confronta as fontes e a partir delas consegue estabelecer um pensamento crítico acerca da construção feita pela escola de samba”, defende Fabíola.
Emerson chegou a pensarbet sium aplicativo de celular que auxilia professores a usar o samba,bet siconjunto com outras fontes,bet sisala de aula. Para ele, o professor precisa entender como o samba-enredo é complexo e analisar também o contexto histórico da produção da obra ebet sique momento histórico tal samba se insere, dentre outros aspectos. “Após entender essa dimensão o professor pode se utilizar de músicas, imagens, vídeos documentos históricos ou até mesmo o livro didático para poder cruzar fontes diversas com o samba-enredo, o que pode gerar um maior aproveitamento debet siletra, além é claro, do conhecimento cotidiano que o aluno possui”, conclui.
Jorge Freitas acredita que o Carnaval tem a incubência de levar a todos um conhecimento dentro de uma leitura auditiva e visual: ”O samba-enredo na verdade canta o enredo, canta a história que está sendo apresentada, com um roteiro bem didático, as obras dos compositores tem essa linguagem e esse acesso muito rápido de levar a informação”.