zebet gliclazide-'Duna: Parte 2' é ficção científica que cura onde dói e prova que espetáculo visual também é político; leia a crítica
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Conclusão épica da adaptação do romance de Frank Herbert faz jus ao título e preenche lacuna de grandes histórias no cinema contemporâneo.zebet gliclazide de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Seria irônico se não fosse propício que a polêmica declaração de Denis Villeneuve sobre a desimportância dos diálogos no cinema tenha gerado tantos debates justamente na semana de lançamento de 'Duna: Parte 2'. Maior que o primeirozebet gliclazidetudo --zebet gliclazideescala cinematográfica,zebet gliclazideescopo, efeitos visuais, simbolismo e atuação --, o novo filme prova o ponto de seu diretor, mas não da forma como ele gostaria.
Sequência direta do filme vencedor de seis Oscars lançadozebet gliclazide2021, 'Duna: Parte 2' retoma a história exatamente de onde o primeiro parou, o que é uma excelente notícia para fãs do romance. A decisão não apenas facilita o entendimento da trama, que já é de natureza complexa, como também faz com que a escolha de dividi-lozebet gliclazideduas partes faça ainda mais sentido: não se trata de uma estratégia para alongar a história o máximo possível, mas sim para que a adaptação faça jus à grandiosidade da obra de Frank Herbert. Nenhum momento é desperdiçado, e todas as interações do filme fazem diferença para que a conclusão chegue aonde ela pretende.
Nesta parte da história, os Fremen enfim saem do escanteio e ganham o centro das atenções, quando Paul Atreides (Timothée Chalamet) ezebet gliclazidemãe, Jessica (Rebecca Ferguson), se unem ao povo de Arrakiszebet gliclazidebusca de vingança contra os conspiradores que destruíramzebet gliclazidefamília. Aqui, finalmente Chani (Zendaya) ganha destaque e começa a aparecer na história, tendozebet gliclazidevista que o romance entre ela e Paul é central e um ponto de conflito importante para a jornada do rapaz.
Como toda e qualquer épica conclusão (e tenhazebet gliclazidemente, caro leitor, que o adjetivo "épico" será usado à exaustãozebet gliclazideinúmeras análises sobre o filme), 'Duna: Parte 2' cresce de maneira exponencialzebet gliclaziderelação à parte 1. Villeneuve se cobre com um espetáculo visual que transforma as areias do desertozebet gliclazideum elemento cheio de vida, ao contrário do ambiente inóspito e insosso que apresentou no longa anterior. Os conflitos éticos ficam mais urgentes e palpáveis, e todos os personagens ganham camadas que os tornam mais interessantes. Com a guerra declarada ezebet gliclazidevigor, o que acompanhamoszebet gliclazidetermos de ficção científica é de uma densidade de fazer inveja na última trilogia de Star Wars nos cinemas.
Conflito político e messianismo são temas centrais
Villeneuve opta por usar como espinha dorsal do filme o conflito de Paul Atreideszebet gliclaziderelação à profecia que o elege como o messias que guiará os Fremen ao paraíso. Relutante com as ideias mais radicais dezebet gliclazidemãe e das Bene Gesserit, Paul é mais atento às ideias modernas de Chani. Aqui, o filme se abre para um discurso tão pertinente quanto pontual, e tece comentários fortes e decisivos sobre religião e fé serem usadas, historicamente, para manter povos escravizados à ideia de que salvação e mudança virão de alguma força que está além deles mesmos.
Tecer esta relação entre o cenário geopolítico contemporâneo e uma história de fantasia que se passazebet gliclazideum cenário hipotético, aliás, é sempre o maior desafio e, por consequência, o maior mérito (ou equívoco) de ficções científicas. Quando bem executada, a obra que se dispõe a tal conexão pode entrar no hall de importânciazebet gliclazideque se inserem títulos como 'Blade Runner' e '2001 - Uma Odisseia no Espaço'. Quando peca, o destino é ser um triste 'A Ascensão Skywalker'.
A comparação não é feita de maneira displicente. 'Duna: Parte 2' se insere neste primeiro grupo, e prova com êxito que o dilema e a conexão problemática entre fé, religião e política sempre foi e continuará sendo perigosa no curso da humanidade.
Por mais que este casamento entre fé e política seja o que impulsiona a história, é justamente onde Villeneuve acaba por se contradizer. Quando tem a oportunidade de confiar no espectador, ele opta por reforçar o mesmo ponto inúmeras vezes, sobretudo usando as vozes de Paul e Chani. De fato, o diálogozebet gliclazideexcesso é muitas vezes desnecessário ao cinema, e pensar que o roteiro é o principal elemento de uma obra audiovisual é cair no conto de um discurso pobre que não enxerga o quanto as escolhas de direção, os enquadramentos e tudo o que engloba o visual compõe o que entendemos da história.
Villeneuve escorrega justamente ao esconder os diálogos fracos com o espetáculo que apresenta de maneira irreparável. Tudozebet gliclazideque mergulhamoszebet gliclaziderelação à jornada de Paul como Maud’Dib, ao seu conflito com a mãe e o que o leva a aceitar seu destino é fascinante e de extrema qualidade técnica. O contraponto é a forma “blocada” como a história é contada, uma montagem que parece repetir uma estrutura capitular que, ainda que funcione na literatura por motivos óbvios, corre o risco de deixar a estrutura do filme protocolar e cansativa.
‘Duna: Parte 2’ se salva do tal cansaço justamente porque a grandiosidade do que apresenta é quase o suficiente para mascarar seus defeitos. Paralelamente, a despeito de grandes explosões e cenas bélicas aterrorizantes, há um aspecto careta nas escolhas de ocultar qualquer contato corporal direto, deixando subentendidas ou fora do enquadro as trocas íntimas entre Paul e Chani e os dois embates físicos mais importantes e catárticos do longa.
Diante de tudo isso, Villeneuve prova o seu ponto demonstrando justamente o quanto o diálogo foi capaz de empobrecer uma obra que, tirando isso, é deslumbrante e irretocável.
Mesmo com esses poucos deslizes, ‘Duna: Parte 2’ usa todos os recursos a favor de uma cinematografia de tirar o fôlego e deixar o espectador na ponta da cadeira, unindo uma história que dialoga com o público amplo a uma ação empolgante que ocupa um lugar há muito tempo vazio por refilmagens preguiçosas e histórias requentadas empobrecidas. No Monte Rushmore dos grandes filmes de ficção científica, será impossível não deixar um lugar para ele no futuro.